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Guia para Gestores de Escolas

Perfil da Escola – Colégio Magister

Matéria publicada na edição 12 | janeiro 2006 – ver na edição online 

Uma escola em evolução

Do início como curso de admissão à grande estrutura atual, com duas unidades e uma faculdade, o Magister busca a evolução constante em educação.

Por Luiza Oliva

O sonho de Alberto Palos Martinho começou em 1967, quando o jovem professor, que lecionava matemática e desenho geométrico no Estado, começou sua própria escola em uma sala de aula voltada ao curso de admissão. O curso era uma necessidade para que os alunos se preparassem para ingressar no ginásio. “Existiam alunos que chegavam a se preparar mais de um ano para o ginásio. A escola pública era muito forte, de excelente qualidade, até mais do que a escola particular, e o ensino do Estado, naquela época, não era para todos, mas para quem tinha condições de ser aprovado nesse exame”, lembra Alberto. Passados 37 anos, a antiga salinha do curso de admissão cresceu. O professor Alberto transformou seu sonho no Colégio Magister, uma instituição com 2000 alunos e 400 funcionários, duas unidades, além da Faculdade Magister, inaugurada no ano 2000.

Ainda hoje ele se recorda das dificuldades iniciais. Alberto e a esposa, Ilka Ferreira Senise Martinho, professora de Geografia e das extintas disciplinas de Educação Moral e Cívica (EMC) e Organização Social e Política Brasileira (OSPB), lecionavam na escola pública à noite e de dia se dedicavam à escola. “Nosso salário era todo aplicado na escola, para pagar o salário dos nossos professores. Se, naquela época, nós não fossemos professores e se estivéssemos montando uma escola com o objetivo de retorno financeiro, teríamos desistido ali”, avalia. Mas o diretor acredita que foi justamente a dedicação dos dois que impulsionou o crescimento da escola. O então curso de admissão se transformou numa escola regular de primário, o Externato Onze de Novembro.

Em 1972, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases 5692/71 e a unificação de 1ª a 8ª séries, a escola teve aprovado o pedido feito à Secretaria Estadual de Educação para se tornar escola de primeiro grau. Alberto lembra do trabalho para adaptar o espaço físico à nova realidade do colégio. “As exigências para uma escola de primeiro grau passam a ser maiores, com necessidade de outros equipamentos, biblioteca, laboratório. Nas férias, eu mesmo fiz todo o serviço de encanamento para a montagem de um laboratório, de vestiários para a prática de educação física, mais banheiros. Eu era jovem, tinha disposição e não tinha dinheiro, então tinha que fazer”, diverte-se hoje.

Em 1975, com a formatura da primeira turma do primeiro grau, o casal Martinho pensou em crescimento e na mudança de nome. Assim, surgiu o Magister, que em latim significa mestre, professor. O crescimento continuou: surgiram o Ensino Médio, a Educação Infantil, o Berçário e, em 1999, foram implantados os cursos profissionalizantes (Administração, Processamento de dados e Publicidade e Propaganda). Em 2000, entraram em funcionamento o curso gratuito de alfabetização de jovens e adultos e a Faculdade Magister. Para administrar essa enorme estrutura, o casal Martinho conta hoje com o auxílio dos três filhos. Marcos é diretor geral das Faculdades Magister e Karin e Kátia se dedicam a funções pedagógicas e administrativas do colégio. “Temos sorte de hoje termos nossos filhos somando com a gente. Eles passaram por dificuldades quando alunos do Magister, que muitos filhos de donos de escola enfrentam, sofrendo discriminação dos outros alunos”, lembra Alberto. Principalmente na época de inflação alta, em que as mensalidades escolares eram alteradas todos os meses, o diretor lembra que a cobrança era muito grande. “Os filhos dos donos não podiam levar seus amiguinhos em casa porque as crianças faziam comparações. O maior desafio dos meus filhos foi superar isso. Agora, espero que os três continuem o projeto quando eu não estiver mais aqui”, completa.

De olho no futuro, o diretor do Magister se lembra dos diferentes períodos da economia brasileira que a escola enfrentou, como as mensalidades congeladas, plano Bresser, plano Collor. Depois de tantas fases, Alberto acredita que atualmente a escola particular enfrenta uma acomodação de mercado que tem feito muitas escolas amargarem problemas financeiros. “Não sei o que pesa mais para as escolas, se o número de vagas a mais ou o número de filhos a menos das famílias. O número de alunos caiu para a escola e não há como baixar custos. Se uma sala tem cinco ou 20 alunos, o custo é o mesmo”, avalia. Para o diretor, muitas famílias não distinguem a qualidade pedagógica de um colégio e, se podem pagar uma mensalidade mais baixa, certamente escolherão a opção com menor custo. Escolas satélites, menores, crescem no entorno das escolas melhor estruturadas, oferecendo uma mensalidade mais barata e atraindo os pais que colocam o fator econômico na frente do pedagógico, afirma. “O público que quer um serviço de qualidade em educação é uma faixa restrita da população, que tem visão do que é bom e importante e reconhece esse valor. E mesmo esse público nem sempre tem suporte financeiro para agüentar muito tempo. Qualquer oscilação dentro da família, como desemprego ou doença, acaba aumentando a inadimplência escolar”, afirma.

A inadimplência, na visão do diretor, é um problema do qual nenhuma escola está livre. A conseqüência é o crescimento do setor de cobrança interno das instituições de ensino. “Esse é um custo que as escolas devem ter. De 1990 para cá surgiram inclusive escritórios especializados em cobrança. Uma grande parte das escolas ainda não tem uma visão empresarial, mas uma visão amadora. São escolas como a minha era. Durante uns 10 anos fomos amadores mesmo. São escolas familiares, que ficam na esperança de que os pais voltem para pagar, não tem uma orientação, uma estrutura de cobrança. Isso acontece muito na Educação Infantil. Mas, muitas escolas já perceberam que devem colocar o nome do devedor no Sistema de Proteção ao Crédito, para que outras escolas saibam”, diz.

O objetivo do Magister é justamente trabalhar para famílias que reconheçam o diferencial pedagógico da escola e a estrutura oferecida. Para construir a unidade Junior, foram necessários três anos só para definir o projeto. Alberto viajou com o arquiteto da escola para conhecer instituições em Brasília, Curitiba, Sorocaba e até na Flórida. A construção levou mais três anos. Hoje, a unidade recebe as crianças do Berçário ao Ensino Fundamental I. No Berçário, câmeras ligadas à internet permitem que os pais acompanhem, em tempo real, o dia-a-dia do bebê. O espaço é dotado de cozinha exclusiva, salas climatizadas, solarium e a relação funcionário/aluno é de uma berçarista para cada três crianças.

Além de oferecer uma escola adaptada às crianças pequenas, com todos os cuidados construtivos, como ausência de escadas, o diretor do Magister sustenta que hoje há duas fortes tendências em educação: a necessidade do ensino do inglês e da oferta de aulas em período integral (chamado na escola de Complementar). O projeto pedagógico bilíngüe do Magister – oferecido para alunos a partir de dois anos de idade -, é baseado no currículo canadense. Para a implantação do projeto, a escola conta com a assessoria pedagógica da consultora Lúcia Miranda. Um andar inteiro da unidade Junior será dedicado em 2006 exclusivamente aos alunos do ensino bilíngüe. “A educação é um processo contínuo de mudança. A escola que não acompanha a evolução estaciona. Se você ficar parado, outros irão para frente”, compara. Entre os investimentos para manter a escola em dia, está o programa de computador Prodigy, utilizados nas aulas a partir da 5ª série. Através desse programa, os alunos visualizam conteúdo e conceitos das disciplinas em 3D. “Hoje, a linguagem em sala de aula tem que ser multimídia, utilizando diversos recursos pedagógicos e tecnológicos. Além disso, é preciso ligar o conteúdo ao cotidiano do aluno e o professor tem que ser capacitado para lidar com essa realidade”, acredita.

Ao lado dos investimentos em estrutura e tecnologia, o Magister não se esquece dos projetos sociais. Envolvendo funcionários, professores e alunos, a escola implantou o programa de coleta seletiva de lixo. O dinheiro arrecadado com a venda do lixo é doado para a Associação Pró-Brasil, que auxilia uma comunidade carente em Parelheiros, São Paulo. A escola auxilia a comunidade realizando palestras de higiene bucal, arrecadando retalhos para uma cooperativa de costureiras local que trabalha com patchwork, organizando uma cooperativa de catadores de lixo no bairro, entre outras atividades. A escola faz parte também do Pride, um projeto americano que existe em mais de 6.400 escolas do mundo todo e que busca transmitir de jovens para jovens uma mensagem preventiva anti-drogas. O Magister participa do Pride desde que o projeto chegou ao Brasil, em 1992. Através de música, dança, dramatização e outras abordagens, alunos do Ensino Médio repassam para outros alunos a mensagem que não vale a pena se envolver com drogas.

Envolvendo os alunos, o Magister também procura trazer os pais para dentro da escola. “As pessoas não estão envolvidas com o que é comunitário. Estão muito isoladas, mais frias. Para envolver os pais temos que envolver o aluno”, afirma. Para Alberto Martinho, escola e família devem trabalhar em conjunto para que limites e valores sejam reforçados e aos poucos interiorizados pela criança e adolescente. “Daí a importância de se escolher uma escola que atenda às expectativas da família. Investimos na visão humanista, no relacionamento com as famílias, na forma como o aluno é atendido e acompanhado em suas dificuldades”, finaliza.

RAIO-X DA ESCOLA
• Duas unidades na zona sul de São Paulo.
• 2.000 alunos
• 400 funcionários
• Cursos: Berçário, Educação Infantil, Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio.
• Instalações: laboratórios de Informática, Biologia, Química e Física, bibliotecas, pomar e horta, cozinha experimental, sala de musicalização, consultório para triagem odontológica, piscina waterplayground (na unidade Junior).
• Atividades extracurriculares: treinamento esportivo, tênis, escolinha de esportes, natação (opcional), oficina de desenho em quadrinhos, flauta, biscuit, scrapbooking, violão, teclado, teatro.
• Site: www.magister.com.br
• E-mail:

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