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Guia para Gestores de Escolas

Dica — Psicomotricidade: suporte ao desenvolvimento infantil

Matéria publicada na edição 73 | Novembro 2011- ver na edição online

O movimento do sobe e desce de árvores ou de terrenos íngremes há muito deixou de fazer parte do dia a dia das crianças brasileiras, especialmente nas grandes cidades. Mas o exercício físico é fundamental para o autoconhecimento e o desenvolvimento do equilíbrio, da confiança, da afetividade e da força, pressuposto adotado pelo Colégio Ápice de Educação Infantil para programar diferentes atividades relacionadas à coordenação motora ampla e fina das crianças. Localizado no bairro do Morumbi, zona Sul de São Paulo, o Ápice tem cerca de cem alunos entre 0 e 5 anos e colocou o movimento como um de seus componentes curriculares básicos, incorporando conceitos da psicomotricidade.

Segundo a coordenadora pedagógica Maria Rocha, a abordagem favorece o desenvolvimento neurológico das crianças. “Essas atividades também contribuem para a percepção do outro, por meio do afeto. O resultado são seres mais confiantes, saudáveis, autônomos e expressivos”, observa Maria Rocha. “O que fazemos é olhar para cada estágio que o aluno está e promover exercícios para aperfeiçoar os movimentos”, conforme um plano de atividades pertinente à idade e às necessidades psicomotoras das respectivas faixas etárias.

As atividades voltadas à coordenação motora ampla, por exemplo, começam desde cedo e envolvem caminhadas, subir escadas ou exercícios de equilíbrio. Os alunos mais novos percorrem circuitos com obstáculos, como passar por dentro de pneus, pular objetos ou se arrastar. Os mais velhos trabalham atividades mais complexas, como danças. Já na coordenação motora fina, estão envolvidos movimentos delicados como escrever, pegar objetos, rasgar folhas de papel ou recortar revistas. Todo o trabalho é complementado por brincadeiras de amarelinha, rodas, canções e outras atividades lúdicas e divertidas, que ajudam a conscientizar a criança de seu próprio corpo. Entre as estratégias ou recursos disponibilizados aos alunos, estão os brinquedos, deixados em sala de aula próximos das crianças para que desenvolvam a autonomia de escolher e pegar o objeto de sua preferência, massas de modelar e papéis de diferentes texturas, utilizados nas rasgaduras.

A psicomotricidade é área ainda recente na Educação Infantil e anos iniciais do Fundamental e, conforme observa a especialista Vania Maria Cavallari, poucas escolas públicas e privadas manifestaram interesse em implantar projetos dessa natureza. Mas para quem estiver interessado em incorporar o movimento de forma mais sistematizada em seu projeto pedagógico, Vânia recomenda capacitar os professores ou contratar um psicomotricista. “O profissional atua na potencialização da via do movimento, amplia as possibilidades de comunicação e incentiva o brincar, a partir de articulações de diversas atividades em grupo”, afirma Vânia. Outra possibilidade, destaca a especialista, é iniciar um trabalho psicomotor como conteúdo na escola, trabalhando uma noção maior dos alunos em esquema e imagem corporal, “o que auxiliará muito na alfabetização”. (Com reportagem de Rafael Lima)

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Maria Rocha
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Vania Maria Cavallari
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