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Guia para Gestores de Escolas

Dica — Ensino Bilíngue: Formação Cultural, Social e Linguística

Matéria publicada na edição 99 | Junho/Julho 2014 – ver na edição online

Dentro de um panorama global, que inclui uma preocupação maior em fortalecer um ensino focado em uma segunda língua, o mercado de escolas particulares aponta um crescimento notável em promover a imersão do aluno, desde um ensino de base até o ingresso em uma universidade, no ensino de uma língua estrangeira.

Normalmente, o ensino de uma língua estrangeira – tanto nas escolas da rede pública, como no ensino particular, aparece em duas formas: como parte integrante do currículo pedagógico ou como atividade extra. Trabalhando com o conceito bilíngue (ou bilinguismo), a instituição de ensino prevê uma vivência no ensino diferenciada. A escola bilíngue, por exemplo, possui uma grande carga horária com aulas ministradas na língua estrangeira, além de promover a interdisciplinaridade entre matérias corriqueiras, como matemática, ciências, artes, etc.

A educadora Teresa Catta-Preta, que desenvolveu um método de trabalho especial especializado e focado na educação infantil bilíngue, afirma que “uma escola bilíngue tem como característica ensinar o conteúdo programático em duas línguas, por exemplo: inglês e português. O projeto pedagógico precisa ser trabalhado 2h em inglês e 2h em português. Todas as crianças devem participar desse mesmo conteúdo. Não é opcional. As aulas extras como natação, ginástica, informática, podem ser trabalhadas em qualquer um desses idiomas”. Contribuindo e intensificando a familiaridade com a outra língua, principalmente na infância, já que as crianças conseguem aprender e assimilar o aprendizado com maior facilidade.

Recentemente, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Granada, na Espanha, indica que o bilinguismo ajuda na memória e na atenção. Segundo os pesquisadores, aprender dois idiomas possui mais vantagens do que apenas a facilidade em comunicar-se. O estudo acrescenta que os bilíngues utilizam mecanismos de atenção muito mais vezes do que os monolíngues e são capazes de trabalhar melhor em situações de tomada de decisão.

Outra pesquisa demonstra que a partir dos 3 anos de idade, é a fase ideal para criança aprender e desenvolver o idioma, além de prevenir doenças como o mal de Alzheimer, por exemplo. Já Teresa Catta-Preta, acredita que “quanto mais cedo a criança é exposta ao aprendizado de um idioma, melhor será o retorno dela. A nossa proposta começa ainda na creche (1 ano) ou pode ser iniciada com 3 anos na Educação Infantil”.
Fundado em 1916 como uma escola bilíngue e bicultural brasileira-alemã, o Colégio Humboldt, localizado na região sul de São Paulo, integra em seu projeto educacional o desejo de aproximar e promover a troca entre culturas distintas, oferecendo em uma das suas matrizes curriculares a prática do bilinguismo para as turmas do Jardim Infantil. “Esse projeto propicia que as crianças cheguem ao Ensino Fundamental com uma vivência mais apurada. Para isso, as salas de aulas contam com duas professoras, uma como referência na língua portuguesa e outra na língua alemã, para acompanhar os alunos e propiciar o aprendizado e desenvolvimento dos dois idiomas”, conta Mariane Bischof, coordenadora da Educação Infantil do Colégio Humboldt.

Tendo como base o desenvolvimento linguístico durante o período de alfabetização, há uma preocupação em introduzir uma nova língua, além da nativa, de maneira lúdica e natural. Brincadeiras, músicas, desenhos, entre outras atividades integram o aprendizado, garantindo ensino e entretenimento durante as aulas. “Existem diversos recursos e estratégias utilizadas pelas professoras. Uma das atividades em sala de aula é montar o mapa da Europa e simular uma viagem à Alemanha. Então, as crianças preparam suas malas e utilizam um óculos especial, de acordo com o combinado da aula, que permite apenas conversação em alemão. E as crianças adoram essa interação”, relata Mariane.

Para a educadora Teresa, “na educação infantil a criança precisa aprender brincando, de forma lúdica, usando vários materiais, para que essas atividades façam sentido pra ela. O uso de fantoches, cartões, música, brinquedos, é fundamental para que a criança tenha um bom desenvolvimento. Nós ensinamos inglês de acordo com cada faixa etária, respeitando o desenvolvimento infantil e seus interesses. Temos um material didático exclusivo que encanta e motiva os alunos”.

Quanto maior as atividades que a criança receber na segunda língua, melhor será o seu domínio e compreensão. É importante ressaltar que além da linguística, o conhecimento social e cultural da nação desse idioma deve ser incluído no panorama de ensino. E, com todo o material didático exclusivo e atividades especiais para os alunos, há um preparo diferenciado para os professores que ministram as aulas em outro idioma. “Existe toda uma preparação e treinamento desse professor para que ele conheça a criança que ele vai ensinar, e a metodologia a ser aplicada. A nossa rede têm uma preocupação na formação dos professores de uma forma continuada, para que eles atendam a criança da melhor forma possível. A empresa oferece um atendimento online para tirar dúvidas e ajudar nos planejamentos de projetos. Contudo, cada nível tem um planejamento, já formatado, que ajuda muito ao professor a ter sucesso em suas atividades”, comenta Teresa.
O Colégio Humboldt, que não é só para os descendentes de alemães, empenha-se em introduzir “a cultura alemã no dia a dia dos alunos, nos eventos, no aniversário das crianças, nas tradições e festas típicas”, destaca Mariane. Além do ensino no Jardim Infantil, os alunos do Ensino Fundamental e Médio, possuem aulas específicas, “com alemão aplicado, tendo aula de ciências através do alemão, por exemplo, permitindo o conhecimento um pouco maior, sendo assim, uma estrutura muito importante em nosso ciclo pedagógico”, ressalta a coordenadora, que complementa: “o importante é fazer com que o aluno termine o ensino médio com total fluência no idioma”.

Um dos diferenciais do Humboldt “são as atividades e ações promovidas e habilidade maior na língua, possibilitando os alunos a ingressarem em uma universidade alemã”, finaliza Mariane. Após a conclusão da Educação Básica, os alunos podem continuar no curso de qualificação Abitur (conclusão da educação básica alemã), com direito a ingresso em uma Universidade da Alemanha, da Comunidade Europeia ou universidades particulares nos E.U.A.

O aumento na procura por escolas bilíngues está fortemente ligada à globalização, as grandes possibilidades de mercado e uma formação internacional, multicultural, que abra as portas para novas experiências pessoais e profissionais. “O ensino bilíngue ajuda na parte cognitiva e na parte social da criança. Ela se torna um adulto mais flexível. Este aprendizado torna o seu raciocínio mais rápido, melhora a memória e a concentração tendo mais facilidade na resolução dos problemas. O aluno fica preparado para o mercado com muito mais oportunidades do que um aluno monolíngue”, finaliza Teresa Catta-Preta.

Estudar em uma escola que promove e incentiva uma segunda língua diariamente é explorar novos caminhos, culturas, tradições e enriquecer seu conhecimento de forma sadia, prazerosa e com muita qualidade.

PROFICIÊNCIA

Os exames de proficiência, utilizados como forma de comprovação de domínio de idioma, são utilizados por escolas, universidades, escolas de idiomas e agências governamentais no mundo todo. Atualmente, o exame mais utilizado e aceito em todo o mundo é o TOEIC (Test of English for International Communication), voltado ao segmento corporativo. Já no segmento acadêmico, o TOEFL (Test of English as a Foreign Language) é o mais utilizada, sendo aplicados anualmente, em todo o mundo, cerca de 50 milhões desses testes.

Lúcio Sardinha, diretor de uma das principais instituições de ensino em língua estrangeira, afirma que os testes em papel avaliam a compreensão auditiva, estrutura aplicada do idioma e compreensão de leitura. “Os testes em computador também avaliam as habilidades de fala e escrita. A ETS (Educational Testing Service)oferece teste a partir dos 8 anos de idade. O TOEFL Junior foi desenvolvido para ser a referência para programas de intercâmbio e em escolas bilíngues. Além disso, o TOEFL® Junior™, o TOEFL ITP e o TOEFL Primary mostram a evolução do conhecimento do aluno e podem se constituir em excelente ferramenta de gestão pedagógica para escolas que os utilizem corretamente”.

No Brasil, o TOEFL é aplicado com uma frequência de duas a três vezes por mês. Não há prazo para a inscrição, mas é recomendável se inscrever com cerca de um mês e meio de antecedência. Segundo a ETS, o resultado é divulgado cerca de 15 dias úteis após a realização do teste.

E, uma das principais vantagens para obtenção desse certificado, é a admissão em universidades no exterior. “O TOEFL é exigido pelas chamadas Top 25, ranking das melhores universidades do mundo. Mas demonstra a proficiência do aluno perante qualquer instituição de ensino. O TOEIC é usado para admissão, promoção e em políticas de incentivo ao aprendizado de inglês em corporações multinacionais. Mesmo não sendo condição obrigatória em muitas empresas, sua menção no currículo pesa a favor do candidato em qualquer processo seletivo”, finaliza Lúcio.

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