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Guia para Gestores de Escolas

Desafios da gestão escolar

Matéria publicada na edição 109 | Junho-Julho 2015- ver na edição online

O gestor pedagógico recebe muitos nomes. Às vezes é Coordenador, outras vezes Orientador e até mesmo Supervisor, guardando as tradições de sua falecida formação superior enquanto habilitação do curso de Pedagogia. Tenho visto novas denominações, impregnadas de boas intenções, como Professor Orientador, reforçando uma ação de troca entre iguais ou, na outra extremidade, Tutor Pedagógico, realçando a necessidade de tutoria dos professores.

Tenho feito alguns levantamentos e observo que na maioria dos casos, a experiência como professor ainda é a exigência principal para o exercício da função. Concordo, uma vez que orientar, apoiar e supervisionar o trabalho docente é o cerne da ação desse profissional. A questão é que esse pré-requisito é necessário, mas não é suficiente. Conhecimentos de liderança, de currículo, de avaliação da aprendizagem, de avaliação de desempenho, de metodologia do ensino, de processos de aprendizagem, de gestão de projetos e, mais recentemente, de coaching são alguns pré-requisitos que os novos tem- pos tornam cada vez mais essenciais para o exercício efetivo da função.

Em breves palavras, o gestor pedagó- gico é o responsável pelo bom funcio- namento do processo ensino-aprendi- zagem e, dessa forma, é igualmente responsável pelo alcance de bons re- sultados na aprendizagem dos alunos. Essa tarefa, nada simples, pode ser subdividida em três dimensões que

compõem o seu fazer: a gestão do currículo, a gestão da ação docente e a gestão dos resultados.

A gestão do currículo compreende todas as ações voltadas para a efeti- vação do processo de aprendizagem. Estamos falando de seleção de competências e conteúdos, de estratégias de ensino e de avaliação, de elaboração de projetos interdisciplinares, de estruturação do processo de recuperação e, também estamos falando do apoio, orientação e supervisão de tudo isso. A gestão do currículo é a dimensão que ocupa o maior espaço e o maior tempo da ação do gestor pedagógico.

A gestão da ação docente ocorre em decorrência da gestão do currículo. Os professores tem condições de colo- car em prática o currículo que estamos propondo? Essa é a pergunta que dá o pontapé inicial às ações do gestor pedagógico nessa dimensão. Mediante às respostas que ele vai obter, ele fará o seu planejamento nessa área. Gerir a ação docente exige que, num primeiro momento, avaliemos essa ação para que possamos identificar as necessidades de apoio e orientação. É daí que surge o plano de formação continuada dos docentes. Nessa área, o ato de su- pervisionar dá vez aos atos de apoiar e orientar.

A terceira dimensão da ação do gestor pedagógico é a gestão de resultados. Embora essa ação esteja obriga- toriamente presente o tempo todo, em função da importância crescente que vem ganhando, é aconselhável trata-la

como uma dimensão isolada, digna de um planejamento específico. Aqui, cabe negociar e estabelecer, junto com os professores, formas e critérios de acompanhamento e avaliação do desempenho das turmas, assim como as ações imediatas mediante a resultados indesejáveis.

Aconselhamos o gestor pedagógico a subdividir o seu plano de trabalho nessas três dimensões, pois isso ajuda a organizar o pensamento e a construir uma visão de conjunto de sua ação profissional.

Precisamos fortalecer a identidade do gestor pedagógico, através da viabi- lização de resultados positivos de seu trabalho, que no final é a aprendiza- gem dos alunos. Para isso, esse profissional precisa do apoio incondicional da gestão escolar, no sentido de lhe oportunizar as condições dignas de trabalho e o apoio à contínua formação, fundamental para o exercício de uma função tão complexa responsável pelo bom desempenho daquilo que faz uma escola ser escola: promover aprendizagens.

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