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Guia para Gestores de Escolas

Conversa com o Gestor – Gestão Escolar: Crescimento, Reflexão e Solução

Matéria publicada na edição 112 | Outubro 2015- ver na edição online

Considerado o maior evento direcionado a gestores educacionais, o Congresso Crescer chega à sua 11ª edição com programação integral e lançamentos em produtos e serviços nos estandes da Feira Educacional.

Por Rafael Pinheiro

A definição de gestão nos remete à um emaranhado de sensações, obrigações, tarefas e decisões. Se pensarmos, de maneira sucinta, a gestão engloba particularidades, motivações, diagnósticos, orientações, acompanhamentos e análises centrais para uma melhoria no espaço comum. Além de conduzir estratégias, inspirar novas soluções, valorizar as habilidades dos indivíduos e trabalhar, em conjunto, em prol do mesmo objetivo.

Compreender uma instituição de ensino com alto nível de administração, mantendo a escola dentro das normas do sistema educacional, seguindo portarias e instruções; valorização da qualidade do ensino; supervisão e a orientação pedagógica, criando oportunidades de capacitação docente; e preocupar-se com uma gestão pautada na democracia, interagindo ativamente com pais e alunos, não é tarefa fácil, já que existem, hoje, uma gama gigantesca de setores internos no campo educacional.

A educação, inserida em um mecanismo complexo, denso e repleto de métodos e ferramentas, demonstra necessidades que transcendem a sala de aula, podendo, de maneira geral, afetar rotas administrativas – direta ou indiretamente. Observar e analisar todos esses caminhos, que representam uma pluralidade significativa, destaca uma preocupação crescente em preencher lacunas no sistema ensino-aprendizagem, na relação entre aluno-professor e no acompanhamento estudantil ao longo dos anos.

O crescimento – tanto pessoal como profissional – é revelado (e aguardado) nas instituições escolares como um marco de progresso dos alunos. Mas, para esse progresso ser, de fato, incluso na rotina escolar, é preciso pensar no crescimento dos educandos, gestores e mantenedores. Projetando, dessa forma, uma aliança segura em toda a rede escolar. O crescimento alimenta e transforma, constroi relacionamento interpessoal, garante estratégias administrativas e destaca habilidades e competências para um melhor entendimento e compreensão do educador e do aluno no século XXI.

CONGRESSO CRESCER

A 11ª edição do Congresso Crescer – 2ª Feira Educacional, maior evento do Brasil direcionado a mantenedores, gestores, diretores e coordenadores, ocorreu no dia 10 de setembro, no Expo Center Norte, localizado na região norte de São Paulo. O evento foi organizado pela Rabbit Partnership, que vem se destacando no mercado por ser a única empresa de comunicação full service que introduz e interage práticas de marketing, pesquisa, vendas, recursos humanos, atendimento e gestão, com objetivo de fomentar o crescimento de seus parceiros através do aumento do número de clientes, fidelização e redução de perda, ampliação de nichos de mercado e institucionalização da marca.

A idealização do evento ocorreu há seis anos, com o objetivo de reunir gestores e expandir, assim, o conhecimento através do conteúdo programático do Programa de Gestores da Rabbit. Estes encontros são ministrados em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Manaus e Vitória. Com o passar do tempo, um dos encontros de gestores regionais adquiriu uma projeção nacional e evoluiu para o formato atual.

Com a proposta em aumentar o repertório dos líderes que compõem as escolas parceiras da Rabbit, a 11ª edição do Congresso Crescer ampliou sua programação, tendo treze palestras em destaque ao longo do dia, ministradas por profissionais renomados, como Christian Coelho, Reinaldo Domingos, Emília Cipriano, Victor Cosme, Luis Laurelli, Bete Rodrigues, Carmem Lúcia, Altamar Carvalho, Célia Godoy, Diego Moreira, Ana Paula Rezende, Luis Vicente e Célio Müller.

Além do ciclo de palestras, esta edição do evento contou com a 2ª Feira Educacional, com diversos expositores apresentando soluções e novidades para as escolas. Dentre os estandes, destacamos: Metadil, Dsop Educação Financeira, FTD Educação, Escola Contrata, Objetivo Sistema de Ensino, Abramundo, Rabbit Digital, Sistema Etapa, Porto Seguro, Styllo, Mackenzie, Sistema de Ensino Poliedro, Uninter, entre outros.

GESTOR PEDAGÓGICO: IDENTIDADE EM CONSTRUÇÃO

A identidade profissional é diretamente atrelada à clarificação do papel que exercemos e está em permanente construção. Célia Godoy, mestre em Psicologia Social, Pedagoga e Pós-Graduada em Metodologia e Didática do Ensino Superior, acredita que, para o coordenador pedagógico, seu papel nem sempre é validado, devido às inúmeras dificuldades que permeiam seu cotidiano, como inversão de valores, desvio de função, entre outros.

Segundo Célia Godoy, que ministrou a palestra “O Papel do Gestor Pedagógico”, a principal identidade de um gestor é “reunir funções e conhecimentos através de pessoas em torno de um objetivo comum: a organização e o sucesso da escola. Além de rever o projeto pedagógico da instituição e compreender que nossa escola mudou, o papel do professor mudou e nossos alunos também, principalmente pela realidade tecnológica”.

Potencializar gestores e educadores com processos de gestão de qualidade, aptos para a implementação e criação de ideias, inovações com vistas à excelência do processo ensino-aprendizagem envolve, principalmente, as diretrizes institucionais descritas no Projeto Pedagógico – a orientação necessária para alcançar a direção escolar com sucesso.

“O Projeto Pedagógico está intimamente interligado às práxis docentes e o gestor pedagógico deve mediar esses dois materiais e verificar se há consonância entre ambos. É preciso discutir como será a utilização das TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação), como criar um ambiente produtivo em sua instituição e participar da formação e construção do Projeto Pedagógico”, ressaltou Célia Godoy durante sua palestra. “Perguntar para os educadores, educandos, pais, parceiros e escutar questionamentos auxilia na detecção de dificuldades, levantamento de necessidades e propostas para melhoria. É preciso envolver o outro no projeto e levantar dados de realidade e diagnóstico situacional”.

Construir uma gestão de qualidade é uma tarefa difícil. Refletir e redefinir o repertório de líderes educacionais, seu papel frente à administração, seu relacionamento e convivência com os professores, estratégias pedagógicas e caminhos escolhidos diante de problematizações, requer um olhar apurado, decidido a alcançar propósitos que envolvam o diálogo, a humanização, inclusão, solidariedade, participação e democracia.

Carmem Lúcia Campanelli, Pedagoga, especializada em Psicopedagogia Clínica e aperfeiçoamento em Gestão de Pessoas: Liderança e Trabalho Coletivo, acredita que a convivência no trabalho, seja ele qual for, nos encaminha a compreender as diferenças de opinião, de visão, de formação, de cultura e de comportamento. Realizar esse exercício é uma tarefa árdua, mas é possível se basearmos os relacionamentos interpessoais no autoconhecimento, na empatia, na assertividade, na cordialidade e na ética.

“É preciso definir papeis, despir de julgamentos, estabelecer uma relação interpessoal e manter, acima de tudo, o respeito. A escola é um lugar onde todos passam e podemos deixar recordações boas ou ruins, tanto em nossos alunados como nos pais”, destacou Carmem Lúcia, durante a palestra “A construção do relacionamento interpessoal na Escola”.

Todo meio interpessoal, de convivência, diz Carmem Lúcia, gera um conflito, um debatedor de ideias. Tudo é um meio, não é um fim, tudo é uma ferramenta para construir um conhecimento. Para ser um bom líder, é preciso ser um bom ouvinte. “Liderança é enxergar as possibilidades. É preciso ter empatia, atrelar a liderança com afetividade. Qual é a minha expectativa? Quais são as metas a serem alcançadas? O líder constroi pontes em uma relação interpessoal e dá voz a todas as pessoas da escola”, completa.

PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

Com tantas alterações no ciclo escolar e mudanças sociais, culturais e digitais, como prever uma excelência educacional? E, além disso, como instigar o aluno a participar cada vez mais do aprendizado diário? Refletir sobre o processo ensino-aprendizagem nas diversas dimensões que desembarcam na educação contemporânea é aceitar as modificações estruturais e trabalhar ações diferenciadas.

“Educar implica em compromisso. É, também, construtor de identidades humanas, busca de referências, abertura de horizontes, não ficar apenas na superficialidade. Trabalhar a interação, a ação com aprendizagem e que seja um compromisso de apropriação e não de alienação”, ressaltou Emília Cipriano, que ministrou a palestra “Processo Ensino-Aprendizagem. Como conquistar a atenção dos nossos alunos?”.

Pedagoga e Doutora em Educação, Emília Cipriano diz que, para aprender, o ser humano depende da apropriação sucessiva de instrumentos mentais que possibilitem o trabalho com os conteúdos escolares. “Para adquirir, utilizar e ampliar os instrumentos internos é necessário formas e exercitar atividades de estudo, como observação, registro, organização, relato e comunicação”.

E, para efetivar esse mecanismo de atividades de estudo, Emília destaca alguns caminhos, como: A observação precisa ser dirigida, ter um objetivo, levar o aluno a mobilizar a atenção; O registro pode ser feito com desenho e escrita, “in loco” ou memória. O registro têm duas funções – estabelecimento das redes neuronais e fortalecimento das redes existentes, como cadernos de ideias.

A organização é a atividade de pensamento externalizada. Mapas, diagramas, esquemas, redes conceituais, listas, sinopses, desenhos, representações, imaginação, percepção visual e proporção; O relato apoia na organização de informações e dados. Pode assumir várias formas com ou sem uso de imagens em suportes variados (papel, lousa, computador, datashow); A comunicação pode ser oral, escrita, imagética. Pode ter suporte de cartaz, livro, folheto, website ou por meio de filme, foto ou datashow.

Para propagar o conhecimento, a informação e as atividades de estudo, foram demonstradas, durante a apresentação, a identificação do educador como principal agente para explorar no educando uma relação de curiosidade e indagação com o saber e consolidar as formas de aprendizagem que levam ao aprendizado.

Essa possibilidade de diálogo aponta, para este século, uma gama enorme de transformações e pluralidades, dominando muitos métodos para se trabalhar. Constatando que cada sala de aula é um micro universo cultural diferente, com características únicas, certas atividades propostas podem ser absorvidas de maneira positiva em uma turma – e outras não. “É interessante buscar uma mudança de mentalidade. Trabalhar a ação pedagógica de forma diferente e realizar uma ruptura de dentro pra fora, de uma outra lógica”, finalizou Emília.

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