As projeções para 2016 ainda não são positivas financeiramente para o país. Com a continuidade da crise, o reflexo já é sentido pelos mais diversos setores sociais, dentre eles, com certeza, as escolas particulares, visto no aumento dos índices de inadimplência dos pais, que levam a sérios problemas financeiros.
Como convivo no meio escolar, tenho percebido uma grande preocupação por parte dos gestores, que, em alguns casos, já se tornaram desespero; também já tenho escutado casos de escolas que fecharam as portas por causa de problemas relacionados à inadimplência. Enfim, chegou a hora de uma verdadeira ação de guerra nessas empresas para combater os impactos que a crise pode ocasionar para a instituição.
O primeiro passo é reduzir a inadimplência e aí chegamos na questão mais complexa: como fazer isso sem perder o cliente ou o bom relacionamento com os clientes? Muitos acham que é simples realizar uma cobrança e isso não é a realidade; é necessário eficácia. Com práticas mais avançadas e um mercado cada vez maior, as renegociações das dívidas assumem novas metodologias que modernizaram o campo de crédito e cobrança, trazendo melhorias à instituição.
Assim, nesse ponto, uma primeira orientação que dou às instituições é serem mais maleáveis, buscando realizar conciliações que sejam positivas para todos os lados. Por isso, é preciso treinar o profissional da área financeira ou de cobrança de sua instituição para elaboração de soluções negociais e jurídicas para o problema dos atrasos de pagamentos e estabelecer parâmetros de acordos e ajustes de valores e estratégias destinadas ao recebimento com menor custo.
Além do treinamento desses profissionais, também é fundamental uma maior organização no fluxo de informação referentes aos seus clientes, com informações consistentes se tem uma direção melhor para tomada de decisão podendo atuar com assertividade, dinamismo e agilidade. Quando as informações estão controladas por sistemas seguros e organizados de forma estruturada, é possível se organizar, proporcionar descontos, ajustes de datas e prazos e ter uma visão global do fôlego financeiro da instituição para os próximos meses.
Esse é um ponto fundamental em um momento em que os ânimos estão à flor da pele, é preciso ter muita delicadeza na hora da negociação e principalmente das cobranças, diminuindo os impactos no relacionamento escola, pais e alunos. Deve-se evitar assim a exposição ou sanções por inadimplência nesse momento.
A não observância dessas necessidades de ajustes fará com que os índices de inadimplência continuem crescendo. Enfim, em tempos de crise, em vez de fecharmos as portas, devemos abrir oportunidades para que se ocorra a continuidade do relacionamento entre escola e seus clientes, possibilitando a estabilidade e preparo para que haja crescimento póstumo.
Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira, do lançamento Mesada não é só dinheiro, e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.