Por Fátima Maria de Souza Rebouças
É claro e notório que as escolas buscam sentido para o seu “fazer pedagógico”. Compreendemos que essa falta de sentido é oriunda dos vários desajustes na trajetória educacional do país. Entende-se a partir daí o porquê dos vários desafios e desencontros enfrentados pelas Instituições de ensino brasileiras. Esse, inclusive, em sua abrangência macro e em seus detalhes também, foi um dos importantes temas debatidos na Bett Educar, que aconteceu na última semana, o qual participamos.
Nesse contexto, entende-se também o imenso desejo se acertar, entende-se a procura incessante por soluções que norteiem essas práticas inovadoras e que eliminem a dicotomia entre a escola e a vida dos alunos.
As instituições educacionais têm pautado suas ações em constantes palestras motivacionais e provocadoras de processos que deem respostas ao dia a dia da sala da aula. A partir de questionamentos sobre o como estimular os alunos em sala de aula e respeitar suas experiências, e sobre o envolvimento dos educadores nessas mudanças, percebe-se ainda um descompasso entre o mundo e a escola. Pensar em uma escola que dê sentido é buscar fundamentação teórica é entender que o mundo mudou e, consequentemente, a forma de ensinar não pode ser a mesma do século passado. É absorver os anseios da sociedade e, principalmente, comprometer-se com a construção de sujeitos éticos e justos.
Para dar sentido ao conjunto de soluções educacionais buscados pela escola do Século XXI, os saberes não podem estar centrados no achismo ou apenas nos desejos dos seus atores. Por isso, as instituições educacionais estão buscando sentido, na sua maioria, em soluções didáticas inovadoras. Muitos desses materiais ampliam as propostas educacionais, ao incluir novas experiências de aprendizagem.
O documento normativo da nova versão da BNCC, por exemplo, rege que as instituições de ensino sejam conhecedoras e extremamente comprometidas com os novos processos de ensino e aprendizagem e que estes estejam à serviço dos seus atores e da sociedade. Contudo, não existe fórmula mágica para o sucesso dessa empreitada, mesmo países desenvolvidos educacionalmente enfrentaram alguns percalços, como os EUA. Mas, para que o caminho seja mais assertivo possível, é preciso que seus atores dominem seus papéis e se adaptem aos novos contextos, dominem as novas competências e desenvolvam as novas habilidades – como as socioemocionais, tão necessárias atualmente – e principalmente que saibam colocá-las a serviço dos seus alunos.
Por isso, enfatizo que além das metodologias ativas e dos processos de avaliação educacional, focados nas habilidades e competências que o sujeito aluno deve dominar, compete a escola estruturar seus processos didáticos com foco em cinco eixos principais, a partir da Educação Infantil, são eles: CONVIVER, BRINCAR, PARTICIPAR, EXPLORAR, EXPRESSAR E CONHECER!
A mudança de paradigma, com esse foco, requer uma série de providências que não são simples. Do ponto de vista pedagógico, ou melhor, da ação que norteia a prática pedagógica do professor, o novo modelo de educação (com transformações no planejar, ensinar, estudar e aprender) exige que o docente compreenda, viva e saiba lidar com competências humanas.
Nesse processo, é urgente, portanto, distinguirmos o que é essencial para cada escola e o que é importante para as crianças e jovens com as quais trabalhamos. A escola que busca sentido norteia um planejamento interdisciplinar, visto que se orienta para um diálogo por competência, por área de conhecimentos e suas respectivas habilidades. O educador americano Thomas Burke, autor de “O professor revolucionário”, sugere que a sala de aula não deve se restringir ao espaço das quatro paredes, mas estender às bibliotecas, aos laboratórios, aos escritórios, às lojas, ao campo, à favela, à floresta, ao mundo da internet, enfim, a todo meio ambiente físico e social no qual o verdadeiro processo de aprendizagem se desenvolve. É nessa sala se aula que as relações humanas devem ser intensificadas, que o respeito às diferenças deve ser trabalhado e onde o cidadão do futuro será formado.
Conscientizemo-nos, portanto, que o sentido da escola do século XXI deve ser de orientar a interdisciplinaridade com as relações humanas, sociais, políticas e emocionais que amem, respeitem, cooperem e incluam. E para isso, é preciso que educadores na sala de aula e gestores escolares trabalhem com os mesmos objetivos. Com olhar para novas estratégias que despertem o desejo e a curiosidade pelas tecnologias e pelas novas formas de aprendizagem significativa.
A aprendizagem só faz sentido quando vai além e descortina novos horizonte, em toda a cadeia escolar: desde os gestores até os professores, desde auxiliares e demais funcionários aos alunos e sua família.
Sobre o Trilhas Sistema de Ensino:
Voltado às escolas privadas, a solução educacional oferece materiais impressos e digitais que fortalecem os processos de ensino-aprendizagem. Trilhas foi elaborado para auxiliar as escolas no caminho do conhecimento, da qualidade do aprendizado e do desenvolvimento de melhores práticas de gestão de maneira integrada. Inicialmente, o novo Sistema de Ensino traz conteúdos para a Educação Infantil e para o Ensino Fundamental I, em todos os componentes curriculares e áreas do conhecimento. Materiais complementares também fazem parte da Coleção Trilhas: livro da família, diário e módulos que trabalham a cidadania, na Educação Infantil, e livros de Educação Financeira, Arte, Inglês e Espanhol, no Ensino Fundamental I. Posteriormente, o Sistema será ampliado e atenderá também ao Ensino Fundamental II e ao Ensino Médio.