Obra do português José Morais faz uma análise aprofundada sobre os desafios da alfabetização no Brasil
“A alfabetização no Brasil vai mal, está doente, precisa urgentemente de medicina apropriada”, afirma José Morais, que aborda o assunto no livro Alfabetizar para a democracia, lançado pelaeditora Penso.
Nesta obra, o professor mostra como a ação de alfabetizar é caminho para a construção de uma democracia autêntica, que proporcione a todos os indivíduos o direito à liberdade e à igualdade. Em capítulo inédito, o autor faz uma análise aprofundada sobre os desafios da alfabetização no Brasil e sua relação com questões políticas e sociais.
O desempenho do país no PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), além de estar muito abaixo da média de outros países, não obteve uma variação significativa entre a primeira edição (2000) e a última (2012). O grande problema, segundo Morais, é que a política de alfabetização brasileira é totalmente anticientífica e se baseia no método construtivista. “É uma proposta de alfabetização que não alfabetiza”, comenta.
Ele defende o envolvimento da neurociência na alfabetização para reformar os pensamentos pedagógicos. O primeiro passo é fazer com que os alunos compreendam o princípio alfabético, a representação dos fonemas (som) por grafemas (letra). Em segundo, mostrar-lhes que esta representação se faz conforme o código ortográfico da língua, e, através do ensino direto e da prática acompanhada da leitura, fazê-los dominar o código.
A alfabetização abre o caminho à literacia, isto é, à utilização das habilidades de leitura e de escrita em atividades que vão além do alfabetismo, atividades de aquisição, transmissão e, eventualmente, produção de conhecimento. É necessária para o pleno desenvolvimento da mente e das suas capacidades.
Morais é doutor em ciências psicológicas pela Universidade Livre de Bruxelas, doutor honoris causa pela Universidade de Lisboa e Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique em razão das suas contribuições para o conhecimento, em particular no domínio da leitura e da literacia. Foi Presidente do Comitê das Ciências Psicológicas da Academia Real da Bélgica e membro do Observatório Nacional da Leitura da França. Atualmente é professor emérito da ULB e permanece membro ativo do seu Centro de Pesquisa em Cognição e Cérebro (CRCN).
Grupo A Educação:
O Grupo A Educação é uma holding que reúne um grande portfólio de negócios voltados para o mercado educacional, integrando soluções em conteúdo, tecnologia e serviços. Com mais de 40 anos de atuação no mercado editorial, a empresa é detentora dos selos Artmed, Bookman, McGraw-Hill, Artes Médicas e Penso. Sua linha editorial, que possui mais de dois mil títulos em catálogo, está voltada para a publicação de livros científicos, técnicos e profissionais, e é referência nas áreas de biociências, ciências humanas, e ciências exatas, sociais e aplicadas.
Desde 2011, a empresa vem intensificando o seu posicionamento no mercado educacional a partir de parcerias com multinacionais como a Blackboard, líder mundial em tecnologia para educação, e a Kaltura, maior plataforma aberta de vídeos do mundo, além de contar com iniciativas nacionais como a GSI online, especializada na construção e adaptação de conteúdos para a educação a distância, e a Sagah, sistema de aprendizado do Grupo A desenvolvido em conjunto com a Hoper Educação.