O novo projeto, para o Ensino Fundamental, é focado em resolução de conflitos
Incentivar o diálogo entre os alunos para que possam resolver as próprias questões é fundamental para a boa convivência na escola. Por isso, desde o início do ano, o Santo Américo abriu um espaço para as turmas do Ensino Fundamental discutirem problemas que aparecem no cotidiano escolar, dentro ou fora da sala de aula.
As chamadas Assembleias Escolares acontecem quinzenalmente e contam com a presença de professores para mediar a conversa. “O objetivo dessa prática, além do levantamento de possíveis respostas, acordos ou regras como resolução de conflitos, é levar os alunos a expressarem suas ideias, respeitarem outras opiniões e se colocarem no lugar de seus colegas”, explica José Ruy Lozano, coordenador pedagógico Ensino Fundamental 2 do Colégio Santo Américo.
Entre os temas de discussão mais recorrentes estão as conversas durante as aulas, brincadeiras inadequadas com colegas, exclusão, material no chão, questões relacionadas ao uso impróprio da internet, problemas no recreio etc. Karin Garzón, mediadora das turmas do 8º ano, destaca que um dos aspectos importantes é os alunos compreenderem que nem todos os conflitos são culpa do outro.
“Nas assembleias, por meio do diálogo, o aluno consegue ver que, por exemplo, os outros não estão falando com ele porque ele disse algo ofensivo. Essa consciência sobre si mesmo e a capacidade de responsabilizar-se são conquistas muito importantes e contribuem para o amadurecimento”, assinala.
Apesar de cumprir o papel de ser um momento em que os conflitos são trabalhados sem a pretensão de resolvê-los definitivamente, já que isso é um longo processo, em algumas situações as discussões mostram de forma contundente a validade da prática. “Um grupo estava falando sobre bullying e, de repente, um aluno se levantou e pediu desculpas a outro, dizendo que tinha agido mal. Foi emocionante”, relata uma das mediadoras.
Passo a passo do projeto
Para viabilizar o processo, foram colocadas em cada sala de aulas duas caixas, contendo os dizeres: Quero falar sobre… e Quero parabenizar… Na primeira, os alunos – e também os professores – colocam propostas de discussão, escolhidas e colocadas na sequência de debate pelos representantes de classe, sob a supervisão do professor, na aula anterior à realização da assembleia.
Com os estudantes sentados em círculo, em uma sala especialmente preparada para esse fim, o professor dá início à assembleia com a leitura do primeiro assunto da pauta a ser discutido. Em seguida, passa a palavra para os alunos.
“Eles ainda estão aprendendo que, tanto nas propostas de pauta quanto nas discussões, não podem mencionar o nome de colegas nem de professores. Isso porque, além de querermos evitar discussões interpessoais, nossa meta é gerar uma reflexão abrangente sobre o tema em questão, até mais do que resolver um problema específico”, observa Regina Bitelli, mediadora das turmas de 5º e 6º anos.
Alguns resultados positivos têm sido observados. Claudia Zaclis, mediadora do 7º e 9º anos, comenta que alunos mais calados começaram a expressar-se. “A presença do adulto mediador gera confiança. Todos sentem que podem falar e, o mais importante, que serão ouvidos. Isso traz, para todo o grupo, consciência sobre problemas muitas vezes nem percebidos. Um exemplo: ao ouvirem os colegas dizendo que suas brincadeiras durante a aula estavam prejudicando o grupo, alguns alunos se deram conta do que faziam e, depois de a classe toda chegar a alguns combinados, começaram a mudar de comportamento”.
Outro resultado, bem visível, é o que aparece na segunda caixa, que diz Quero parabenizar… Nela são colocados registros de atitudes positivas e, nesse caso, pode-se citar o nome dos alunos envolvidos. E, segundo as mediadoras, vários nomes, com elogios a suas atitudes, já foram mencionados.
Sobre o Colégio Santo Américo (www.csasp.g12.br)
Há mais de 60 anos, o Santo Américo oferece uma proposta pedagógica diferenciada, focada na aprendizagem global do aluno, por meio de uma matriz curricular abrangente viabilizada pelo período integral.
Com uma equipe de educadores altamente qualificados, que busca ampliar a capacidade de os estudantes se tornarem agentes da sua própria aprendizagem, a escola disponibiliza uma grande variedade de atividades que permite o desenvolvimento de talentos diversos. Os alunos contam com um Espaço Cultural de mais de 1,6 mil m², onde são ministradas aulas de artes, música e dança. Além disso, o ensino de xadrez faz parte da grade curricular, há uma maior carga horária de Educação Física e no ensino de línguas estrangeiras, como Inglês e Espanhol.
O Colégio Santo Américo está localizado na rua Santo Américo, 275, no Morumbi, zona sul de São Paulo.