Por Juliana Albanez
Desde cedo recebemos muita informação e cada dia em volume maior: escola, curso de inglês, balé ou algum outro curso da moda… À medida que o tempo vai passando, as atividades se acumulam: faculdade, pós-graduação, MBA e, em alguns casos, mestrados e intercâmbios; a ponto de você se sentir extremamente culpada quando está em casa sentada vendo TV, comendo chocolate, e não mergulhada em um artigo científico.
Além de atualizadas e estudadas, devemos estar conectadas. Whatsapp, Facebook e Linkedin nos dias de hoje é como escovar os dentes. Tanto acesso ao conhecimento, à interatividade e a informação em tempo real nos coloca no mercado de trabalho muito mais preparadas. E mesmo com tanta bagagem, conhecimento e muitas vezes experiência, o sucesso ou realização profissional e pessoal ainda está no topo da montanha. E esse caminho até lá, muitas vezes é tortuoso e de pedra.
Como coach, um dos pontos que sempre me chama atenção é a quantidade de mulheres competentes, preparadas, com histórias tão diferentes, mas com um sentimento em comum: a ausência de autoconfiança.
Você já deve ter ouvido que devemos ser competentes para obter sucesso, reconhecimento e satisfação profissional. Ok, correto. Mas existe um ingrediente fundamental e comum a todas as pessoas de sucesso que é a autoconfiança: que para alguns, pode ser a capacidade de se amar, ou então, uma maneira positiva de encarar a vida em momentos bons ou ruins. E diferente da autoestima que nos faz sentir, a autoconfiança nos convida a ação. E essa tal autoconfiança muitas vezes é escassa entre nós, mulheres.
Quantas vezes pensamos uma ideia que pode resolver uma insossa reunião de horas e ficamos caladas? Quantas vezes você não se candidatou a uma vaga porque não preenchia cem por cento dos requisitos, ou seja, não arriscou? Ou então, em uma festa, conversando com amigos, não disse tudo que sabe sobre determinado assunto com medo de parecer arrogante? Esse é só um aperitivo de tantas situações profissionais ou pessoais que nos pegamos achando que visibilidade, elogio ou sucesso não é para nós.
Nosso apego a derrotas passadas (“já tentei uma vez, não deu certo”), o medo do fracasso, a mania de perfeição e o excesso de autocrítica podem ser as pedras do caminho da montanha. E é muito comum ver mulheres líderes de suas vidas, carreiras, famílias e no íntimo atribuem seu sucesso a sorte.
Mas a mudança de hábitos sempre é possível, porém, exige treino. Uma boa dose de autoconhecimento é fundamental, entrar em seu próprio universo e saber como pode ter um lugar no mundo, que você construiu é um começo para o exercício: o que poderia fazer que ainda não fiz ? Como posso fazer diferente? Relações mais verdadeiras, onde o fluxo de informações seja honesto pode ser um norte para nos acostumarmos a não levar todo o alfabeto para o lado pessoal. E regra mais infalível: GOSTE de você, acredite, seja sua melhor versão. A autoconfiança não tem padrão (ainda bem), e você do jeito que é; na função que está; na área que escolher pode usar da autoconfiança para fazer a diferença.
E aí você pode estar se perguntando: será que a autoconfiança é tão importante assim? Então te convido a voltar ao passado: pense em seus colegas de escola, volte no tempo, visualize cada um, aquele mais competente, que tirava dez em todas as disciplinas e aquele mais confiante, que tinha coragem de fazer perguntas ao professor mais intimidador, que conseguia se apresentar de uma forma diferente de todos, o mais ousado da turma… Você pode se surpreender em saber como estão hoje.
E em um de tantos papos sobre esse assunto, veio uma opinião interessante: essa autoconfiança, em outras palavras é o risco calculado, acreditar que a gente pode dar certo, fazer diferente, com certa dose de loucura.
Exatamente, a autoconfiança pode ser a dose de loucura que nos falta.
Juliana Alba
Contato: www.julianaalbanez.com.br