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Carreira: Gênero ainda influencia a escolha do curso universitário

Prestes a escolher uma carreira, uma nova geração se vê diante de um velho desafio: superar o senso comum que dita determinadas profissões como femininas ou masculinas. Segundo análise feita pelo Guia da Carreira a partir dos dados do Censo da Educação Superior 2015 (publicado pelo Inep no fim do ano), as mulheres ainda se decidem por cursos de Ciências Humanas e ligados ao cuidado com o próximo, enquanto homens preferem Exatas e Tecnologia.Entre os 10 cursos universitários com mais matrículas de mulheres estão Pedagogia, Enfermagem, Serviço Social e Arquitetura. Os homens, por sua vez, dominam as mais variadas engenharias. Já as graduações de Direito, Administração e Ciências Contábeis apresentam um maior equilíbrio entre os dois sexos.

Para Fernanda Lapidus Hecht, gerente responsável pelo portal, vários fatores podem causar essa desproporção de gênero: “A formação do indivíduo na sociedade certamente interfere na escolha profissional, pois é comum que, na infância, as meninas sejam incentivadas a brincar de boneca enquanto os meninos são expostos a blocos de montar. Isso pode gerar, posteriormente, uma identificação com determinadas atividades”.

“O cenário pode ainda ocultar o receio de discriminação por parte de colegas, professores e mercado de trabalho”, argumenta ela. “Como resultado, essas carreiras com participação majoritária feminina ou masculina perdem com a falta de diversidade e de representatividade”, conclui Fernanda. Ela menciona o programa “Faculty for the Future”, da Schlumberger Foundation, como um dos exemplos de incentivo à equiparação de gênero e ao combate ao sexismo que ocorre lá fora. A iniciativa distribui bolsas de estudo para mulheres formadas em cursos de Ciências Exatas.

Outra consequência do paradigma descrito por Fernanda é a concentração das universitárias em poucas carreiras. Foram mais de 608 mil inscritas no curso mais procurado, Pedagogia, enquanto cerca de 381 mil homens ingressaram na graduação preferida deles, Direito.

Ao todo, mais de oito milhões de pessoas entraram em cursos superiores em 2015. Desse total, 4,5 milhões foram do sexo feminino, o equivalente a 57,1% do total, contra os 51,6% de participação que elas têm na população brasileira, segundo dados do Pnad 2015.

©Divulgação/Guia da Carreira

 

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