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Colégio paulistano utiliza álbum de figurinhas da Copa em sala de aula

O álbum de figurinhas da Copa do Mundo é uma verdadeira febre no Brasil. Não é à toa que o país lidera o ranking dos aficionados pelas coleções, consumindo mais que o dobro do segundo colocado, a Alemanha. Aqui, são produzidas 40 milhões de figurinhas por dia, fazendo com que os brasileiros se mobilizem para trocar as carinhas repetidas.

Mesmo com os lugares de encontro e grupos na internet, as escolas ainda seguem como ponto preferido entre os jovens para, literalmente, trocarem figurinhas. Se antes o álbum da Copa era encarado como um empecilho durante o período letivo, hoje alguns colégios brasileiros aproveitam para utilizá-lo como ferramenta educacional.

É o que acontece no Colégio Humboldt – instituição bilíngue e multicultural (português/alemão), localizada em Interlagos (SP) -, onde o professor de Língua Portuguesa, Ari Mascarenhas, notou que o material poderia ser utilizado para complementar as aulas e torná-las mais atrativas.  “Percebemos que o álbum da Copa trouxe aos alunos uma vontade de se aproximarem, compartilharem e conviverem com os outros sob o pretexto da necessidade de preencherem o álbum ou simplesmente encontrarem figurinhas raras. Passamos a pensar em como trazer esse instrumento unificador para a sala de aula”, afirma Ari.

Durante as aulas de Língua Portuguesa, os alunos desenvolvem atividades com foco na leitura e interpretação de textos sincréticos. E o álbum da Copa é utilizado como objeto de pesquisa, servindo de exemplo de como se confecciona um álbum e seu caráter de almanaque, cuja principal característica está no destaque de elementos “curiosos” e de enunciados apelativos para despertar o interesse dos colecionadores.   Em outra atividade complementar, elaborada pelo próprio professor, os alunos produzem suas próprias figurinhas com imagens dos jogadores, registrando as principais habilidades do atleta que o grupo considera indispensável para uma boa atuação em uma partida de futebol.

Para Ari, usar o álbum como ferramenta educacional é uma maneira de se aproximar da realidade dos jovens, permitindo observar como eles desenvolvem a capacidade de relacionar informações escritas e imagens em prol de um entendimento mais amplo sobre um determinado texto. “Os alunos se sentem mais inseridos no contexto das aulas. Para eles, é complicado ter uma atividade prazerosa fora da sala e ter que abandoná-la ao entrar em aula. Qualquer atividade que permita o contato com o mundo exterior deles é extremamente atraente e pode ser canalizada para os objetivos do programa”, comenta.

Segundo o professor, após adotar o material de maneira didática, a receptividade dos alunos em relação às atividades aumentou. “A aceitação deles é muito impactante e, o que mais chama a atenção, é como os alunos se sentem valorizados ao notarem que estão tratando suas brincadeiras com um olhar menos punitivo e mais agregador”, pontua Ari. “Quando os alunos percebem que um simples álbum de figurinha pode, através do afinamento do olhar, significar muito mais que um papel cheio de cola e cores, sinto que estão caminhando em busca de uma leitura de mundo extremamente libertadora, cuja autonomia será fundamentada pelo olhar crítico e questionador”, finaliza.

Aula temática sobre futebol – A professora de Língua Portuguesa do Colégio Humboldt, Daniella Barbosa Buttler, programou uma aula invertida sobre futebol, considerando o Campeonato Mundial, no próximo dia 12/6 – dois dias antes do início da Copa. A ideia é mostrar como essa categoria esportiva foi representada na arte em suas várias modalidades, fazendo conexão com música, cinema, literatura, dentre outros, com o objetivo de valorizar o papel do esporte e de sua identidade, por meio de gêneros textuais e orais – texto jornalístico, texto literário (texto clássico) de Carlos Drummond de Andrade e Nelson Rodrigues. Os alunos do 11º ano vão pesquisar sobre o tema em casa para enriquecer o debate em sala de aula, além de também levarem o álbum de figurinhas para discutir se existe “Arte” no material. A aula será iniciada com a música da banda Titãs “Comida” para falar da importância da arte e o quanto o futebol é refletido nela e com o livro “Veneno Remédio” do professor José Miguel Wisnik, os estudantes vão apontar em qual momento o futebol foi veneno e em qual foi remédio.

 Sobre o Colégio Humboldt

Mantido pela Sociedade Escolar Barão do Rio Branco, o Colégio Humboldt está instalado em uma área de 60 mil metros quadrados e hoje atende a aproximadamente 1.100 alunos, desde o Maternal até o Ensino Médio. A instituição – referência quando o assunto é ensino de qualidade – oferece ensino bilíngue (português/alemão) e multicultural e dois currículos de formação: um brasileiro e outro alemão. Também conta com o Abitur, para os alunos que desejam ingressar em universidades alemãs, e com a Humboldt Formação Profissional Dual, que oferece cursos técnicos e tecnólogo em gestão.

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