Crianças e adolescentes têm passado cada vez mais tempo no mundo virtual e muitas vezes os pais não sabem como agir ou que fazer para garantir a segurança dos filhos. Para ajudar, o Santo Américo promoveu uma palestra sobre o uso seguro da internet com a doutora Patricia Peck Pinheiro, advogada especialista em crimes digitais, doutoranda em Direito Internacional pela Universidade de São Paulo (USP), idealizadora e fundadora do Instituto iStart e Movimento Família mais Segura.
Durante o encontro, Patrícia falou sobre a idade mínima recomendada para se ter um celular, utilização da internet sem supervisão, aplicativos e jogos online, limites e horários, postagem e compartilhamento de fotos e a responsabilidade legal dos pais pelos possíveis crimes virtuais cometidos pelos filhos.
Para mostrar que os perigos continuam os mesmos, só mudaram a forma como são apresentados, Patrícia faz uma analogia com as situações que os pais estavam acostumados até alguns anos atrás. “Vivemos em uma rua digital gigantesca, a internet, em que não há muros nem portas, com mais de um bilhão de pessoas conectadas em tempo real. Por certo, os pais têm de orientar os filhos sobre os riscos envolvidos. Valem os mesmos conselhos de antigamente para ensiná-los a se protegerem de estranhos”.
Uma das questões em alta atualmente é qual a idade correta para ganhar um celular. Patrícia incentiva os pais a questionarem as motivações do pedido. Geralmente os pequenos querem principalmente jogar enquanto os adolescentes querem conversar com os amigos e acessar as redes sociais. “Enquanto o filho for criança, ou seja, até 12 anos incompletos, não deveria ter um celular próprio com internet, a não ser que haja uma vigilância ostensiva dos pais, que têm de monitorar o aparelho, ter acesso a ele, olhar ligações, contatos, grupos, fotos etc. É um dever a vigilância, e a lei determina que criança não pode ficar sozinha sem assistência e supervisão de um adulto, seja em casa, na rua tradicional ou na rua digital. Temos de lembrar que hoje o celular é uma ferramenta poderosa, que funciona como a porta da rua digital, abrindo caminhos para as crianças ficarem expostas. Assim, o benefício tem de ser maior que o risco”.
Limites e cuidados também são fundamentais, tanto no celular quanto no computador. O uso ético, seguro e saudável é indispensável, e para isso algumas regras simples devem ser seguidas, como não caminhar digitando, não tirar fotos dos outros sem autorização da pessoa, não tirar fotos que os exponham ao ridículo, não publicar o número do celular nas redes sociais e nem passá-lo para qualquer um, não falar com estranhos, não adicionar – de preferência bloquear – pessoas desconhecidas em aplicativos de bate-papo (como WhatsApp), colocar o antivírus e o manter atualizado, não baixar qualquer aplicativo só porque é gratuito, fazer o backup dos dados periodicamente e colocar senha de bloqueio, que deve ser do conhecimento dos pais.
Outras medidas que Patrícia também considera importante envolvem principalmente a monitoração constante dos pais, como verificar as fotos que os filhos estão tirando e compartilhando, se possível antes de serem publicadas; saber quem são os amigos virtuais, principalmente aqueles com quem eles mais conversam; ficar atento aos termos de uso de uma determinada ferramenta ou serviço para saber qual a idade mínima recomendada; fazer uma busca pelo nome do filho para ver o que aparece; estabelecer limites de tempo, do que pode ou não ser feito com o equipamento e com os recursos.
Aparentemente inocentes, os jogos online também podem ser perigosos, principalmente se tiverem a opção de chat para conversar com os demais participantes. “É perigoso, porque adultos podem abordar uma criança ou um adolescente, que acha que aquela pessoa quer apenas jogar e não imagina que ela pode estar usando o jogo para obter informações sobre a família”. Patrícia exemplifica com casos reais, como um jovem que tirou e enviou fotos nu para um jogador desconhecido para obter uma dica sobre como passar de fase e uma criança de seis anos que enviou uma foto, pois o outro jogador “salvou” a vida dela e pediu a foto como retribuição. A dica da especialista é saber quais são as preferências dos filhos e jogar junto para ver como é, assim é possível avaliar se a criança pode ficar sozinha ou deve ser supervisionada por um adulto.
Patrícia alerta que o excesso de exposição da vida íntima pode atrair bandidos e hackers, facilitando invasões reais (assaltos e sequestros) e virtuais (senhas de banco e outros sites), por isso todos devem ter cuidado e evitar publicar dados sobre a rotina, trajetos, horários, viagens, bens da família e fotos da casa. “Uma coisa é certa, não existe lugar totalmente seguro na web. Por isso, a conduta tem de ser de cautela e cuidado. Uma criança navegando sozinha na internet é um menor abandonado digital, que está sujeito desde a facilmente acessar conteúdo não apropriado para a idade até ser abordado por um pedófilo, e isso sem sair de dentro de casa”, alerta.
Sobre o Colégio Santo Américo (www.csasp.g12.br)
Há mais de 60 anos, o Santo Américo oferece uma proposta pedagógica diferenciada, focada na aprendizagem global do aluno, por meio de uma matriz curricular abrangente viabilizada pelo período integral.
Com uma equipe de educadores altamente qualificados, que busca ampliar a capacidade de os estudantes se tornarem agentes da sua própria aprendizagem, a escola disponibiliza uma grande variedade de atividades que permite o desenvolvimento de talentos diversos.
Os alunos contam com um Espaço Cultural de mais de 1,6 mil m², onde são ministradas aulas de artes, música e dança. Além disso, o ensino de xadrez faz parte da grade curricular, há uma maior carga horária de Educação Física e no ensino de línguas estrangeiras, como Inglês e Espanhol.
O Colégio Santo Américo está localizado na rua Santo Américo, 275, no Morumbi, zona sul de São Paulo.