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Os espaços que compõem a arquitetura escolar podem ser observados e trabalhados de diversas formas com o intuito de desenvolver e fomentar características que contribuam para a formação integral de todos os estudantes. Nessa perspectiva, tendo como ponto de partida a importância da leitura na contemporaneidade – tanto pela formação de cidadãos críticos e reflexivos como pelo estímulo de uma atividade prazerosa – localizamos em algumas instituições de ensino ações que privilegiam o hábito da leitura nas crianças.
Na Escola Santi, instituição de ensino localizada em São Paulo que comemorou 50 anos de existência em 2019, diversos projetos com a finalidade de formar leitores de todas as idades são realizados desde 2015 sob o comando de Marcos Panontin, responsável pela biblioteca da escola. Dentre as atividades, rodas de conversa, contações de histórias e leituras, são realizadas com a ideia de associar a leitura a uma atividade prazerosa, ou seja, o hábito da leitura é reforçado como algo divertido e apaixonante.
“Nosso carro-chefe são as rodas de biblioteca semanais, para a formação de leitores, com todas as turmas da Educação Infantil e Fundamentais 1 e 2. Nos encontros fazemos leituras, contações de histórias e discutimos sobre livros, autores, gêneros, além de investigarmos a fundo textos diversos. Em seguida, os alunos escolhem um livro para ler em casa e na semana seguinte comentam sobre o que gostaram e o que não gostaram. É um momento de interação entre os leitores e o universo da literatura”, afirma Panontin.
Nesses encontros, que recebem alunos a partir de 01 ano e 3 meses, o espaço em que acontece essas atividades constrói, de forma coletiva, sensações de aconchego e bem-estar. A estrutura da biblioteca da Escola Santi, conta Panontin, possui arquibancadas, pufes para leitura, estantes na altura média das crianças, além de uma decoração temática com sombras de personagens. “Há também ilustrações de livros feitas pelas próprias crianças”.
A ideia de fomentar ações para a formação de leitores é um projeto que atravessa toda a escola – e em cada área aborda a temática de uma maneira diferente. “Nas salas de aula existem as leituras feitas por professores e as compartilhadas, em que todos leem a mesma obra. Já na biblioteca há as rodas de leitura, tornando-a um espaço privilegiado, em que ocorrem os processos de escolha e autonomia do leitor. É um espaço de criação de repertório literário, pela quantidade de histórias presentes, fazendo com que as crianças podem descobrir do que gostam”, explica o responsável pela biblioteca.
Dicas para criar o hábito da leitura
Dentre as principais orientações para que os pais/responsáveis incentivem o hábito da leitura nas crianças, Panontin destaca que, “em primeiro lugar, deve-se investigar quais são os interesses das crianças e do que elas gostam. Desta maneira, é mais fácil buscar uma leitura que esteja adequada com os gostos dela”.
Em seguida, “não tratar a leitura como pressão e sim como atividade prazerosa. Também é importante ‘dividir’ a leitura com a criança, lendo o mesmo livro e conversando sobre a história e os personagens. Assim como gostamos de comentar séries de TV e novelas, as crianças também gostam de falar sobre o livro que estão lendo”, enfatiza.
Por fim, segundo o coordenador da biblioteca, “outro ponto importante é criar uma espécie de comunidade, com os pequenos leitores trocando seus livros entre os amigos. Criar um momento especial de leitura, antes de dormir, por exemplo, também reforça a criação do hábito nos pequenos. Também é fundamental que o adulto possa dar o exemplo, sendo também um leitor e conversando com as crianças sobre os livros que mais gosta, que marcaram sua vida, etc.”, conclui.