“Temos clareza que as exigências para operar no mundo físico, social, cultural e digital passam, necessariamente, pelo domínio do conhecimento ‘em ação’, ou seja, da capacidade de mobilizar o que se sabe para resolver os problemas que se apresentam de maneira criativa, colaborativa e sustentável. Logo, as proposições pedagógicas das escolas precisam estar alinhadas para dar conta dessa necessidade. Nossos professores precisam entender, de uma vez por todas, que conteúdo é meio e não o fim do trabalho de ensino”, destaca a diretora Acedriana Vicente
Por Rafael Pinheiro / Fotos Divulgação
O conceito de educação explora, interliga, multiplica, expande e dialoga com uma infinidade de significados. Historicamente, o processo educacional foi objeto de pesquisa de inúmeros pensadores e pensadoras, teóricos e teóricas, acadêmicos e acadêmicas, escritores e escritoras, analistas, professores e professoras. A educação é uma palavra-chave transcendente e transitou em espaços multidisciplinares. Dessa forma, localizamos seus estudos em áreas transversais, como a psicologia e psicanálise, as artes, as ciências humanas, as ciências exatas e, também, em áreas correlatas.
Se buscarmos, então, uma definição para o conceito de educação, podemos encontrar: “ação ou efeito de educar”, “aperfeiçoar as capacidades intelectuais e morais de alguém”, “capacitação e/ou formação das novas gerações de acordo com os ideais culturais de um povo”, “processo em que uma habilidade se desenvolve através de seu exercício contínuo”, “didática e reunião dos métodos e teorias através das quais é ensinado ou aprendido”, entre outras.
De certa forma, as definições apresentadas acima não abrangem, em sua totalidade, o desenvolvimento complexo proposto diariamente em todas as instituições de ensino. Pelo contrário. A atualidade nos mostra, sobretudo através de interferências socioculturais, que atravessamos um período denso de problematizações, reflexões e novos/outros formatos de pensar a maneira pedagógica e o processo de aprendizado em sala de aula. Retirando, assim, qualquer sombra estática da educação e inserindo, em seu potencial, experiências, encontros e possibilidades na contemporaneidade.
“Eu seria ainda mais contundente: ou redesenhamos as salas de aula, ou as escolas não darão respostas aos novos tempos. Como atender às expectativas sobre o papel da escola em relação às demandas do mundo do trabalho, por exemplo?”, indaga Acedriana Vicente, Diretora Pedagógica da Editora Positivo. “Nossos estudantes precisam ser provocados para trabalhar focados no desenvolvimento de novas habilidades. Isso é uma mudança de cultura que não se efetiva da noite para o dia”.
Se refletirmos sobre a atualidade, observamos novas roupagens e ressonâncias nos sistemas de ensino adotados nas instituições privadas, sobretudo pelo advento tecnológico e as demandas/habilidades do século XXI. “Entendo que um sistema de ensino deve integrar mídias impressas e digitais para que consiga ser efetivo e eficaz. O aluno se identifica melhor quando conjugamos as mídias e oferecemos mais de um caminho para que ele escolha, sem que com isso seja prejudicada a qualidade do que se pretende ensinar”, diz Acedriana.
Além disso, conta a diretora, a proposta de ensino deve promover interações entre professores, alunos e o objeto a ser conhecido de tal modo que instigue a capacidade de argumentação baseada em fatos e dados, a força criativa que investiga e propõe, e a sensibilidade que humaniza e inclui a todos.
Nos processos atuais, evocados pelos equipamentos tecnológicos, os dinamismos e as interações digitais repercutem, de alguma forma, nos sistemas de ensino adotados pelos colégios. “Seria impensável virar as costas para todos os recursos que a tecnologia pode oferecer aos professores e alunos em todo o processo de ensino e de aprendizagem. Toda tecnologia, para ser útil – didaticamente – deve ser calibrada no espaço escolar e integrada com a proposta da escola”, reflete Acedriana.
Para o Prof. Dr. João Carlos Martins, Diretor Geral do Colégio Renascença (SP) e Diretor da HUMUS Consultoria, toda ferramenta e espaços pensados para auxiliar o professor nas mediações e nas interações profícuas para dar qualidade ao processo de aprendizagem são bem-vindos. “Sempre como meio e não como fim. Todo serviço que colabore com o professor provocando reflexões, troca de práticas, estudos, desacomodando e proporcionando experiências de novas práticas é positivo”.
De acordo com João, o principal cuidado é de não considerar o sistema de ensino como um molde que descaracteriza a instituição e/ou facilita o planejamento da escola. “Ele deve vir para contribuir com a excelência pedagógica que cada instituição, coerente com a sua realidade, procura”, ressalta.
MÉTODO DE ENSINO INTERACIONISTA
O Colégio Alfa Guarujá (SP), inspirado nos princípios da liberdade e solidariedade, considera a educação como um processo dinâmico e contínuo, que possibilita, ao educando, assumir-se como sujeito, sua progressiva realização pessoal e social. Utilizando o mesmo sistema de ensino há quase 18 anos, “o que sempre nos motivou e encantou foi o método de ensino interacionista e também o apoio dado a nossa instituição. A parceria e a troca fazem com que tenhamos um melhor desenvolvimento”, diz Elaine Regina Martins, Diretora/Mantenedora do colégio.
Segundo Elaine, em um primeiro momento, uma avaliação do mercado educacional, dos sistemas, suas propostas e materiais pedagógicos são de extrema importância. “Existe a necessidade de se verificar tudo o que está relacionado a um sistema de ensino: proposta pedagógica, proposta comercial e, principalmente, se há responsabilidade e comprometimento em relação às parcerias”.
“Fui professora do Colégio Alfa e no decorrer dos anos assumi a Direção e, posteriormente, adquiri o colégio. Foi então que passei a ter a autonomia para escolher o sistema de ensino. A parceria e o suporte que recebemos do sistema de ensino que escolhemos são constantes. Nós avaliamos sempre, e também trocamos experiências educacionais o tempo todo”, acrescenta a diretora e mantenedora do colégio.
Dessa forma, a escolha/implementação de um sistema de ensino pode impactar diretamente em sua imagem no mercado, contribuindo (de forma positiva ou negativa) no marketing da instituição, bem como na procura e demanda dos próprios pais/responsáveis que buscam instituições com alto desempenho pedagógico. “O sistema escolhido pela escola influencia sim na imagem que a instituição tem junto à comunidade. Os pais nos procuram com a preocupação de saber qual o rendimento pedagógico educacional da instituição de ensino”, revela Elaine.
RECURSOS TECNOLÓGICOS NA ROTINA PEDAGÓGICA
Inspiradas pelos ensinamentos de Dom Bosco, santo italiano que atuou como educador de crianças e jovens no século XIX, a unidade do Colégio Salesiano Santa Teresinha (localizada na região norte de São Paulo) e o tradicional Liceu Coração de Jesus (instalado na região central da capital paulista) contam com recursos de tecnologia de ponta em suas grades curriculares.
Uma das principais apostas do corpo docente é o uso do material didático digital próprio, produzido pela Rede Salesiana Brasil, que pode ser acessado por tablets e notebooks. A utilização dessa ferramenta proporciona acesso ao conhecimento em tempo real, promovendo mais interatividade e dinamismo ao conteúdo pedagógico, com materiais repletos de vídeos, áudios, imagens, simulações, glossários, links externos, exercícios de vestibular, entre outros recursos que proporcionam melhor entendimento, conduzindo o aluno para os assuntos mais importantes do momento em cada disciplina.
“Temos um ensino diferenciado no Colégio Salesiano Santa Teresinha, escola referência em ensino na Zona Norte, e também no Liceu Coração de Jesus. Da Educação Infantil ao 3º ano, os alunos aprendem por meio de jogos educativos desenvolvidos por nossa equipe, em parceria com as professoras”, conta o professor Felippe Zancarli, Coordenador do Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) dessas unidades.
Nas séries seguintes, “trazemos para a sala de aula os ambientes, as ferramentas e os games dos quais essa geração está acostumada. Assim, os estudantes realizam projetos com muito mais prazer e vontade de superar os desafios, melhorando inclusive a absorção dos conteúdos”, destaca o professor. Juntos, os dois colégios somam hoje mais de 3 mil alunos, divididos entre os níveis de ensino Infantil, Fundamental e Médio.
Em algumas séries, os colégios utilizam o game Minecraft (jogo eletrônico que permite a construção de blocos e que ganhou, nos últimos anos, uma versão para a sala de aula com o selo Minecraft: Education Edition) em projetos como: tratamento de água, descobrimento do Brasil e Cidades Inteligentes. “Além disso, no Colégio Salesiano Santa Teresinha, temos uma caixa de areia interativa (interactive sandbox) que usa a realidade aumentada para estudos das formações geológicas, relevo submarino, curvas de nível, erupção de vulcão e simulações de catástrofes naturais”, completa Felippe Zancarli.
Essa ferramenta inovadora, batizada de Dom Box, foi desenvolvida pela equipe do NTE, inspirada em um projeto open source da Universidade da Califórnia (UCDAVIS). Graças ao sucesso dessa iniciativa, que já alcançou o reconhecimento dos pesquisadores norte-americanos, em breve essa metodologia também será implementada no Liceu Coração de Jesus.
As duas unidades contam, ainda, com uma variada gama de atividades extracurriculares que incentivam os jovens a desenvolverem outras habilidades além do padrão de escolas comuns. O ensino da robótica também tem seu lugar garantido para alunos do período estendido e como curso extra: Robominds, para estudantes de 7 a 9 anos; e Roboteens, para alunos de 10 a 15 anos.
SISTEMAS DE ENSINO E PROGRAMAS BILÍNGUES
As características distintas da globalização, que envolvem e integram caminhos contemporâneos para a formação de um cidadão global, ressaltam algumas ações e programas instigantes durante o processo educacional, como, por exemplo, o aumento de programas bilíngues nas escolas particulares em todo o Brasil. Ter o inglês como segundo idioma deixou de ser um diferencial no currículo e passou a ser obrigatório para qualquer pessoa que deseja abrir portas para um futuro acadêmico ou profissional. E, dessa forma, soluções bilíngues oferecidas para as instituições enfocam o desenvolvimento de professores, metodologias ativas, propondo uma aprendizagem envolvente e diversificada.
“Quando falamos do ensino pela ótica bilíngue, o aprendizado passa a ser mais socializado. Não é mais esperado que o professor seja o protagonista do processo de ensino e sim o aluno”, reflete Thelma Bonavigo, Gerente de Colégio de uma rede de escolas de inglês e espanhol. “Ao implantar um programa bilíngue, o aprendizado transpõe o ensino tradicional, são propostas discussões em sala de aula e pesquisas para que o aluno retenha o conhecimento de forma sólida, e não apenas decore tudo para a hora da prova. O aluno é o protagonista de seu próprio aprendizado, com o auxilio do professor”.
Para Thelma, o sistema de ensino bilíngue não pressupõe exclusivamente a entrega do material. O material precisa ser bom, completo e amplo, abranger todos os aspectos que implicam no desenvolvimento de uma língua, no entanto, o material sozinho não garante um aprendizado sólido e comprovado por exames internacionais de proficiência.
“O material é uma parte extremamente importante, mas o que garante o resultado é todo o processo de dia a dia da sala de aula, o acompanhamento permanente do programa bilíngue, bem como capacitar os professores e deixá-los aptos a transmitir o conhecimento do modo correto para os alunos”, reforça Thelma.
Alexandre Gonçalves, Mantenedor do Colégio Anglo Módulo Caraguatatuba (SP), nos conta que, quando o colégio decidiu buscar um sistema de ensino especializado para a oferta de inglês em nossa escola, “queríamos mais do que um fornecedor de material didático, queríamos um parceiro estratégico que priorizasse a entrega de serviços e processos, como os de capacitação da equipe, implementação e acompanhamento do método e comunicação com a família”.
“Além desta parceria em serviços, valorizamos também a preparação para a certificação internacional; a assessoria semanal; as plataformas digitais; e o método ativo de ensino/aprendizagem da língua que, sem negligenciar as demais habilidades, prioriza a conversação”, destaca o mantenedor.
Compondo uma assistência sólida e, também, uma parceria produtiva e significativa, Alexandre indica que, após formalizada a parceria, o sistema passou a assessorar o colégio em todas as etapas da implantação – avaliação dos professores antigos; recrutamento; seleção e treinamento de novos professores; avaliação da proficiência dos alunos para definição dos níveis e turmas; e comunicação com a família.
“A assessoria é semanal, alternando encontros presenciais e virtuais e interagindo tanto com os professores como com a equipe pedagógica. Ao longo do ano são realizadas várias avaliações, de satisfação dos clientes (pais e/ou alunos) e do aprendizado (avaliações regulares e simulados Cambridge English). Estas avaliações geram métricas para a melhoria contínua do processo”, completa Alexandre.
Saiba mais:
Acedriana Vicente – acedriana@positivo.com.br
Alexandre Gonçalves (Colégio Anglo Módulo Caraguatatuba) – alexandre@anglomodulo.com.br
Elaine Regina Martins (Colégio Alfa Guarujá) – alfa@colegioalfaguaruja.com.br
Felippe Zancarli (Colégio Salesiano Santa Teresinha / Liceu Coração de Jesus) – marketing@salesianost.com.br