“O cenário mudou nos últimos anos, principalmente pela questão financeira e econômica, o desenvolvimento do país nos últimos 15 anos possibilitou que um número maior de brasileiros pudesse ingressar em universidades no exterior. Com isso, há outros fatores, como a questão qualitativa das nossas próprias universidades federais e, também, uma nova geração que entende que essa qualificação é importante para que o leque de opções profissionais se estenda para fora do Brasil”, diz o diretor executivo Leonardo Trench
A educação é (re)conhecida como um polo ímpar de descobertas. Esse processo de exploração acontece em todas as fases da educação de base, segue pelo ensino médio e continua na vida acadêmica. E essa sensação, acompanhada de uma vivência saudável e intrínseca, compõe um ser humano dotado de referências multiculturais. Abordar e promover essas questões e sensações no âmbito escolar transcende locais físicos e constrói pontes inimagináveis.
No cenário contemporâneo, principalmente ajustado a valores globalizados e culturas partilhadas, avistamos movimentos instigantes que reforçam uma formação integral do ser humano, fomentando trocas, compartilhamentos e variações plurais de ingresso ao ensino regular.
Tendo o processo educacional como foco, a atualidade demonstra crescente procura por cursos, especializações e graduações no exterior como, também, ingresso para o ensino médio. Leonardo Trench, diretor executivo de uma empresa curitibana que assessora estudantes dispostos a estudar fora do Brasil, nos conta que em 2017, dos 246,4 mil estudantes que deixaram o país para fazer cursos no exterior, 25,5% deles, ou 62.832, ingressaram em uma instituição de ensino superior — uma alta de 50% em relação a 2015, quando 41.800 foram buscar uma formação fora, segundo a Brazilian Educational & Travel Association (Belta), que reúne as agências de programas educacionais no exterior.
“Para os especialistas, esse esforço é para obter formação profissional e acadêmica mais ampla e adequada a um mercado de trabalho globalizado. Se antes o interesse era por cursos de idiomas, agora a viagem de estudos é pensada como investimento direcionado à formação profissional, atento às oportunidades no futuro. E é fora do país que estão as melhores escolas para essa formação”, diz Leonardo.
O diretor cita, como exemplo, o ranking de MBAs da editora britânica Quacquarelli Symonds (QS) – considerada uma das classificações internacionais mais influentes do mundo – os 100 melhores cursos estão espalhados pelos Estados Unidos, pela Europa, pela Ásia e pela Oceania. “Neles, o aluno tem contato com professores e pesquisadores que são autores de teorias e conceitos empregados no mercado. Alguns MBAs contam até com vencedores de Prêmio Nobel no quadro docente”, ressalta.
Com relação ao ensino médio (conhecido como High School), Fabiana Fernades, gerente de produtos de uma empresa de intercâmbio, acredita que a principal vantagem de realizar o ensino médio no exterior é a internacionalização do currículo, desenvolvimento da fluência do idioma, maturidade, resiliência. “Essas são algumas características comuns obtidas para quem realiza essa experiência internacional”.
Segundo a gerente, a fluência em um segundo idioma tornou-se não somente um diferencial, mas na maioria das carreiras um pré-requisito. “E com foco na construção de uma carreira e um futuro de sucesso, mais famílias investem nos estudos dos filhos, não só na questão acadêmica, mas de conhecimento de outro idioma e habilidades de relacionamento interpessoal. Outra questão, é a maior oferta de informações sobre os programas de intercâmbio e facilidades para realizar”, ressalta.
Além dos estudos no exterior e das possibilidades de intercâmbio de saberes, localizamos novas propostas de colégios brasileiros que são guiados por uma possibilidade de experiência internacional, aprofundamento de conhecimentos no idioma, contato com uma nova cultura e ampliação de horizontes acadêmicos sem precisar mudar de país durante o ensino médio.
INTERNACIONALIZAÇÃO
Fundado em 1858 na cidade de São Paulo (SP) e com uma estrutura completa para a prática de diversas atividades (esportivas, culturais e linguísticas), o Colégio Marista Arquidiocesano oferece uma estrutura de aprendizagem baseada na excelência de mais de 150 anos em educação.
Oferecendo todo o desenvolvimento educacional – que inicia na Educação Infantil e se aprofunda ao longo dos Ensinos Fundamental e Médio – o colégio tem investido em vários projetos diferenciados para seus alunos como, por exemplo, o projeto recente pautado na internacionalização, propiciando ao aluno uma vivência internacional mais significativa.
“Isto contempla aumento de carga horária de língua inglesa no ensino curricular, programas periódicos de intercâmbio de curta duração e também o programa High School. Nossa missão é ampliar os horizontes acadêmicos de nossos alunos e aumentar potencialmente o leque de possibilidades deles na ocasião da sequência de seus estudos em instituições de ensino superior”, explica Alan Dantas Leonardo, coordenador de internacionalização do colégio.
De acordo com o coordenador, alguns aspectos positivos podem ser observados por alunos e alunas que optam pelo programa High School no Brasil, como: a ausência do impacto causado pelo período de adaptação dos/as alunos/as que estudam no exterior (alimentação, acomodação, fuso horário e as possíveis interferências na qualidade de seus estudos); e questões econômicas que devem ser ponderadas no orçamento familiar, pois a manutenção de um aluno durante o período do Ensino Médio no exterior é variável de acordo com a escolha do país e, também, de acordo com a instituição escolhida.
“Acrescento também que, no caso do High School Marista, o aluno aprofunda seus conhecimentos em língua inglesa e aprimora sua comunicação no idioma, uma vez que ele está em contato direto com professores americanos 4 horas por semana, além do acesso à plataforma online”, sublinha.
Neste programa, conta Alan, há um cuidado de oferecer ao estudante o contato com uma metodologia ativa baseada em resolução de problemas, PBL – Problem-Based Learning na sigla em inglês -, através da qual o aluno é provocado e convidado a assumir o protagonismo de seu aprendizado. “É uma prática em que o processo de ensino-aprendizado é centrado no aluno e isto molda sua aquisição de conhecimento aliada ao desenvolvimento de valores, como colaboração em grupo aprimorada e comunicação, por exemplo, que são requisitos para o profissional globalizado deste novo século”.
ESTUDANTE GLOBAL
Localizado no bairro do Morumbi (SP) e fundado em 1954 com o compromisso educacional conduzido pela filosofia franciscana, o Colégio Franciscano Pio XII mantém em seu diferencial um diálogo constante entre o conhecimento acadêmico e a formação humana, entendendo o educando como agente de transformação social, que atua em prol do fortalecimento de um mundo justo e fraterno.
Disponibilizando imersões no inglês, além de propor um estímulo ao pensamento crítico e a conclusão do Ensino Médio com um diploma americano, há cerca de oito anos, o Colégio Franciscano Pio XII oferece a possibilidade do programa High School aos alunos por meio da parceria com a University of Missouri (EUA).
“O programa é opcional e tem por objetivo ensinar o domínio do idioma ao estudante para que ele transite na língua inglesa de forma natural e que o familiarize com os processos globais de economia e sociedade”, diz Heloisa Helena Parciasepe, coordenadora do High School do colégio. Ela também ressalta outros pontos que levam as famílias a matricularem seus filhos no curso: “abrem-se novas oportunidades ao aluno, tanto para ele estudar fora, quanto seguir carreira no nosso país”.
O programa, que prevê o mínimo de 600 horas-aula durante o período de três anos, tem início no 9º ano do Ensino Fundamental e termina no 2º ano do Ensino Médio, seguindo a mesma estrutura do ensino americano. Além das disciplinas brasileiras no horário oficial do Colégio, os alunos cursam no período da tarde, duas vezes por semana, as disciplinas do currículo americano.
A metodologia do High School prioriza a leitura de obras completas, a escrita e a exposição oral com forte capacidade de argumentação. “As aulas são ministradas em inglês por professores nativos em língua inglesa e a formação é ancorada em duas certificações: a brasileira e a americana”, explica a coordenadora. As disciplinas, clássicas e contemporâneas, estão divididas em quatro grandes áreas: Oratória (Speech e Debate), Língua Inglesa (English e Writing for the Critical Thinker), Estudos Sociais (US History, US Government e Economics) e Diversificadas (Health, Career Planning, College Prep e Marketing for the 21st Century).
Outra novidade da parceria é o programa Middle School Global Leaders para os estudantes de 7ºs e 8ºs anos do Ensino Fundamental – um currículo integrado de Ciências Humanas baseado em tópicos da agenda Global Issues da ONU, também ministrado em inglês. As atividades envolvem os participantes ativamente com os problemas da comunidade, desenvolvendo o pensamento crítico para resolução global de problemas locais, já preparando os alunos para a atmosfera High School.
Saiba mais:
Alan Dantas Leonardo (Colégio Marista Arquidiocesano) – arqui@colegiosmaristas.com.br
Leonardo Trench – info@gradeup.com.br
Heloisa Helena Parciasepe (Colégio Franciscano Pio XII) – heloisa.hs@pioxiicolegio.com.br