Por Hélio Ricardo Werniski Wolff
Aproveitando a importância e a preocupação que a sociedade vem demonstrando a cada ano na formação de crianças e jovens conscientes de seu papel social e também sensíveis às questões ecológicas e, por outro lado, o cenário em que há falta de contato com a natureza (motricidade natural), um dos nossos objetivos como educadores é questionar os alunos, conscientizá-los e formá-los para um mundo mais preservado.
Como professores de movimento, procuramos diversificar as aulas, observando diferentes possibilidades e espaços naturais, buscando sensibilizar as crianças com o uso de uma intervenção cada vez mais significativa para a importância de cuidados, tanto no coletivo como no individual, para as nossas riquezas naturais, sejam elas pequenas ou grandiosas como a flora e fauna de um jardim ou da Mata Atlântica.
Utilizamos de estratégias assim para atingir objetivos inerentes às faixas etárias da educação infantil, como por exemplo, ampliação e aprimoramento do seu acervo sensório-psicomotor, sem necessariamente utilizar uma quadra poliesportiva, mas optar por uma aula com atividades como escalada de um morro, esqui-grama, esqui-lona.
Podemos utilizar as brincadeiras tradicionais e oferecer uma vivência diferenciada para as crianças, proporcionando diversas sensações e sentimentos ao entrarem em contato com a natureza, e, com os esportes de aventura, o desenvolvimento e aprimoramento de suas habilidades e capacidades físicas e a superação de seus limites.
A prática do brincar e de realizar atividades esportivas na natureza e o contato com ela, nos leva, seres humanos, a contemplar a fauna, a flora, além de buscar uma aproximação com o meio ambiente e criação de novos vínculos sociais.
Deste modo, a convivência na natureza faz com que possamos perceber o quanto é possível desenvolver aptidões, estímulos, sensações e emoções. A relação homem-natureza pode se dar a partir do momento que concebemos as práticas como um importante componente de convivência harmônica, capaz de estreitar distâncias, aproximar seres e romper limites.
Para os dias de calor, as brincadeiras ao ar livre são as ideais. Brincadeiras como ‘Exploradores da natureza’, em que podemos com nossos filhos conhecer melhor o jardim e seus moradores, como as formigas, o tatu-bola, as plantas e flores; há também o ‘Meu mestre mandou’, que podem reunir uma turma de amigos para brincar, pisar na grama, regar plantas, mexer na terra; ou brincar com ‘imagens de nuvens’, ao escolher um dia em que há nuvens no céu, podemos deitar de costas e, enquanto elas passam, formarmos imagens que podem ser animais, objetos, pessoas, ou que imaginarmos. Depois podemos tentar desenhar o que vimos.
Outra ideia é brincarmos de ‘Joias do mar’ quando formos à praia, pegando conchas, estrelas do mar secas e pequenas pedras, identificando cada um e então colocamos em uma jarra de gargalo grande ou uma pequena tigela cheia de água para mantê-los brilhantes. Assim, explorar novos espaços com as crianças será divertido e possibilitará a ampliação de seu conhecimento sobre o meio ambiente e a cidade em que vivem.
Por Hélio Ricardo Werniski Wolff, especialista em Movimento e professor de educação física, do Colégio Marista Santa Maria, da Rede de Colégios do Grupo Marista.