A educação como um todo é um poderoso meio de conscientizar e promover mudanças na sociedade e no mundo. Com as questões ambientais, de modo a desenvolver nas pessoas uma mentalidade sustentável, não é diferente. No caso, com a chamada educação ambiental, objetiva-se propiciar nos jovens a aprendizagem da utilização racional e limpa dos recursos naturais. Possibilitando que, no futuro, a degradação ambiental possa ser revertida.
Não é de hoje que essas questões preocupam. E nem sempre conseguimos estabelecer a relação entre nossas ações e os efeitos deletérios na natureza, como a apropriação de bens naturais de maneira inadequada e o degelo das calotas polares; ou o desmatamento descontrolado, com alterações na temperatura do planeta e escassez de água potável. Não precisamos ir longe. Nas cidades, grandes ou pequenas, a poluição, do ar ou sonora, virou cena comum. O descarte inadequado do lixo, além das pragas urbanas, resulta em alagamentos. É preciso tomar consciência, para provocar a mudança entre ação e conseqüência.
Mais do que ser um modismo ou ser politicamente correta, a educação ambiental é fundamental para o futuro da humanidade. Muita coisa já tem sido introduzida no ambiente escolar.
E o Brasil, é bom que se diga, não está de todo atrasado nesta trajetória. Desde 1999, vigora no país a lei N° 9.795, definindo que “a educação ambiental é um componente essencial e permanente do processo educativo, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades, em caráter formal e não-formal”.
Nas escolas, portanto, a educação ambiental deve ser implementada de forma prática, integrada e permanente. E toda educação deve começar com exemplos e suas regras serem introduzidas no dia a dia. Separar lixo, algo comum no espaço escolar, pode parecer pouco, mas já é um bom começo. Substituir o concreto por grama e plantas, além de propiciar ambiente agradável, mostra a importância do verde em nossas vidas. Envolver os alunos de forma rotineira em seu plantio e cuidados vai além do discurso e parte para a prática.
Vídeos podem ser um bom aliado. Além de serem mais interessantes para os alunos, saindo um pouco da rotina com textos, traz imagens que muitas vezes marcam para sempre. Ver uma grande área verde sendo destruída tem impacto maior que ler sobre o assunto.
Há datas pontuais que podem ser aproveitadas para que os alunos façam pesquisas como o dia da árvore e da água. Algumas disciplinas têm privilégio maior de trabalhar temas ambientais, como ciências e geografia. Mas até a matemática pode participar. Trabalhar a leitura de gráficos mostrando, por exemplo, o aumento da seca em determinadas regiões. Ou comparar a altura ao longo dos anos de determinadas montanhas de gelo. Sempre, é claro, acompanhado reflexão e informação, permitindo que os alunos façam observações.
Pode-se criar a semana do meio ambiente para que a comunidade também se informe, com a exposição de trabalhos feitos pelos alunos. É a escola indo para além dos muros. Sempre priorizando informações e dicas que podem ser introduzidas no dia a dia. A ação tem de ser algo possível, e não apenas como crítica de grandes complexos industriais.
A experiência tem mostrado que os resultados não demoram. Logo os estudantes passam a ter uma postura diferente frente a questões simples como depositar o lixo no cesto e evitar o desperdício de água e alimentos e levam isso para seus lares.
Grandes resultados vêm no longo prazo. Quando o aluno foi estimulado no colégio e aprendeu a importância do cuidado com a natureza, é maior a chance de se tornar um adulto que sabe valorizar a qualidade de vida – sua e das futuras gerações. Além, é claro, de poder se tornar um profissional que saiba em suas ações preservar o ambiente. Se por um lado precisamos desmatar para produzir o papel, também temos que reflorestar.
A educação ambiental é essencial nas escolas. Professores e direção precisam se conscientizar disso. De forma que os estudantes possam não apenas aprender, mas também vivenciar na prática valores, respeito e habilidades para melhorar o espaço em que vivem. Introduzindo essa mentalidade desde cedo, o futuro tende a ser mais saudável para todos.
Por Cristina Carvalho.
Cristina Carvalho é pedagoga e Coordenadora pedagógica do Infantil e Fundamental I do Colégio Joana D´Arc.