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Educação e Inclusão: Desafios e Necessidades Contemporâneas

Atualmente existem mais de 45 milhões de pessoas com deficiência no país. A inclusão do cidadão no mercado do trabalho é extremamente importante, pois além das oportunidades de desenvolver suas habilidades e competências, colabora com a sua integração na sociedade

Por Rafael Pinheiro / Fotos Divulgação

A educação, processo enraizado na construção social, cultural, peculiar e coletiva, estabelece seu caráter norteador no conhecimento democrático e universal – sendo, assim, compromisso e dever da sociedade. Promover uma educação diversificada, no sentido de adentrar as particularidades e disponibilizar o conhecimento para todos, sem exceção, aponta uma problemática na estrutura e mudança escolar.

A educação inclusiva, que impulsionou a elaboração da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, pelo Ministério da Educação (MEC), em 2008, registra e orienta as transformações significativas para o âmbito escolar, bem como a evolução, interação, inclusão e acesso de crianças com algum tipo de deficiência no sistema escolar comum. Para, desta forma, concretizar o objetivo principal da educação: a formação completa.

Atuando como diretora há 26 anos do Colégio Bom Retiro, Claudia Farkas enfrentava muitas dificuldades com relação às crianças que apresentavam algum tipo de dificuldade de aprendizagem, seja no processo de leitura, escrita, cálculo e até em relacionamento social, principalmente quando se tratava de deficiência intelectual. Além desses, outros sinalizavam e apontavam a necessidade de ir em busca de novos conhecimentos para melhorar a dinâmica e prática educativa. “Como educadora, acredito que uma das funções sociais que a escola tem para com o exercício da Educação é, sem dúvida, promover a Inclusão Social”, destaca Claudia.

A inclusão social das pessoas portadoras de deficiência intelectual e outras se constitui uma questão pertinente. Esta inclusão se promove pela criação das condições que favoreçam ao máximo a autonomia dessas pessoas na comunidade. Sua importância consiste tanto no que se refere a formação dessas pessoas, através da apropriação do saber, quanto na criação de um espaço real de ação e interação que favoreça o fortalecimento e o enriquecimento da identidade sociocultural.

“Outro aspecto a ser considerado é o papel do professor, pois é difícil repensar sobre o que estamos habituados a fazer, além do mais a escola está estruturada para trabalhar com a homogeneidade e nunca com a diversidade”, afirma a diretora.

O intuito do colégio é focar as deficiências dos sistemas educacionais no desenvolvimento pleno da pessoa, onde se fala em fracasso escolar, no déficit de atenção na hiperatividade e nas deficiências onde o problema fica centrado na “incompetência do aluno”.

Assim, após inúmeras reuniões pedagógicas e trabalhos realizados com os professores e coordenadores, o processo de inclusão do aluno acontece de forma fluída e harmoniosa, tendo, acima de tudo, o respeito como guia do convívio no colégio, mostrando que todos os alunos têm capacidade de desenvolver seu aprendizado.

PLANO DE AÇÃO

“Quando recebemos alunos com algum grau de deficiência, primeiro conhecemos sua trajetória escolar através de conversas com seus responsáveis. Caso já possua algum laudo médico, solicitamos uma cópia para estudar o caso da criança. Depois, em reuniões pedagógicas, passamos a todo o corpo docente, pois é importante que todos tenham conhecimento para discutirmos o assunto e procurar a melhor forma de uma interação com esse aluno. E quando o aluno já possui algum acompanhamento psicológico, neurológico, e outros, caso seja necessário, entramos em contato com esses profissionais que nos auxiliam a entender melhor o aluno”, ressalta Claudia.

Para que haja sucesso no desempenho escolar do aluno é muito importante a parceria com a família. “Enfrentamos casos em que é necessário conversar com os responsáveis para realizar o encaminhamento dos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem”.

É muito comum, conta Claudia, recebermos crianças que já passaram por diversas instituições de ensino, que apresentam algum tipo de déficit, mas que nunca se apresentaram a um especialista, para que possa auxiliar na orientação dos professores e familiares, e compreender a própria criança. Com isso, o desgaste faz com que a família e a criança se tornem vítimas traumatizadas de tantas reclamações e suspensões. Os hiperativos, principalmente, com necessidades de gastar tanta energia, porém mal compreendidos, muitas vezes, forçados a migrar para outra instituição.

“Assim, é primordial que sejam revistos os papéis desempenhados pelos diretores e coordenadores, no sentido de que ultrapassem o teor controlador, fiscalizador e burocrático de suas funções pelo trabalho de apoio, e acreditem na orientação para os professores e para toda a comunidade escolar”, conclui.


INCLUSÃO SOCIAL E O MERCADO DE TRABALHO

No Grupo Prepara, maior rede de franquias do segmento de educação, a capacitação da pessoa com deficiência é uma prioridade. Por meio da Prepara Cursos, que capacita jovens que buscam conquistar horizontes de vida mais promissores, é possível obter resultados surpreendentes. “Não existe distinção de turmas, por exemplo. E a intenção é justamente estimular o relacionamento interpessoal entre os alunos, para que todos possam desenvolver suas habilidades e talentos”, explica Leandro Rigueto, diretor da Prepara Cursos Pradópolis, interior de São Paulo.

A legislação brasileira determina que empresas que tenham mais de 100 funcionários devem destinar de 2% a 5% de suas vagas para esse perfil de colaboradores. Com a lei em vigor há 24 anos, mais de 357 mil destes profissionais estão ativos em diversos postos de trabalho. “É fundamental qualificar esse profissional para que ele possa também disputar um lugar no mercado corporativo”, complementa Rigueto.

UMA HISTÓRIA DE SUCESSO

Morador da zona rural, Denílson Ferreira, não possui as mãos. Com 17 anos, o estudante que está se especializando no curso de Design Gráfico, já possui formação em Informática básica e domina com propriedade o universo tecnológico. Para se capacitar, o aluno enfrenta uma hora de percurso para chegar até a unidade, que está localizada no centro comercial da cidade.  A deficiência e a distância de sua residência não são obstáculos para alcançar o seu objetivo profissional.  Pelo contrário, ele enxerga as dificuldades para alavancar o sucesso.

“Eu acredito que as minhas competências serão primordiais para me destacar no mercado de trabalho, por isso tenho certeza que todo o meu esforço será recompensado quando conseguir uma oportunidade. A inclusão da pessoa com deficiência é um grande desafio, mas o suporte que tenho recebido na instituição tem me fortalecido”, pontua Denílson.

Com o ensino individualizado, que contempla aulas interativas, somadas a recursos mobile, como games e atividades virtuais e o apoio do professor, o jovem desenvolve suas habilidades e aptidões. Além disso, já é considerado o melhor aluno da turma.

“Este garoto é a nossa motivação diária. A força de vontade para vencer na vida é fantástica. Além de desempenhar com eficácia as suas atividades educacionais, ele ainda orienta os colegas de classe. Acompanhar o processo de desenvolvimento deste aluno e poder cooperar de alguma forma para que ele seja incluído de maneira justa na sociedade é extremamente satisfatório”, destaca Leandro.

Além de oferecer capacitação técnica, a Prepara Cursos também promove o encaminhamento dos jovens ao primeiro desafio profissional, por meio do Programa Mais Empregos, que já beneficiou mais de 100 mil pessoas em todo o país.

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