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A educação moderna é tecnológica e conectada!

Por Robson Lisboa

Nos primórdios da educação da era industrial, quando estávamos parando de educar nossos filhos somente em nossas casas e estávamos colocando-os, todos juntos, em uma sala de aula para aprenderem em série e com ganhos de escala, um grupo de educadores renomados discutia vigorosamente a respeito da adoção de uma determinada tecnologia na escola. A conclusão que chegaram é que a inserção de tal tecnologia nas escolas poderia trazer consequências negativas enormes para o processo de aprendizagem. Você sabe qual era a tecnologia que discutiam? O quadro-negro!

Essa história ilustra bem o debate que terminou no final da década passada a respeito do uso ou não uso da tecnologia no processo de aprendizagem. Agora, em uma sociedade que caminha na direção da super conectividade e da vida digital, o debate gira em torno de como usar as novas tecnologias e os novos métodos (potencializados por estas tecnologias) de forma que a educação seja mais efetiva e mais prazerosa para todos os envolvidos: seja para alunos, seja também para professores, pais e gestores.

Estamos vivendo um novo momento, a era pós-industrial, caracterizado pelo rápido crescimento do setor de serviços, em oposição ao manufaturado, o rápido aumento do uso das tecnologias da informação e da comunicação (TIC) e com o ‘conhecimento’ e a ‘criatividade’ ganhando status de matérias cruciais para alavancar a economia. Com mudanças inquestionáveis na sociedade, a escola parece ter se envolvido na adoção de tecnologias educacionais de forma exageradamente cautelosa, mas não por acaso. Os tomadores de decisão da escola tinham que equacionar o investimento financeiro, que era razoavelmente alto e impreciso, e o cuidado necessário com a transformação do processo de ensino-aprendizagem, que não poderia, de forma alguma, ser negligenciado. Agora, com o aprendizado de três décadas e mudanças ainda maiores e mais rápidas da sociedade, parece ser consenso que um salto é necessário para que a escola possa acompanhar minimamente a evolução da sociedade como um todo.

Neste novo cenário, a maioria das escolas está mais receptiva para o uso de tecnologia no processo de aprendizagem. Há um consenso: a educação moderna é tecnológica e conectada!

Com a entrada das tecnologias digitais no espaço de aprendizagem e da sala de aula, os alunos e professores puderam acrescentar novas experiências e, com isso, o desempenho mostrou sinais de melhora. Ainda que esse movimento de mudança esteja no início, o que, sem dúvidas, melhorou, foi a atratividade do processo de aprendizagem. Alunos unanimemente e professores, nem tão unanimemente assim, celebram a chegada das tecnologias que muitos deles já estavam usando cotidianamente em outros ambientes.

Em plena era do conhecimento, muitas instituições educacionais ainda enfrentam desafios para alavancar o uso eficiente da tecnologia. Isso ocorre em decorrência do paradigma educacional no qual a escola está vivendo. Segundo o The Boston Consulting Group, existem quatro paradigmas a se considerar: Educação Tradicional, Educação com TIC, E-learning e Smart Education.

A incorporação efetiva da tecnologia na prática pedagógica, movendo na direção do Smart Education, é vital para garantir que as ferramentas façam diferença no padrão da qualidade educacional da escola e para que uma mudança consistente e segura aconteça. A tecnologia não pode mais ser um adendo, uma opção que é alçada ou não. O uso efetivo e cotidiano das tecnologias se torna cada vez mais crucial para que escolas se alinhem ao padrão de vida que toda a sociedade está vivendo: smart, moderno, digital e conectado. Isso é fundamental para a formação da atual geração que está na sala de aula e muito mais importante ainda para as gerações que virão. As escolas precisam, portanto, acelerar o entendimento e a adoção destes novos paradigmas tecnológicos educacionais.

Robson Lisboa, mestre em Educação e Tecnologia e um dos idealizadores do projeto educacional tecnológico SmartLab.

Perfil

Robson Lisboa é doutorando em Política Científica e Tecnológica pela Unicamp, possui Mestrado em Educação e Tecnologia pela Universidade Federal do Amazonas (2004), Pós-graduado em Gestão Estratégica da Inovação Tecnológica pela Unicamp (2006), Pós-graduado em Arte-Multimídia pela Universidade Federal do Amazonas (2002) e graduação em Tecnologia Elétrica Eletrônica pelo Instituto de Tecnologia da Amazônia (1996). Tem experiência como professor nas áreas de Estratégia, Tecnologia e Inovação, e ministrou disciplinas em cursos de pós-graduação, graduação e extensão (Inovação, Geração de Valor e Desenvolvimento de Negócios, Gestão Estratégica, Valoração de Tecnologia, Novas Tecnologias na Comunicação, Novas Tecnologias na Educação, dentre outras correlatas). Complementar às atividades como professor, Robson Lisboa trabalhou em várias empresas multinacionais, como Sony, Nokia e Samsung, com experiência em vários campos ligados à Estratégia e Inovação Tecnológica, como Empreendedorismo, Modelagem de Negócios, Parcerias Estratégicas, Tecnologias Digitais, Internet, Mobilidade, Internet das Coisas, Convergência Digital, Multimídia, Gestão do Conhecimento, Novas Tecnologias da Educação e Comunicação, Sociedade da Informação, dentre outros.

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