A cada ano o Brasil e o mundo questionam os modelos atuais de educação e, com o desenvolvimento cada vez mais acelerado de novas tecnologias e plataformas virtuais, a discussão sobre formatos, métodos, conceitos, práticas e ferramentas pedagógicas fica em evidência e em evolução de forma constante. Até a Finlândia, considerado o País com a melhor educação do mundo, noticiou recentemente que passará a adotar uma educação baseada em projetos temáticos, com o propósito de integrar várias áreas do conhecimento e aumentar o protagonismo dos alunos no processo de aprendizagem.
No Colégio Dante Alighieri o ensino híbrido – educação e tecnologia – foi implantado na educação infantil e aos poucos está sendo introduzido no ensino fundamental e médio. As salas de aula são formatadas com estações de trabalho – com ferramentas e linguagens diferentes – possibilitando a cada aluno construir seu conhecimento acadêmico em um formato mais prazeroso, que leva em consideração suas habilidades naturais além de ofertar estratégias sedutoras para o desenvolvimento do trabalho.
Já no Colégio Elvira Brandão, na zona sul, que também trabalha com o ensino híbrido, as propostas de inovação envolvem mudanças no currículo da gestão pedagógica e institucional. A escola está reestruturando todo o espaço escolar de forma a deixa-lo um espaço educador. Este ano, os alunos do ensino médio não terão mais carteiras de estudante em sala de aula. Com a ajuda de arquiteto, os alunos redesenharam a sala de aula que almejam.
“ Eles criaram bancadas. Na frente da classe haverá um projetor conectado na web. Na parede lateral, a lousa tradicional. Na parece do fundo, os alunos estão pondo sua arte. O graffiti”, conta o diretor, Renato Júdice de Andrade.
Os alunos do Elvira também podem a utilizar em espaço escolar qualquer ferramenta de tecnologia e todos os recursos disponíveis na rede mundial para o desenvolvimento da sua educação. “ A escola tecnológica não só deve liberar, como incentivar todos os recursos existentes. Até mesmo as redes sociais”, diz o diretor.
No Dante, este ano, a ordem é que todos os alunos e professores utilizem sistematicamente as plataformas de hospedagem nas nuvens do google doc (google) e one drive (Windows).
No entanto, as mudanças em ambas escolas estão sendo implantadas com cautela e assessoradas por especialistas competentes, que asseguram a formação constante da equipe educadora e estudam novos formatos de avaliação.
“A avaliação que era meramente formativa, não faz mais sentido”, diz o diretor geral do Colégio Elvira Brandão, Renato Júdice de Andrade. Segundo ele, a avaliação mensal do aluno não precisa ser uma prova escrita. Pode ser outro tipo de trabalho.
Para a coordenadora de tecnologia do Colégio Dante, Valdenice Minatel, a escola boa é aquela que ensina, e não a que reprova. “A partir do momento que introduzimos o ensino híbrido e as estações de trabalho ( coworking), os professores também foram devidamente preparados para trabalhar com esta nova perspectiva. O desempenho de cada aluno nas diversas estações possibilita ao professor mudar sua estratégia durante o percurso de aprendizagem, e a criar novos formatos de avaliação”, diz.
Valdenice explica que o conceito de escola inovadora, escola moderna, a nova escola, é uma proposta de educação criada e defendida pelo educador francês, Celéstin Freinet, na década de 20. Freinet propunha uma educação que colocava o aluno como o sujeito principal do processo e que, cabia ao educador, ofertar inúmeras possibilidades – de linguagens e ferramentas – em cantos pedagógicos distintos, para que os alunos pudessem descobrir suas habilidades e competências durante a construção do conhecimento acadêmico.