“A educação das crianças só é completa e efetiva quando escola e família se entendem como um time, com um único objetivo: o desenvolvimento integral e harmônico das crianças e jovens que formam. A família tem um papel fundamental na educação, e a escola também. Mas quando as duas trabalham integradas, como uma equipe, o resultado é ainda melhor”, destaca Andrea Ramal, educadora e consultora em Educação
Por Rafael Pinheiro / Fotos Renato Bairros-Divulgação
A instituição escolar, representada por diversos sistemas, rotinas e didáticas, abrem, diariamente, a porta do conhecimento a todos os seus estudantes. Um universo lúdico, repleto de descobertas, experiências, vivências e até fantasias, refletem no desenvolvimento e aprendizagem com expectativas positivas a ponto de alcançar o sucesso educacional – e pessoal.
A família, por outro lado, é a representação mais poderosa na influência e desenvolvimento da personalidade e formação de consciência da criança. A base extremamente estabelecida no âmbito familiar provoca uma sensação prazerosa às crianças, que encontram um espaço natural para seu desenvolvimento, cultivo de valores humanos, solidificação da responsabilidade e uma segurança inigualável. Assim, a inserção do convívio familiar na escola é um dos temas de grande destaque, sobretudo na atualidade.
“O acompanhamento da família na vida escolar do filho é de extrema importância, tanto para o aluno se sentir valorizado, como também na construção do próprio conhecimento”, afirma a educadora, escritora, consultora em Educação e Doutora em Educação pela PUC-Rio, Andrea Ramal. “As crianças só têm a ganhar com a parceria entre a família e a escola, pois se desenvolvem de maneira segura e com boa autoestima”, complementa.
Segundo a consultora, a relação família-escola é tão significativa que, em vários países com alto desempenho em educação, há programas especiais que incentivam a participação da família na escola envolvendo os pais/responsáveis no acompanhamento do trabalho pedagógico. “Em vários países existe a ‘escola de pais’, que capacita as famílias para reforçar o projeto pedagógico e lidar com temas como internet, educação sexual ou prevenção do uso de drogas. E em algumas nações asiáticas, quando as famílias não têm formação suficiente para acompanhar os estudos, as escolas oferecem curso para ensinar as mesmas matérias que os filhos aprendem. As classes ficam lotadas”.
Nessa perspectiva, tendo a aproximação familiar no contexto escolar como algo primoroso, é possível localizar repercussões e impactos desse vínculo no processo de aprendizado dos estudantes. A educação da criança, conta Andrea Ramal, torna-se efetiva quando escola e família se entendem como um grupo em busca de um objetivo em comum: o desenvolvimento integral e harmônico das crianças e jovens que formam.
“Cabe aos pais fazer as pontes entre o que a escola ensina e o que o filho aprende fora. Muito diálogo em casa, formação de hábitos de leitura e programas culturais, como cinema, museus ou teatros, ajudam muito a formar uma pessoa com a mente aberta e antenada para a realidade de hoje. Os pais precisam lembrar que a escola pode fazer uma parte da educação, mas nunca poderá substituir a formação familiar, sobretudo em hábitos e valores”, ressalta a consultora.
Complementando essa ideia e expandindo o olhar sobre a relação família-escola, Vanessa Queirós Alves, Professora e Tutora do curso de Pedagogia do Centro Universitário Internacional Uninter e doutoranda em Educação, acredita que o vínculo familiar deve existir em todo o processo educacional – e não apenas nos estágios da Educação Infantil e no Ensino Fundamental I.
“A criança no Ensino Fundamental II que passa pela fase da pré-adolescência e depois o adolescente no Ensino Médio, precisa de apoio e participação, às vezes até maior por parte da família, por toda a questão psicológica, de mudanças em seu corpo, a descoberta de seus gostos e particularidades, os conflitos pelos quais passa. É indispensável a participação dos pais em todas essas etapas”, destaca a professora.
Estabelecer um vínculo entre os pais e a vivência escolar de seus filhos não é tarefa fácil, mas esse elo consegue suprir necessidades físicas, psíquicas e sociais, que as crianças tanto necessitam. “É preciso formarmos uma ‘cultura’ de participação e envolvimento desde a Educação Infantil e que as escolas em todos os seus níveis de ensino possam também proporcionar essa integração e serem abertas à essa articulação com as famílias”, reflete Vanessa.
INTEGRAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA
Localizado na região sul de São Paulo, o Colégio Anglo 21 – o primeiro colégio do Grupo Anglo – estabelece, em seus preceitos institucionais, valores como autonomia, excelência, cooperação, protagonismo e respeito. E aliando práticas pedagógicas modernas e inovadoras, necessárias aos estudantes na atualidade, o colégio realiza algumas atividades e ações que estimulam a integração entre os familiares e o ambiente educacional.
“Todos os eventos pedagógicos do Colégio Anglo 21 têm como objetivo aproximar a família do cotidiano escolar, de todos os segmentos (Educação Infantil ao Ensino Médio), inclusive as reuniões de pais. Temos os encontros da Escola de Educadores – Integração Família-Escola que abordam temas do dia a dia da vida escola com as famílias e alunos aqui no colégio, sempre com a presença de algum especialista. Já tivemos encontros sobre alfabetização, a vida além do vestibular, práticas de leitura, entre outros”, conta Carla Oliveira, Diretora Geral do Colégio 21.
Para a diretora, quanto maior o envolvimento familiar na vida escolar dos seus filhos, maiores serão os benefícios para os alunos. “Ele sente que a família e a escola estão alinhadas, se sente respaldado na construção do seu conhecimento, aumenta o vínculo de confiança da família com a escola e também das possíveis parcerias escola-família”. E, dessa forma, essa relação familiar sadia impacta positivamente o desempenho dos estudantes.
INICIATIVAS DIFERENCIADAS
Pautada por uma formação integral dos educandos, desenvolvendo, através da ação educativa, formar indivíduos autônomos, responsáveis, críticos, cidadãos compromissados com os valores de justiça e solidariedade e capazes de exercer um papel significativo na vida social futura, o Colégio Santa Maria, situado em São Paulo, promove iniciativas envolvendo família-escola em todos os segmentos, com implicações diferenciadas.
Essas iniciativas são diversas, desde o envio de trabalhos para apreciação conjunta com os filhos, os Portfólios de Aprendizagem, até a organização de eventos, apresentações culturais, fóruns de discussões, círculos de palestras com temas da atualidade, rodas de conversa entre pais e professores, com ampla divulgação e convite à participação.
“O Colégio Santa Maria programa muitas atividades para incluir as famílias. Desde as celebrações, jogos, Dia da Família, a Semana Padre Moreau (fundador da Congregação), até as reuniões entre pais e professores para esclarecer seus projetos e aproximar estas duas instituições educadoras. Além disso, as professoras e orientadoras dispõem de horários para atender as famílias semanalmente. São momentos para um conhecimento mais próximo e pessoal”, conta Sueli Gomes, Orientadora do 1º ano do Ensino Fundamental do colégio.
Para conhecimento das atividades e aproximação dos educadores com as famílias, diz a orientadora, há a publicação da Caleidoscópio (revista do colégio), boletins mensais e reuniões entre pais e professores com temas de interesse comum. “No Projeto Político Pedagógico do Santa Maria, a interação entre a família e o colégio é um dos marcos mais significativos, ao qual são dedicadas muitas das ações educativas”, finaliza.
Saiba mais:
Andrea Ramal – contato@trevocomunicativa.com.br
Carla Oliveira – carla.oliveira@colegioanglo21.com.br
Sueli Gomes – santamaria@colsantamaria.com.br
Vanessa Queirós Alves – vanessa.a@uninter.com