Por Jane Patrícia Haddad
Em primeiro lugar quero parabenizar a revista Direcional Escolas pela ousadia do tema. Este novo projeto é um desafio para cada um de nós. Um desafio porque ele é um convite em aberto, portanto é algo a ser tecido com várias mãos e cabeças. O primeiro passo foi dado, e isso já é motivo de comunhão e celebração. Tenho muita esperança e dedicação ao abaixo: “Isso não é coisa de menina”.
O Empoderamento Feminino não é mais uma “modinha” que veio e logo passa, mas sim uma proposta de emancipação feminina, um convite em aberto. É um trabalho diário, não como mera produção, mas como obra (jamais acabada), é uma proposta de desconstrução de ideias fechadas e uma aposta em uma construção de um outro tempo – um tempo que contemple a mulher com seus direitos e deveres legítimos. Um tempo como sinônimo de Cuidado, como sinônimo de Si, de coexistirmos, como diria Leonardo Boff: “É o sujeito que se dobra sobre si mesmo e celebra as suas sensações”.
O momento é de muita reflexão. Refletir sobre o lugar que nós mulheres ocupamos no campo político, social, econômico e qual nossa posição subjetiva frente a um mundo constituído e construído em um modelo patriarcal. Temos muito trabalho pela frente!
Não tem como falar de empoderamento, sem fazer menção ao nosso saudoso educador Paulo Freire, já que ele foi o que nos trouxe esse neologismo. O termo empoderamento tem sua origem na língua inglesa, “empowerment” que pode ser traduzido como conscientização que leva a emancipação.
Portanto, eu defendo o empoderamento feminino como a conscientização de si, do lugar da mulher no mundo, e sugiro à elas que: revejam sua história pessoal; sua criação tendo como modelo de autoridade o PATRIARCADO; é necessário nos reconhecermos dentro de uma história familiar, nossas marcas e traços para que possamos entender nosso lugar no mundo. O mundo mudou e estamos imersos em uma transição de valores e crenças. O empoderamento feminino é um convite em aberto é a possibilidade de um reposicionar-se frente ao mundo.
Empoderar-se é disseminar nossos exemplos, defender uma bandeira que tenha como causa um reposicionar-se frente a sua própria liberdade de SER e ESTAR no mundo como mulher exigindo, portanto, equidade de gênero nos diversos campos, de uma forma afetiva e emancipatória.
É essencial, então, começarmos uma mudança, de dentro para fora, um revisitar da(s) própria(s) História(s) e, com certeza, este blog, será um campo fértil de muita contribuição, debate, ideias e principalmente pela libertação de “isso não é coisa de menina”.
O Empoderamento Feminino não é uma causa de apenas uma pessoa, empresa ou organização. Ele não tem dono e nem verdades, ele é um processo, uma causa, uma ousadia. A ideia central é colocar a palavra em movimento, é tecer um grande tear, onde o “Isso não é coisa de menina” faça parte de um passado, que passou e nos ensinou que: juntas, cada uma a sua maneira, nos revelaremos como uma rede de agregação, solidariedade, intelectualidade e, principalmente, nos reconheceremos como pertencentes a uma nova caminhada histórica.
Qual a sua História?