Estudo divulgado esta semana aponta que 40% amostras analisadas têm qualidade ruim ou péssima. Professor de Saúde Pública da FASM explica os riscos que esse quadro traz aos cidadãos
Na semana em que é celebrado o Dia Mundial da Água (22/03), a SOS Mata Atlântica divulgou um estudo sobre a qualidade da água de 301 pontos de coleta, em 111 rios, córregos e lagos brasileiros. Segundo a fundação, 40% das amostras foram classificadas como ruins ou péssimas. O professor de Políticas de Saúde do curso de Medicina da Faculdade Santa Marcelina (FASM), Martin Euviro, explica quais os riscos enfrentados por conta do consumo de água contaminada.
“Quando ocorre a ingestão ou o uso de água imprópria, pode acontecer o que chamamos de ‘doenças de veiculação hídrica’”, explica o docente. “Desenvolvem-se patologias como problemas de pele e parasitoses intestinais. Além disso, enfermidades crônicas também podem ser agravadas” , pontua. Os sintomas mais comuns das infecções são os surtos diarreicos e as dores abdominais.
“As pessoas atingidas pela baixa qualidade da água são, na maioria das vezes, aquelas que pertencem ao grupo de risco: crianças e idosos”, afirma. “Além disso, quem tem um equilíbrio orgânico mais fragilizado – ou seja, caso já sofra de anemia, cardiopatia, hipertensão, etc – pode ter seu quadro descompensado”, esclarece o médico.
Existem algumas precauções que podem ser tomadas para minimizar a possibilidade de contaminação. “Mais do que confiar no tratamento de água por parte das autoridades, alguns métodos podem ser adotados em casa, como adição de hipoclorito, fervura e/ou filtração”, indica. “A contaminação também pode vir das próprias caixas d’água. Sendo assim, deve-se sempre verificar os reservatórios e garantir que estão higienizados”.
Faculdade Santa Marcelina