Implementado gradualmente nas unidades da Rede Salesiana de Escolas, o Material Didático Digital da Edebe mudou a rotina das escolas e oferece à Rede o que existe de mais moderno em tecnologia educacional.
Desde o início do ano letivo, as unidades da Rede Salesiana de Escolas (RSE) começaram a oferecer aos alunos e educadores o que existe de mais moderno em tecnologia educacional, com a implementação do Material Didático Digital da Editora Edebe Brasil. Estabelecendo-se no país através de uma parceria entre salesianos do Brasil e da Espanha, a editora oferece um pacote que contempla o livro digital, o caderno interativo (de exercícios), o Portal Futurum e a plataforma de Gestão Acadêmica Esemtia.
A chegada da instituição ao país, segundo Vânia de Aquino Silva, responsável pela gerência editorial da Edebe, veio suprir uma lacuna do meio editorial e educacional brasileiro, acompanhando uma mudança já presente na vida dos jovens. “A Edebe surgiu no mercado brasileiro como uma editora de livros digitais, ao contrário da maior parte das editoras que estão no mercado brasileiro atualmente. Isso nos possibilitou lançar no mercado um produto único, pensado para o mundo digital. O mundo digital já é algo que faz parte da vida dos alunos e, se faz parte da vida deles, não pode estar fora da escola”, ressalta.
Podendo ser utilizados em quaisquer dispositivos, a critério dos alunos e educadores, os conteúdos digitais do MDD são compatíveis com os principais sistemas operacionais da atualidade. A equipe da editora lembra que, embora o foco seja o material digital, há também um livro impresso com a função de fazer a ponte entre o mundo analógico e o digital.
Em 2014, o MDD foi disponibilizado aos alunos do 6º ano do ensino fundamental e 1º ano do ensino médio. Ao todo, foram atendidas 103 escolas salesianas e 12.400 alunos. Em 2015, os recursos serão estendidos ao 7º ano do ensino fundamental e ao 2º ano do ensino médio, com adesão de 105 escolas e 24.500 alunos.
Preparação e capacitação
Para receber o MDD, as escolas passaram por um período de reestruturação e capacitação. A equipe da Edebe orientou-as na compra de equipamentos para sala de aula, bem como nas mudanças de infraestrutura e montagem de redes sem fio. “Foi um ano de muito trabalho. Conseguimos implantar o projeto em 103 escolas. Os colégios que se prepararam tiveram muito sucesso”, relembra Edevaldo Siqueira Gaudencio, coordenador de tecnologia e inovação da Edebe.
Muitas escolas contrataram profissionais para atuar na tecnologia educacional e oferecem capacitações aos professores. Também a Edebe, em parceria com a Rede Salesiana de Escolas, realiza encontros de formação com educadores, alunos e pais. Com a ajuda dos gestores de polo, profissionais da Edebe e educadores salesianos, o MDD é estudado, reavaliado e as boas experiências de uso são partilhadas com as comunidades.
A tecnologia na educação
Na interação dos alunos com os conteúdos digitais, muda a forma como se aprende e a relação entre educando e educador. Para Vânia, a era digital requer uma nova postura das escolas: “A escola atual está diante de um grande desafio, uma vez que o acesso à informação está cada vez mais fácil. O seu papel agora é auxiliar o aluno na transformação dessas informações em conhecimento, de forma consciente, ética, sustentável. A Edebe, com o MDD, é mais uma ferramenta à disposição no cumprimento desse papel”, orienta.
Também através dos novos recursos digitais, o conhecimento tende a ser uma construção colaborativa, não mais uma via de mão única, em que o professor aparece como detentor das informações. “As nossas soluções propõem uma comunicação efetiva e horizontal entre professores e alunos. A tecnologia amplia o espaço físico da sala de aula e abre um mundo de possibilidades que deve ser explorado pelos professores e alunos no processo de ensino e aprendizagem”, considera Edevaldo.
A palavra dos jovens
Pelos depoimentos colhidos nos encontros de formação nas escolas, nota-se que as experiências de uso do MDD têm sido muito positivas. Interatividade, dinamismo e conhecimento são pontos destacados pelos jovens.
Luiz Alberto Costa, aluno do 1º ano do ensino médio do Colégio Salesiano Região Oceânica de Niterói-RJ, destaca, por exemplo, a autonomia do estudante nessa nova realidade: “A informação está em todo lugar e o professor é o guia que filtra, foca, esclarece esses dados e ajuda a transformá-los em conhecimento. O MDD e o Portal Futurum possibilitam ao aluno ser o responsável por seu aprendizado, já que o conteúdo do ano letivo inteiro está concentrado ali e as atividades dadas em aula já são postadas em tempo real nesses ambientes”, afirma.
Para Verônica Moraes de Oliveira, aluna do 1º ano do ensino médio no Colégio Auxiliadora de Ribeirão Preto-SP, essa forma de ensinar com uso da tecnologia permite que os estudantes tenham uma visão ampla de todo o conteúdo que o professor quer trabalhar. “Por meio de vários canais e ferramentas conseguimos entender a matéria. Temos, normalmente, mais curiosidade sobre diferentes assuntos. Agora é mais fácil estudar e aprender”, comemora.
A educadora de Ciências do Centro de Ensino Imaculada Conceição de Corumbá-MS, Vitória Graça de Carvalho, tem levado os alunos da escola para apresentar o MDD em feiras de tecnologia educacionais, através do projeto “E-book, uma experiência de sucesso”. Nas exposições, os alunos ressaltam as mudanças promovidas pelos novos recursos na dinâmica das aulas e os benefícios da tecnologia para a educação.
“Foi mostrado a todos que o livro digital da Edebe apresenta uma navegação fácil e intuitiva, incorporando sequência de vídeos e áudio, slide show, simulações e atividades interativas que, de certa forma, animam o aluno a querer e a ter entusiasmo de estudar, atraindo atenção para o novo projeto pedagógico”, relata Vitória.
Perspectivas para 2015
Entre melhorias e expansão no projeto, a Edebe prevê importantes mudanças para 2015. A começar pela segunda etapa da implementação na RSE, com a oferta do material aos alunos do 7º ano do ensino fundamental II e 2º ano do ensino médio. Haverá a atualização do Portal Futurum, com novas ferramentas para criação de aulas, uma nova e mais organizada biblioteca de conteúdos, dentre outras novidades. Também será consolidada a implementação da plataforma de gestão acadêmica. O sistema está preparado para atender a gestão acadêmica e financeira das escolas, sem gerar custos extras.
Outra novidade será a ampliação da formação continuada para o uso do Material Didático Digital. Além das formações pedagógicas já oferecidas pela Edebe, haverá formações ministradas diretamente no Portal Futurum. Essa capacitação, sob tutoria da equipe do Serviço de Assessoria à Gestão Educacional da Edebe (SAGE), será voltada para os conhecimentos técnicos do MDD e terá o formato de curso a distância.
Também faz parte do planejamento da editora aprimorar os canais de comunicação entre alunos e professor. “Já iniciamos neste ano o desenvolvimento evolutivo da plataforma de livros digitais para que, por meio dos aplicativos da Edebe, os professores e alunos se comuniquem como em uma rede social, trocando mensagens, compartilhando conteúdos e colaborando sobre temas específicos definidos pelos professores. Queremos estreitar ainda mais a relação entre professores e alunos”, projeta Edevaldo Siqueira.
Vânia de Aquino chega à conclusão de que o ano foi muito positivo e as expectativas para 2015 são as melhores possíveis. “Produzir um material que atenda a todo o Brasil, observando características de todas as regiões, tem sido um desafio enfrentado e que, aos poucos, temos conseguido superar. E os livros digitais podem nos ajudar muito nesse processo “, avalia.
A Rede Salesiana de Escolas
A educação salesiana está presente no Brasil há 130 anos e se caracteriza por uma pedagogia baseada no amor, na ciência e na espiritualidade. Em 2001, começou a se concretizar a proposta de uma rede de ensino que pudesse unir as dezenas de escolas que compartilhavam dessa concepção pedagógica-pastoral em torno de um projeto conjunto e inovador.
Hoje, a Rede Salesiana de Escolas (RSE) é a maior rede católica de ensino das Américas: congrega cerca de 5 mil educadores e 85 mil alunos, da Educação Infantil ao Ensino Médio, em mais de cem instituições de ensino em todo o Brasil.