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O decidir das empoderadas

Como ser uma gestora capaz de ter bons argumentos e ações, lidando com meus sentimentos de uma forma mais leve e construtiva?

Por Yara Queiroz

“Sim, tudo depende da pergunta, quanto mais profundamente perguntas, tanto mais veemente é a resposta – o gênio não fica a dever nenhuma; mas temos receio de perguntar e, muito mais de ouvir a resposta e de compreendê-la, pois isto nos custa esforço e dores, de outra forma, nada podemos aprender – de onde o tiraríamos? Quem pergunta a Deus, a esse ele responde com o Divino”  Bettina Brentano

Posicionamento claro, argumentações justas e cuidado com os sentimentos na hora de tomar decisões para dormir tranquila. Nos últimos 10 anos, esse sempre foi um desafio em minha jornada como gestora. Suponho que para você os desafios podem ser bem parecidos, certo?

Quem nunca teve uma crise de dor de barriga, ânsia de vômito, calafrios e enxaqueca em um dia de reunião sobre uma decisão importante a ser tomada? Quem nunca se deparou com a insegurança de não ter se preparado de maneira suficiente ou de não ter buscado as melhores alternativas para apresentar à equipe? Ou até mesmo aqueles casos em que a opção feita te causou um misto de fracasso e incompetência? E aqueles momentos em que vários eventos acontecem na família, com os amigos, os problemas aparecem nas finanças pessoais e você teve que tomar uma decisão complexa, mesmo emocionalmente abalada?

Realmente, esse empoderamento traz consigo inseguranças, que não estamos dispostas, muitas  vezes,  a  aceitar  na  mesma  proporção  que  o  poder,  sucesso  e  glória     que esperamos.

Principalmente quando falamos de gestoras responsáveis por empreendimentos que se propõem a cuidar da formação de crianças e adolescentes, onde a insegurança pode ser ainda maior.

Como participante de vários programas de empoderamento feminino e formação de lideranças educacionais, aprendi que para ser uma pessoa mais integrada e calma preciso que todas as minhas decisões sejam tomadas com base na minha conexão com o que estou tratando.

Essa conexão passa pelo princípio de ter em mente e também por escrito (no papel, no quadro, ou qualquer outro recurso visual), na hora de tomar uma decisão, qual é a pergunta que eu realmente quero e preciso responder. Também é importante saber de todas as imagens que eu e a equipe dispomos sobre o assunto em questão, sem atropelar nenhum processo.

Esse investimento na pergunta para escutar e me posicionar sobre um tema, o brainstorm com possíveis soluções de um problema e o ato de criar critérios para  decidir e elaborar um plano de ação fazem parte da ferramenta mais poderosa que aprendi nos últimos anos durante a formação de liderança facilitadora do Programa Germinar.

Na hora de decidir, esse é um dos métodos que recomendo, mas também não é o único. Existem outros, como mapas mentais e lembretes na parede com informações de sua rotina.

Cheguei à conclusão que a organização visual, colocando cada tópico no seu lugar com suas devidas perguntas, respostas e ações, me trouxe a tranquilidade e a segurança de que minhas decisões estavam embasadas e que todas as possibilidade foram bem analisadas. Em consultorias, damos o nome de Gestão à Vista.

Também percebi que o frio na barriga e outros tantos sintomas podem ficar bem mais leves seguindo esses critérios e pode, consequentemente, garantir um sono mais tranquilo. Dessa forma, consigo fechar cada ciclo aberto sob a minha responsabilidade.

Desejo a você, leitora, que os nossos pensar, sentir e agir para trazer as decisões mais leves sejam parte de um processo constante para nosso empoderamento. Que o olhar cuidadoso para nossas sombras e dúvidas diárias nos permita manter o foco na principal pergunta que deveria nos mobilizar:

O que temos para cuidar aqui e agora, mantendo o respeito aos nossos sentimentos e às sensações dos outros, mas caminhando sempre para a ação e a tomada de decisões?

“O importante não é a perfeição com a qual conseguimos realizar o que deve provir da vontade, e sim que o que tiver de surgir nesta vida, por mais imperfeito que venha a parecer, seja feito uma vez para que haja um começo!” Rudolf Steiner.

 

Yara Queiroz é professora de inglês e empreendedorismo, facilitadora e consultora  em
projetos de formação jovem e gestão escolar. Administradora de Empresas, Facilitadora Social pelo Instituto EcoSocial (Germinar) e uma das 10.000 mulheres empreendedoras, Fundação Dom Cabral e Goldman Sachs. Site: http://queirozyara.wixsite.com/yaraqueiroz
Contato: queiroz.yara@gmail.com

 

 

Foto/Imagem: ©Divulgação

 

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