Por Antonio Luiz Rios*
O Brasil tem mais de 50 milhões de alunos matriculados na Educação Básica. São cerca de 7,5 milhões na Educação Infantil, 29,06 milhões no Ensino Fundamental, 8,3 milhões no Médio e cerca de cinco milhões em cursos de suplementação e profissionalizantes. Dentre os requisitos para a excelência de sua escolaridade, uma prioridade nacional, incluiu-se o acesso ao livro, ferramenta imprescindível para a apropriação de cultura e conhecimento geral e didático.
Uma informação positiva é que o mercado editorial de nosso país produz obras de qualidade para todos os segmentos de alunos da Educação Básica. Há livros apropriados para as crianças que frequentam as creches, até os alunos do último ano do Ensino Médio, passando pelos matriculados no Fundamental. Daí a importância dos programas governamentais de aquisição e distribuição de livros aos estudantes das escolas públicas, oferecendo-lhes um instrumento decisivo para a sua formação.
Por outro lado, precisamos avançar muito no tocante ao hábito de leitura, estimulando-o cada vez mais — e além das salas de aula —, de modo que se constitua, como em várias nações, num fator decisivo para a transformação positiva da sociedade e do País. Nesse sentido, é prioritário estimular a leitura desde a infância, pois ao perceber o encanto do universo do livro e descobrir todas as portas que ele abre, o indivíduo dificilmente deixará de ser um leitor ao longo de toda a sua vida.
Portanto, para conquistarmos a meta tão almejada de que o Brasil seja um país de leitores não há outro caminho senão despertar nas crianças e adolescentes o gosto pela leitura. Significativa contribuição para isso foi o fato de o Livro do Ano de Ficção do Prêmio Jabuti 2014, o mais importante do mercado editorial brasileiro, ter sido Breve História de um Pequeno Amor, de Marina Colasanti. Tal conquista para uma obra infantojuvenil chama a atenção de todos para esse segmento da literatura.
Ao fazermos uma reflexão sobre a relevância da leitura para o público infantojuvenil, é pertinente lembrarmos o 25º aniversário da Convenção sobre os Direitos da Criança, celebrado dia 20 de novembro, em Nova York, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Na ocasião, o comitê responsável pelo monitoramento desse programa ressaltou a importância da participação ativa das crianças nas discussões que afetem suas vidas.
“As crianças podem ser agentes ativos da mudança em suas famílias, escolas, comunidades e países, uma vez que suas percepções são diferenciadas em relação às visões dos adultos”, diz um dos trechos da declaração oficial comemorativa ao jubileu de prata. Por isso, a participação das camadas mais jovens deve ser efetiva e interpretada como um direito, que avançou bastante desde a adoção da Convenção, que conta com a assinatura de 194 países.
Pois bem, para que as crianças e jovens participem de modo efetivo como agentes das transformações que os beneficiem, precisam apoderar-se, cada vez mais, do conhecimento que os livros lhes proporcionam. Este é um caminho eficaz para a solução dos problemas que ainda afetam a infância no mundo todo, a melhoria da qualidade da vida e o avanço da sociedade global.