Por Patrícia Aparecida P. Silva
No mês de agosto comemoramos o dia dos pais e sempre acompanhamos as famílias, nas suas mais variadas formas, buscando alguma maneira de presentear o membro da família que assume este papel. Muitas vezes este sentimento é ampliado para pessoas que não possuem vínculos diretos familiares, mas o que vale é o sentimento.
Em muitos casos a busca é por presentes que comtemplem as necessidades do público masculino como blusas, perfume, artigo esportivo, gravatas, tênis, camisetas e entre outros. Mas você já se imaginou ganhando um brinquedo? Qual seria o seu sentimento ao abrir o seu pacote e se deparasse com um brinquedo. Um brinquedo escolhido pelo seu filho ou pela sua filha, cheio de sentimentos e significados.
Com certeza você acharia estranho ou não, mas se seu filho/sua filha entregasse para você um convite para esquecer os deveres da vida de adulto e se liberasse para ir brincar, qual seria a sua reação?
O ato de brincar é uma das principais formas de expressão e aprendizado das crianças, que passam a construir significados e a interpretar sua existência no mundo, além de um direito garantido pela Declaração Universal dos Direitos da Criança, a Convenção de Direitos da Criança da ONU e o Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº 8069/90.
Será que teríamos lembranças sobre os nossos momentos de brincar com os nossos pais para partilhar com eles? Será que nos permitiríamos explorar espaços e vivências coletivas em família neste dia? Um pega-pega, esconde-esconde ou pique-bandeira; qual destas brincadeiras seria um presente inesquecível para o dia dos pais? Uma caixa de presentes com um pedaço de elástico dentro, quais recordações poderíamos ter? O que poderíamos fazer com os nossos filhos e filhas? Cama de gato, um ioiô improvisado; quantas coisas criamos junto com as crianças e com pouco recursos. Só basta se permitir.
Seria um dia dos pais com direito ao brincar, para as crianças seria incrível e inesquecível poder fazer com você PAI, aquilo que ela faz de melhor que é BRINCAR. E talvez quando chegar o dia em que for pai, o seu filho ou filha (mãe), terá motivos para brincar com os seus netos no dia dos pais.
Um carrinho de lata, pipas ou capuchetas, bolo de areia, bonecas de pano, bola de meia, entre outros tantos brinquedos e fazer deste domingo um dia do brincar coletivo com a família. Esquecer do presente personalizado para o adulto usar e tornar o dia presente para o seu filho lembrar.
Que o dia dos pais e os demais dias sejam dias de presença significativa para as famílias; que o brincar seja um direito coletivo e não individual como forma de preencher um vazio. Aquele que tentamos preencher quando entregamos um brinquedo para os nossos filhos e filhas e não nos permitimos viver com eles o momento. Que possamos vivenciar as coisas mais simples, que possamos brincar com os nossos filhos e filhas em todos os dias, quebrando a muralha da vida adulta.
Patrícia Aparecida P. Silva, coordenadora pedagógica no Centro Social Marista de Itaquera, da Rede Marista de Solidariedade do Grupo Marista.