Por Eduardo Borba
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março de 2020, o mundo passou por mudanças profundas. No Brasil, impactos sociais e econômicos sem precedentes também afetaram todos os setores. E, alguns deles, como o da educação, têm se mostrado cada vez mais prósperos e vêm formando pilares do que chamamos de “pivô digital”. Para se ter uma ideia, durante os primeiros doze meses da pandemia, de forma surpreendente, 91% da população fez pelo menos uma compra online – um aumento de 5% em relação ao ano anterior. Escritórios e escolas passaram a trabalhar online, em home office. O mundo foi obrigado a mudar. E a educação seguiu o mesmo caminho.
Na América Latina, durante a pandemia, a educação foi um dos principais setores afetados e o acesso à tecnologia de telecomunicações foi o que permitiu que muitos alunos continuassem seus estudos. No Brasil, segundo a pesquisa “Resposta educacional à pandemia de COVID-19 no Brasil”, divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), as escolas e as redes de ensino tiveram que aprender um novo modelo de funcionamento digital em relação aos desafios impostos pela pandemia no ano letivo de 2020. O levantamento mostra que 99,3% das escolas brasileiras suspenderam as atividades presenciais e que mais de 98% das escolas do país adotaram estratégias não presenciais de ensino. Ao comparar o cenário de diferentes países em relação ao número de dias com as escolas fechadas, nota-se que o Brasil teve um período expressivo de suspensão das atividades presenciais: 279 dias durante o ano letivo de 2020, considerando escolas públicas e privadas. Desta forma, tornou-se necessário que as escolas oferecessem um treinamento específico para professores. Na rede estadual, 79,9% das escolas treinaram os professores para usarem métodos ou materiais dos programas de ensino não presencial. Na rede municipal, 53,7% fizeram o treinamento. Ao todo, 43,4% das escolas estaduais disponibilizaram equipamentos, como computador, notebooks, tablets e smartphones aos docentes. No caso das municipais, esse percentual é de 19,7%.
Já quando o assunto é acesso gratuito ou subsidiado à internet em domicílio, o levantamento feito pelo Inep mostra que 15,9% da rede estadual adotaram medidas nesse sentido; na rede municipal, o número registrado foi de 2,2%. Além disso, 21,9% das escolas privadas retornaram às aulas com a realização concomitante de atividades presenciais e não presenciais, o chamado ensino híbrido. A estratégia também foi recomendada pelo CNE. Na rede pública, 4% das escolas adotaram essa medida.
Por conta disso, é necessário que todas as empresas voltadas para o ambiente educacional ofereçam o acesso a ferramentas digitais vitais para diferentes entidades educacionais em toda a região da América Latina, bem como em muitos outros locais do mundo. Cabe a todos os envolvidos que possam realizar a integração de diferentes soluções e serviços de tecnologia que permitam aos jovens continuar estudando, enquanto os professores podem manter suas aulas à distância, de qualquer lugar.
Assim, a consequência do “pivô digital” demonstra que, também no Brasil, há mais do que apenas suporte, há salvação para a educação. A catástrofe global da saúde pode sinalizar o surgimento de um renascimento digital em toda a região, com base em novas experiências de clientes e modelos de negócios alternativos. O Brasil foi atingido de forma particularmente dura por esta pandemia, mas demonstramos nossa capacidade de improvisar e nos adaptarmos rapidamente à “nova normalidade”. A chave será moldar o futuro de forma que todos os segmentos da sociedade e do comércio sejam beneficiados – dos consumidores aos funcionários, das empresas às comunidades locais. Este é o verdadeiro desafio – e oportunidade – do nosso “pivô digital” e no qual a educação se encaixa perfeitamente. No caso da Softline, já colaboramos com mais de 2.800 entidades educacionais, incluindo universidades, órgãos públicos, escolas, entre outros, com o intuito de introduzir a tecnologia necessária com o fim de apoiar as futuras gerações de profissionais de tecnologia, garantindo que tenham o acesso e os conhecimentos essenciais para seu sucesso no ambiente de trabalho, que é cada vez mais digital.
Eduardo Borba é vice-presidente da Softline Brasil, gestor com mais de 20 anos de experiência em empresas de Tecnologia da Informação com foco consistente em negócios e na experiência do desenvolvimento de pessoal e na criação de uma forte rede de líderes e clientes de TI.