Premiado pela Associação Brasileira de Incentivo à Ciência – ABRIC, o projeto funciona mesmo com o risco de corte no abastecimento de água
Com o racionamento de água iminente, principalmente no estado de São Paulo, cada vez mais as pessoas buscam alternativas para economizar ou aproveitar melhor a água. Ao mesmo tempo, há o aumento da conta de luz. Para amenizar esses problemas, surgem boas ideias. Uma delas vem da Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa – ETE FMC, de Santa Rita do Sapucaí (Sul de Minas): um grupo de três alunos desenvolveu um projeto inovador que gera energia por meio do fluxo de água e permite que usuários monitorem seus gastos de consumo.
O projeto é composto por duas partes: a primeira é uma turbina geradora de energia, localizada na entrada da caixa de água, onde a pressão é maior; nela está acoplado um circuito regulador, que carrega as baterias armazenadoras de energia. A segunda parte é constituída por um hidrômetro digital e sensores, que calculam a quantidade de litros de água que circula dentro de certos períodos.
O equipamento funciona quando o fluxo da água acelera a turbina, que gera a energia a ser armazenada. Ao mesmo tempo, o hidrômetro marca o fluxo, permitindo que os usuários monitorem melhor o consumo de água. “A energia gerada não chega a suportar uma casa, mas pode ser utilizada em equipamentos eletrônicos modernos, como recarga de celulares, e na iluminação residencial por painéis de leds.”, garante Fernando Iemini, um dos alunos responsáveis pelo projeto.
O projeto também busca o melhor aproveitamento da água. “O grupo ainda está desenvolvendo um mecanismo em que o usuário define, por meio do celular, a quantidade de água que ele pretende consumir durante o mês, com base no valor a ser pago na conta de água. Dessa forma, o consumidor poderá se programar para gastar somente aquela quantidade definida, reduzindo o consumo e o valor da conta”, explica Iemini.
E mesmo com o risco de racionamento, o aluno garante que a turbina continuará funcionando, porém a geração de energia seria reduzida, já que o consumo também seria menor. O estudante estima que o custo para criar esse equipamento é de aproximadamente 160 reais.
O projeto foi premiado pela Associação Brasileira de Incentivo à Ciência – ABRIC, na Feira de Projetos Futuristas (ProjETE), promovida pela ETE FMC, escola onde o grupo estudou. Os alunos também irão apresentar inovação deles na 13ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – Febrace, que ocorrerá na Universidade de São Paulo (SP) nos dias 17, 18 e 19 de março de 2015.
ETE FMC – Desde a fundação em 1959, a ETE FMC (www.etefmc.com.br) passou a ser referência em educação, por abrigar a primeira escola de eletrônica de nível médio da América Latina e a sétima no mundo, que atrai estudantes de todo o País. Atualmente, com cerca de 750 alunos, nos períodos diurno e noturno, oferece os cursos de Automação Industrial, Telecomunicações e Equipamentos Biomédicos, além de Ensino Médio Regular. A região é conhecida como o “Vale da Eletrônica” – referência ao Vale do Silício na Califórnia (EUA) – de onde muitos produtos e sistemas tecnológicos inovadores são lançados para o mercado nacional e internacional. Boa parte deles nasce dentro da escola.