Por Rafael Pinheiro / Fotos Divulgação
No terreno das múltiplas incertezas causadas pelo coronavírus, especialmente na área educacional, refletimos – diante de algumas possibilidades de retorno ao ensino presencial – quais serão as estratégias de ensino e aprendizagem que docentes e estudantes trabalharão diante do “novo normal”. Alguns pesquisadores acreditam que a fusão entre o aprendizado presencial e o virtual, proposto no ensino híbrido, poderá, em um contexto pós-pandemia, ganhar (cada vez mais) força nas escolas
Incentivando o protagonismo e a autonomia dos estudantes, a personalização da aprendizagem, a construção de um ritmo de estudos, além de possibilidades para explorar conteúdos em diversos ferramentas e formatos, a metodologia ativa do ensino híbrido evoca uma característica urgente: (re)estruturar os modelos educacionais à luz das necessidades contemporâneas. E, de certa forma, o hibridismo na educação pode ser uma das chaves para a compreensão dessas mudanças.
Dessa forma, com o intuito de abarcar um amplo leque de desdobramentos sobre essa temática, consultamos algumas fontes e questionamos: Quais serão as contribuições do ensino híbrido para a educação em um contexto pós-pandemia? Em uma tentativa de estabelecer um panorama com diversas opiniões, trazemos neste especial falas de especialistas, pesquisadores, professores, coordenadores/as, diretoras/es e empresários do setor, para conhecermos diversas perspectivas e expectativas para o campo educacional pós-pandemia.
DESAFIO E ACESSIBILIDADE
“A pandemia da Covid-19 acelerou em alguns anos, possivelmente, a possibilidade de os alunos do Brasil e do mundo passarem a usar a tecnologia a favor de seus estudos. No entanto, enquanto empresário do ramo de tecnologias assistivas e preocupado com a inclusão dos deficientes em qualquer contexto, seja o da Educação presencial quanto da remota, acredito que ainda há muito a se fazer quanto à acessibilidade. Se estar presencialmente em uma escola (quiçá ser aceito por boa parte delas) já é um desafio para os deficientes, me pergunto como poderão ter um acompanhamento adequado de maneira remota. As escolas vão providenciar ferramentas inclusivas? Softwares que possibilitem a esse aluno cego, surdo, mudo e deficiente físico ter equidade com as demais crianças e adolescentes? Ou os pais terão que investir em mais esse meio para possibilitar o acesso de seus filhos? Como ficará o acesso aos livros e aos professores? E como vão tirar dúvidas? A meu ver, esse é o momento ideal para promovermos mudanças profundas e que incluam, de uma vez por todas, crianças com todas as dificuldades. Assim, seria a inclusão e a acessibilidade verdadeiras e homogêneas.”
“Com a pandemia da Covid-19, o mundo precisou se adaptar em uma nova realidade. E é claro que essas mudanças trouxeram novas abordagens pedagógicas via uso de tecnologias. Implementada como alternativa às salas de aula fechadas, essa via tecnológica conferiu inovação educacional. Entretanto, de outro lado, mostrou uma triste realidade, como as diferenças sociais gritantes, que repercutem no acesso à educação de qualidade, tornando-a uma visão distante no Brasil. Em virtude desses elementos, mostra-se de fundamental importância, a atuação do poder público e de organizações da sociedade civil no combate a essa distorção socioeducacional. Entretanto, podemos afirmar que necessidade de mudanças trazidas pela pandemia está impulsionando o surgimento de uma nova geração de educadores e aprendizes, mais conectados e conscientes sobre a necessidade de utilização dessas novas ferramentas para incremento da educação, vencendo as barreiras de um país desigual, para fazer emergir cidadãos capazes de fazerem a diferença nesse país.”
SOLUÇÃO METODOLÓGICA
“O ensino híbrido é uma abordagem que já estava inserida no rol de metodologias ativas por meio do ‘Blended Learning’ e da ‘Sala de Aula Invertida’. Muitas escolas já estavam passando por um processo de inovação por se tratar de uma tendência mercadológica. Com a chegada da pandemia, o que era apenas uma tendência, tornou-se necessidade, obrigando o corpo pedagógico a buscar soluções tecnológicas para a realização de aulas on-line que atendessem a uma demanda de instrução diferenciada, coleta e análise de dados e, além disso, desenvolver um trabalho socioemocional / growth mindset. Dentre as plataformas já existentes no mercado, destaco a chegada no Brasil do Go Formative, Imagine Learning e Thinking Maps como plataformas modernas que atendem a todas essas demandas. Vale a pena conferir!”
“Neste momento, em Belo Horizonte, ainda não estamos vivendo o ensino híbrido, mas sim o virtual, pois as aulas presenciais ainda não voltaram. Mas já conseguimos vislumbrar que o pós-normal será a junção dos dois. Um contribuindo com o outro. E mais do que nunca, nestes tempos de isolamento social, a tecnologia mostrou que de forma consciência ela pode contribuir muito para o ensino. Se havia algum tipo de resistência pelas instituições ou pelos professores, a pandemia veio para deixar nossos medos pela tecnologia de lado. E mostrar que usuários e educadores se apoiaram na tecnologia como uma ferramenta que possibilita uma sustentável contribuição para a educação, se bem utilizada. Não podemos esquecer de que a tecnologia também pode escravizar, ou seja, nos tornarmos dependentes dela. É ter o ponto e o contraponto. Na educação, nada substitui a interação, o olho no olho, o vínculo afetivo, por isso a importância do híbrido.”
“A pandemia trouxe mudanças nas relações de ensino e aprendizagem de forma muito rápida e, em muitos casos, sem o preparo adequado de professores, alunos, famílias e gestores. De uma hora para outra, a escola presencial virou 100% remota. Algumas escolas, que já tinham suas plataformas on-line e professores mais versados em tecnologias, com uma comunidade com acesso à internet, celulares e computadores tiveram mais facilidade, e a adaptação aconteceu mais no sentido de entender as aulas no formato 100% remoto. No entanto, temos também escolas, professores e famílias que tiveram que se reinventar para que a aprendizagem acontecesse: acesso às emissoras de rádios locais, WhatsApp dos pais, empréstimos de celular, horários combinados com a família para que todos pudessem acessar Wi-Fi/equipamentos da casa etc.
O que podemos perceber de mudança positiva é que a nova realidade abre uma porta para o uso das plataformas digitais, agora como possibilitadora de mediação. O que antes podia ser um desafio ou um obstáculo, agora virou uma possibilidade. E o que percebemos são alunos e professores com seus níveis de letramento digital mais avançados e entendendo que esse é um caminho facilitador, importante e, nesse momento, fundamental. O que antes da pandemia poderia ser ainda estudo e teoria, passa a ser necessidade e prática diária. O desafio e o aprendizado que fica é que é preciso investir em formação continuada de professores e uso das tecnologias digitais a serviço do ensino e da aprendizagem.”
ADAPTAÇÕES E NOVAS ROTINAS
“O momento exige de alunos e professores a adaptabilidade para lidar com as novidades que, em muitos casos, já estavam ao nosso alcance, mas, somente agora foram aderidas em massa. Controlar seu local, tempo e ritmo de estudos. Estudar à distância. Usar, quando é possível, recursos virtuais. Além de flexibilizar as interações e a supervisão de professores através de acesso remoto. Tudo isso possibilita que os estudantes personalizem os recursos disponíveis para a aprendizagem de acordo com suas reais necessidades e singularidades. Sem dúvidas, neste período de isolamento, percebemos o quanto a sala de aula e a presença física do professor são importantes. Porém, também se tornou notável que os caminhos para o conhecimento não se limitam neles. A porta para uma aprendizagem que ocorre de diversas maneiras foi aberta. E acredito que após a pandemia, mesmo que seja de maneira complementar, ela não será mais fechada.”
“Com a adoção de tecnologias corretas, é possível oferecer ferramentas para que o professor que está em sala de aula, entregue uma mensagem única tanto para os alunos presenciais como para os que estão em casa. Hoje temos tecnologias que ajudam neste processo com a câmera que acompanha o movimento do professor (“presenter mode”). Para o professor, é importante se movimentar livremente enquanto fala de um determinado assunto ou enquanto escreve no quadro branco, assim como é necessário que, embora esteja utilizando máscara, possa ser ouvido com clareza pelos alunos que estão tanto presencialmente como remotamente. Por isso, a qualidade de áudio de uma solução de videoconferência é primordial. O enquadramento automático dos movimentos do professor é apenas uma das funcionalidades que podemos incluir no dia a dia da videoaula e interação entre professor-aluno, que neste momento acaba se tornando ainda mais imprescindível com o intuito de oferecer ao mestre e aos seus alunos uma experiência espontânea de ensino. O ensino híbrido permite aos alunos prosseguirem com seu processo de aprendizado, combinando conteúdos ministrados em uma plataforma digital às aulas interativas mantendo a qualidade do ensino/aprendizado, visando uma relação de ganhos mútuos entre a escola e seus alunos.”
“Ao integrar a Educação à tecnologia, o ensino híbrido captura naturalmente o interesse de meninos e meninas que hoje frequentam nossas escolas – todos, sem exceção, nativos digitais – fazendo match com o modelo mental dos estudantes, em grande parte influenciados pela linguagem e rotina massivamente digital, seja no lazer, na comunicação, nas formas de interagir com as pessoas, com a informação e o conhecimento. No retorno pós-pandemia, o ensino híbrido certamente passará de tendência à prática indispensável e obrigatória na rotina mista da escola que, tendo de adaptar-se aos protocolos de distanciamento social que a obrigarão a alternar e escalonar a frequência presencial dos alunos em sala, avançará para o desafio da personalização do ensino, reconhecendo diferentes formas de aprender e, portanto, para ser efetivo, priorizando ensinar na mescla de mídias presenciais e digitais, adequando o ensino ao padrão individual de aprendizagem dos alunos e não o contrário.”
“A pandemia e o isolamento social se estabeleceram como urgentes neste ano em um cenário no qual a educação híbrida de excelência já se fazia necessária. Em 2020, e até mesmo antes deste ano, pensar no ensino como parte integrante do comportamento social que leva a revolução 5.0 era mais do que necessário. Afinal de contas, a tecnologia já é uma realidade e estamos educando já há alguns anos os nativos da internet; pessoas que já nasceram em contato com a tecnologia e que a percebem como parte do seu cotidiano. Esses alunos têm estímulos e processos de aprendizado muito mais fluidos e multicanais; é a geração que aprende tanto na sala de aula quanto em vídeos no YouTube. Porém, essa fluidez pode tornar essa geração também dispersa e desconexa em meio a tantos estímulos. Por isso, durante a pandemia, eu e minha equipe desenvolvemos a Wakke Class, uma sala de aula digital pensada para o ensino híbrido pós-pandemia: levamos o engajamento, a rotina e o comprometimento das salas de aula presenciais para o mundo digital e usamos estímulos que conversam com o público do ensino básico como principal foco de aprendizado. É importante trabalhar prazos definidos e disciplina com esses alunos e, por outro lado, também é primordial que eles tenham acesso fácil e contato permanente com professores, coordenadores e outros alunos. Acreditamos que um bom caminho é usar os melhores recursos do on-line e do off-line para uma educação que converse com seus educandos.”
“A pandemia está mudando o mundo e deve remodelar a sociedade de forma duradoura. A educação, que tem respondido de maneira peculiar às restrições impostas pelo distanciamento social, não passará ilesa a esse processo e deve intensificar, em um futuro próximo, um uso mais sofisticado e flexível da tecnologia. No momento em que o presencial foi substituído pelo virtual, as ferramentas on-line têm servido a um momento síncrono e propiciado a facilidade na integração e troca maior entre discentes e docentes. As novas tecnologias oferecem inúmeras possibilidades ao campo educacional, desde que o propósito de sua utilização esteja relacionado à melhora da aprendizagem. O ensino híbrido será uma forma de atender nossos alunos neste cenário, oferecendo simultaneamente a construção do saber no colégio e em casa.”
“Muito além de tecnologias aplicadas à Educação, o ensino híbrido contribui com a mescla e a proatividade do aluno em relação ao processo de consolidação de aprendizagem do conteúdo, permitindo que a Educação pós-pandemia dê, enfim, o salto necessário para a Educação 4.0 em consonância com as teorias de neurociência sobre aprendizagem e o perfil do aluno da geração alfa, que temos em nossas escolas.”
TECNOLOGIA E ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
“O hibridismo sempre aconteceu na educação, os professores já lançavam mão de diferentes estratégias que, mescladas, proporcionavam o alcance de objetivos de aprendizagem. O grande destaque atualmente deve-se à inserção da cultura digital de forma inevitável para conseguir superar os desafios que a pandemia trouxe. Sendo a cultura digital uma das competências gerais da BNCC na Educação Básica, o contexto pós-pandemia traz para a sala de aula possibilidades de desenvolvimento de habilidades extremamente necessárias para a educação do século XXI. O saldo do ensino híbrido, que fomenta a formação de professores para que se apropriem de recursos tecnológicos efetivos, que traz desafios aos alunos envolvendo o uso das tecnologias digitais em rede, certamente trará tanto para a sala de aula virtual quanto para a presencial uma nova perspectiva para a ação do aluno e do professor, elevando o protagonismo do aluno, aguçando sua autonomia e sua capacidade criativa.”
“A adaptação da educação trará mudanças que devem permanecer após a solução da pandemia. Na minha opinião, a principal alteração ocorre nas pessoas, uma vez que as tecnologias usadas já estavam disponíveis e, no mundo corporativo, sendo usadas há bastante tempo. Os professores tiveram de se transformar e se adaptar rápido, assim como os alunos. Porém, creio que as mudanças definitivas nas ações de integração da tecnologia a favor da melhoria da aprendizagem serão capitaneadas pelos estudantes. Agora, eles já sabem como trabalhar remotamente, com diferentes programas de computador, realizar trabalhos em equipe e até mesmo configurar equipamentos. A necessidade fez com que eles aprendessem a resolver problemas para chegarem aos seus objetivos. Com todo esse aprendizado em um ritmo acelerado, longo e imposto por uma situação inesperada, os alunos possivelmente esperam do professor aquilo que somente ele pode dar: adicionar, ao que aprenderam, camadas de inspiração, desafios, e de encaminhamento para a preparação do futuro.”
“A educação do novo milênio, após a pandemia, deverá estar permeada por estudos que envolverão a cultura a partir da metodologia de ensino híbrido, numa perspectiva de potencializar e alcançar cada vez mais nossos atores do processo educacional. Vale ressaltar que, após a pandemia, possivelmente haverá um maior hibridismo da educação presencial com o atendimento remoto, pois cada vez mais os professores e alunos estarão preparados para enfrentar esse distanciamento, tendo a possibilidade da não interrupção dos estudos. Dessa forma, a tecnologia assume um papel importante, ou seja, o ensino híbrido mantém a relevância da educação. Essa metodologia permite o aprendizado mais personalizado e mais dinâmico, bem como confere às famílias e aos professores a possibilidade de acompanhar o processo de aprendizado e engajamento do aluno. A partir dessas evidências, os educadores conseguem fazer intervenções mais rápidas.”
“Com a chegada inesperada do ‘novo normal’, nós, como educadores, tivemos que nos reinventar e inserir o nosso cotidiano da sala de aula, em aulas virtuais mediadas por professores, que não mediram esforços para que a educação não perdesse a essência dos trabalhos em grupo, do coleguismo, da grande diversidade de ideias que, compartilhadas, nos tornam eternos aprendizes. No mundo totalmente tecnológico em que vivemos, o ensino híbrido aproximou ferramentas virtuais e modernas da sala de aula, o que aumentou o interesse dos alunos, auxiliando no desenvolvimento da criatividade e potencializando o contato com diversas culturas, de maneira que as aulas se tornaram mais atrativas. No cenário pós-pandemia, poderemos (e devemos) continuar agregando esses recursos à educação dos nossos alunos.”
“Com a pandemia, o desafio foi buscar, da Educação Infantil ao Ensino Médio, a dissolução de fronteiras entre o espaço virtual e físico, por meio do uso de plataformas – como Google Forms, Padlet, Socrative, Kahoot, Mentimenter, Mathific, entre outras – em situações em que os alunos sejam instigados a pesquisar, refletir e se posicionar frente a situações-problemas de forma crítica e colaborativa. É importante destacar que os recursos digitais, por si só, não determinam a qualidade das aulas, mas sim o propósito por trás da seleção e o modo como eles são utilizados. Ou seja, a tecnologia está a serviço do projeto pedagógico, é mais um meio para oportunizar situações ricas de descobertas, em um contexto de reflexão e colaboração. No período pós-pandemia, o ensino híbrido, com a alternância de períodos remotos e presenciais, será fundamental para a retomada gradativa da vida escolar, uma vez que as experiências educativas e as boas práticas pedagógicas adotadas no período de distanciamento social se mostraram efetivas no processo de aprendizagem dos alunos.”
“O ensino híbrido amplia a possibilidade de propostas e estratégias didáticas, flexibiliza o tempo em virtude dos momentos de interação assíncrona que são propostas que respeitam e favorecem o desenvolvimento de cada estudante. Alunos que trabalham dentro desse modelo serão mais autônomos e mais organizados. O próprio modelo evoca essa necessidade. E ajuda a escola a identificar os alunos que tem mais dificuldade nesse processo e permite que as orientações educacionais consigam apoiar e intervir nesse processo, melhorando o desenvolvimento do aluno também nesse sentido. Proporciona, também, a otimização dos momentos presenciais, ressignifica o conceito de aula, principalmente quando comparamos com os modelos tradicionais. Dessa forma, o momento de aula presencial passa a ser ressignificado. Isso estimula a interação entre os alunos, torna natural a utilização de novas tecnologias e aumenta o engajamento à medida que eles trabalham mais entre si e consigo, e aumenta a oportunidade de aprender a aprender.”
“Muito antes da pandemia, o ensino híbrido já vinha sendo discutido, utilizado e crescido de forma poderosa no universo educacional. A pandemia só acelerou a necessidade de sua adoção, por parte de alunos e professores. Não só os docentes passaram a ter que entender melhor esse novo contexto, bem como adotar ferramentas que possam permitir a aplicação do ensino de qualidade, mas os alunos também tiveram que entender e aprender.
No contexto pós-pandemia, em que sabemos que não teremos tão cedo a tranquilidade de ter todos os alunos aglomerados em uma escola, sem vacina, ainda demorará um período para termos novamente o status normal de ensino 100% presencial. Desta forma, a aprendizagem que o ensino híbrido trouxe para todos é essencial neste momento.
E no pós-pandemia, será essa aprendizagem, essa experiência que alunos e professores tiveram com essa metodologia de ensino, que permitirá uma continuidade do processo educacional sem interrupções de aprendizagem. Assim, o ensino híbrido será visto como a principal ferramenta, em minha visão, no contexto pós-pandemia. Representando a continuação de um processo de aprendizagem eficaz, onde o estudante, sem dúvidas, ainda terá a necessidade de desenvolver uma parte dos estudos e aprendizado de forma on-line e a outra presencial.”
“O cenário que se desenha para o futuro, passada a pandemia e com o retorno às aulas presenciais, será resultante da nossa compreensão dos diferentes contextos e defasagens dos alunos. Isso ficou mais claro em meio à pandemia, dada as diversas oportunidades de ensino-aprendizagem. No caso, o ensino híbrido pode ser absorvido pelas escolas e instituições de ensino de maneiras diferentes.
Primeiro, os alunos têm características diferentes um dos outros, assim como dificuldades e trilhas de aprendizagem diferentes. Com a introdução do ensino híbrido, a escola consegue fazer um mapeamento das principais dificuldades dos alunos. Alinhada à BNCC, a escola conseguirá direcionar a jornada de aprendizagem dos estudantes, determinar quais tecnologias e adaptações serão mais úteis e necessárias, além de melhorar e adaptar suas práticas por meio de avaliações adaptativas, observando cada contexto e as metodologias ativas. Ou seja, empregando conceitos de aula invertida, aprendizagem baseada em projetos, por exemplo. O ensino híbrido é também um dos modelos que permitem que o aluno aprenda conteúdos em ambientes distintos, seja de forma remota, seja em sala de aula.
Outro ponto positivo do ensino híbrido é o contexto fora de sala de aula, até porque cada aluno vive em um mundo completamente diferente do outro. Com o ensino híbrido, é possível acelerar o compasso da educação em um mundo cada vez mais tecnológico, de hoje e do futuro, em reação ao ensino analógico, do passado. É uma metodologia que melhora a comunicação entre o que o aluno espera da escola e o que ela pode oferecer. Isso terá impacto também no seu processo de aprendizagem.
Por fim, e não menos importante, o ensino híbrido ajuda os professores em seus processos de ensino, como na criação e correção de questões. Com isso, o professor tem seu tempo otimizado para se dedicar a outros aspectos da educação, como ajudar a desenvolver as habilidades socioemocionais de seus alunos. Vale destacar ainda a relevância deste modelo para os gestores, com benefícios no gerenciamento da aprendizagem global dos alunos, na elaboração de sistemas de satisfação e no trabalho com dados mais direcionados para cada aluno.”