Matéria publicada na edição 67 | Abril 2011 – ver na edição online
Os estudantes do 6º e 7º anos do Colégio Cristo Rei, localizado na Vila Mariana, zona Sul de São Paulo, protagonizaram em março passado “uma experiência que eles jamais esquecerão na vida”, observa o professor Isaias Santos, da Projetos de Robótica Educacional, consultoria que atende a cerca de 45 instituições de ensino, em programas curriculares e extracurriculares. “Eles montaram um coração mecânico maravilhoso, que pulsa como um coração humano. Nesta aula pudemos discutir o sistema circulatório e o funcionamento do órgão”, comenta Isaias, ao exemplificar os benefícios proporcionados sobre a aprendizagem pelas atividades de robótica. Mas a área não serve apenas como reforço aos conteúdos programáticos, senão abre um novo campo de desenvolvimento “de habilidades como a concentração, o trabalho em equipe, o raciocínio lógico e a verbalização, além da aplicação dos conceitos de Física, Matemática e Mecânica”, explica Isaias.
Pós-graduado em Tecnologias da Educação, ex-professor de Tecnologias no Colégio São Luís, na Escola Técnica Federal de São Paulo e na Fundação Álvares Penteado, entre outras, Isaias Santos afirma que a robótica vem crescendo paulatinamente nos últimos treze anos, especialmente em escolas dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. É aplicada desde a Educação Infantil ao Ensino Médio, diferenciando-se conforme os conteúdos e a faixa etária. Com os menores da Educação Infantil ocorre uma iniciação à Mecânica, enquanto entre os alunos do Fundamental e Médio há a aplicação dos conceitos de Física e Matemática nos projetos, em que os robôs são movimentados através de programação realizada por meio de um software específico e sensores que enviam as informações desde os computadores.
Segundo Isaias, a robótica permite “materializar e vivenciar o conceito dado em sala de aula”. “O aluno normalmente acha que este só vai servir para a prova e nunca mais o verá. Por outro lado, o professor normalmente dá vários exemplos para facilitar a compreensão do aluno. Já nas oficinas de robótica, o professor faz o conceito acontecer. O aprendizado se torna mais significativo e real”, aponta o consultor. Ou seja, o aluno “percebe que as coisas não acontecem por acaso, que o brinquedo do parque não cai e que o prédio não tomba não por sorte nem coisa parecida. A tecnologia está mudando o jeito de aprender”, diz.
O mercado oferece atualmente muitas opções de materiais às escolas, grande parte delas importada, “cada uma com suas características particulares, mas que no geral desempenharão um bom trabalho”. Isaias destaca os produtos da Lego (pioneiro na robótica educacional e desenvolvido na Dinamarca, “o material possibilita uma grande exploração da Mecânica e da programação dos robôs”); da Fischer (de origem alemã, “suas estruturas auxiliam na construção de modelos complexos, como trabalhar com as várias formas de energias e sensores”); e da Knex (produzido nos Estados Unidos, “seu foco é trabalhar estruturas; é o único que permite a montagem de grandes projetos, como montanhas russas”).
Entretanto, Isaias afirma que é possível ainda trabalhar a partir de sucatas, opção adotada por algumas escolas. “Existem no mercado alguns placas interfaces para gerar movimentos nos projetos com sucata, os quais abrem outras possibilidades de aprendizado aos alunos”, diz o professor. Também há a possibilidade de se trabalhar com diferentes versões de kits produzidos no Brasil, como o da PNCA Robótica e Eletrônica, de São Carlos, interior de São Paulo, e o da Modelix, comercializado pela Azul e Rosa Brinquedos Educativos, do empresário Vítor Amorim Moreira Tribuna. “Dependendo do kit, é possível desenvolver carros movidos mecanicamente, com manivelas, fricção ou até mesmo programados”, diz o empresário. Vítor observa, no entanto, que a grande procura que recebe pelos produtos vem do próprio varejo, de pais e estudantes estimulados pela expansão da robótica.
Nas escolas, a robótica pode ser introduzida no currículo obrigatório, tornando-se um importante apoio para o desenvolvimento dos conceitos de várias disciplinas, ou como atividade complementar, “com o objetivo de gerar estímulos nos participantes, trabalhar as habilidades, desenvolver o raciocínio lógico e o empreendedorismo de forma lúdica e divertida”. As aulas são desenvolvidas sempre em equipe de quatro a cinco alunos, distribuindo-se entre eles tarefas de organização, montagem e apresentação do produto final. Muitas escolas promovem campeonatos anuais entre as equipes e as inscrevem em competições de caráter regional, nacional e até mesmo internacional.
Por Rosali Figueiredo
Serviço:
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