Um livro acessível a professores e gestores que enfrentam questões sobre o assunto no dia a dia e não sabem o que fazer, o que observar, como intervir
Contrariando a crença de que a infância é um período invariavelmente feliz, dados epidemiológicos brasileiros indicam que 10 a 20% das crianças e adolescentes apresentam algum tipo de transtorno mental. A escola, como importante cenário de convívio social, apresenta diversos reflexos dessa realidade. O livro Saúde mental na escola: o que os educadores devem saber, organizado pelos psiquiatras Gustavo M. Estanislau e Rodrigo Affonseca Bressan e lançado pela Artmed Editora, trata desde assuntos amplos como os mais específicos a respeito do tema e mostra como favorecer a comunicação entre pais e escola.
Os autores se atêm muito mais à questão da saúde como um fenômeno dominante do que à doença em si e tratam o assunto de maneira didática e prática, com exemplos e dicas. “O objetivo não é fazer com que os professores deem um diagnóstico psiquiátrico, mas que estejam bem informados”, ressalta Bressan. Segundo ele, um professor pode identificar sinais que demandem encaminhamento para avaliação de equipe de saúde mental, contribuindo para uma intervenção precoce que, via de regra, leva a resultados mais positivos.
Muitos professores, por falta de informação e orientação acerca do assunto, acabam por rotular a maioria das crianças como sendo hiperativas, sendo que a prevalência da hiperatividade no mundo inteiro é de apenas 5%. Os demais podem apenas estar agitados, não ter dormido ou se alimentado bem, ou, ainda, estar com problemas em casa. O senso de impotência diante dos transtornos (reais ou não) acaba acarretando uma crescente dependência da figura médica, supostamente detentora de soluções rápidas, o que culmina em grandes controvérsias, como a medicalização. “A informação de qualidade é a melhor arma para combater a medicalização e o preconceito”, lembra Bressan.
O livro apresenta orientações básicas de como os educadores devem proceder, como se aproximar, conversar, tentar entender o que realmente está acontecendo, baixar o nível de exigência com a criança, quando necessário, para que ela não se distancie da escola. Por exemplo, como comenta Estanislau, “Em muitos casos, pode não ser depressão, apenas tristeza”. Esses detalhes podem melhorar o rendimento do aluno na escola, sendo que todos podem atuar de alguma maneira para isso.
Para Estanislau, uma série de crianças que são tratadas como tendo um transtorno poderiam ser manejadas de uma maneira mais simples. Por exemplo, crianças mais tímidas podem ser encaminhadas para aulas de teatro, assim como as mais agitadas – que não tem o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) – poderiam praticar um esporte. “Em muitos casos, alternativas práticas resolveriam o problema”, completa.
Grupo A Educação:
O Grupo A Educação é uma holding que reúne um grande portfólio de negócios voltados para o mercado educacional, integrando soluções em conteúdo, tecnologia e serviços. Com mais de 40 anos de atuação no mercado editorial, a empresa é detentora dos selos Artmed, Bookman, McGraw-Hill, Artes Médicas e Penso. Sua linha editorial, que possui mais de dois mil títulos em catálogo, está voltada para a publicação de livros científicos, técnicos e profissionais, e é referência nas áreas de biociências, ciências humanas, e ciências exatas, sociais e aplicadas.
Desde 2011, a empresa vem intensificando o seu posicionamento no mercado educacional a partir de parcerias com multinacionais como a Blackboard, líder mundial em tecnologia para educação, e a Kaltura, maior plataforma aberta de vídeos do mundo, além de contar com iniciativas nacionais como a GSI online, especializada na construção e adaptação de conteúdos para a educação a distância, e a Sagah, sistema de aprendizado do Grupo A desenvolvido em conjunto com a Hoper Educação.