Até 2020, todas as escolas do Brasil, públicas e privadas, terão que introduzir as habilidades socioemocionais em seus currículos. A regra faz parte das diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aprovada pelo MEC em dezembro. O documento estipula um conjunto de normas que, segundo a pasta, além de ensinarem disciplinas como português, matemática e ciências, terão de preparar seus alunos para desenvolverem habilidades, tais como liderança, pensamento crítico e criativo, empatia e cooperação, entre outras.
Educador e diretor do programa Semente, que incentiva a aprendizagem socioemocional em redes públicas e privadas, Eduardo Calbucci conta que as habilidades emocionais são estudadas no mundo há mais de cinco décadas, principalmente nos Estados Unidos, mas ganhou mais atenção nos últimos anos devido a descobertas essenciais sobre as mesmas. “Por anos, houve dúvidas entre alguns especialistas de educação em relação à importância das competências socioemocionais no ambiente escolar, pois, durante muito tempo, se partiu de uma premissa equivocada de que essas habilidades eram individuais e inatas e que não poderiam ser ensinadas na escola”, diz.
“Mas conseguimos desconstruir isso. As habilidades socioemocionais podem ser desenvolvidas na escola e, principalmente, elas não são inatas, podendo ser adquiridas e estimuladas ao longo da vida”, completa.
Diante desse novo cenário transformador para às escolas, a metodologia Little Maker, do interior de São Paulo, desenvolveu e integrou a sua principal atividade a plataforma Significa, que possibilita aos colégios incorporarem as habilidades socioemocionais à grade curricular.
Trata-se de uma ferramenta digital que oferece a educadores e gestores um detalhado acompanhamento processual do desenvolvimento de cada aluno. Após atividades “mão na massa”, desenvolvidas para estudantes do ensino infantil e fundamental, a tecnologia gera relatórios que evidenciam o desenvolvimento cognitivo e emocional dos mesmos. Ademais, a solução é totalmente conectada com as disciplinas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
“A Significa ajuda gestores e professores a identificar os aspectos emocionais mais relevantes dos alunos para a melhor tomada de decisão com o processo didático. Além disso, a plataforma não tem o intuito de gerar métricas ou scores sobre os estudantes, mas sim ajudá-los a encontrar mais significado no aprender, desenvolvendo segurança emocional”, explica Diego Thuler, fundador da Little Maker e criador da Significa.
A plataforma Significa já está presente em mais de 23 escolas situadas no interior e capital de São Paulo, além de uma unidade em Manaus (AM). Alguns dos colégios que já utilizam a plataforma, como o Progresso, situado no bairro de Cambuí, em Campinas, já sentem os primeiros resultados.
“O que mais me impressionou na Significa é justamente a possibilidade de acompanhar características tão abstratas, como a empatia, resiliência, criatividade nos alunos. As famílias também estão gostado, comentando espontaneamente sobre a plataforma, mostrando preocupação com uma educação que realmente forme cidadãos para o século 21”, diz Cristina Tempesta, diretora geral do colégio.