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Tecnologia em Processos Escolares. O que se espera dessa nova formação superior?

Em vista da necessidade de agentes de apoio mais qualificados nas escolas de educação básica para atuar em espaços como portarias, laboratórios, almoxarifados, secretarias, jardins, cantinas, brinquedotecas, bibliotecas e instalações esportivas, há um ano e sete meses o MEC aprovou, pela portaria nº 72 (publicada no Diário Oficial da União em 11 de maio de 2010), a criação do Curso Superior Tecnologia em Processos Escolares.

Para a formação qualitativa foi estabelecida uma carga horária mínima de 2.400 horas e um período de dois anos e seis meses, com uma matriz curricular que compreende estudos de ética, normas técnicas e de segurança, princípios legais, elaboração de documentos, conhecimentos socioeconômicos, além de focar na capacidade de sociabilidade e na realização de trabalhos em equipes com iniciativa e criatividade.

O tecnólogo será responsável pelos processos de planejamento, coordenação, controle e operacionalização das atividades pedagógicas e administrativas. Ele não será um professor e nem um gestor, ressalta Neide Noffs, diretora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. Esse profissional será um tecnólogo com conhecimento interdisciplinar e habilitações específicas para prestar um apoio aos departamentos pedagógicos e administrativos das escolas, explica Neide.

A diretora faz ainda um alerta para as instituições de ensino superior que já oferecem o curso: “é um desafio e um projeto de extrema importância para a educação nacional, portanto, precisa ser acompanhado constantemente e desenvolver uma matriz equilibrada que abranja tanto teorias específicas quanto propostas relevantes para a parte prática também”.

A diretora acredita que o maior desafio é ter uma visão articulada para estruturar uma grade de disciplinas que atenda às diferentes atuações da escola básica e, concomitantemente, se distancie de um posicionamento burocrático. “Não podemos pensar nesse tecnólogo como um corpo isolado, ele tem que contribuir e participar de todos os processos, já que o objetivo é que ele agregue de forma consistente os recursos humanos das escolas”, completa Neide Noffs.

Quanto às razões e de que forma esses profissionais poderão beneficiar na prática, Allan Kozlakowski, coordenador do respectivo curso nas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) de São Paulo, diz que os motivos são dos mais simples aos mais complexos, “desde a melhoria na qualidade do atendimento para informar sobre algum processo, como a matrícula, até na redução de etapas da burocracia, adequando, interligando e agilizando processos e recursos de uma forma mais direcionada”. Allan também cita casos de escolas públicas em que voluntários resolveram colocar o espaço da secretaria no site para funcionar e, com êxito, aceleraram processos e passaram a informar aos pais sobre assuntos diversos. “Esse é um dos papéis do tecnólogo em processos escolares”, salienta.

Por Tainá Damaceno

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