Ser gestor/a de uma escola não é uma tarefa simples.
É necessário liderar uma equipe diversa; conduzir conflitos; inseguranças e dúvidas de pais e responsáveis; se preocupar com a qualidade do ensino oferecida aos alunos; é preciso saber lidar com a indisciplina e solicitações dos alunos… e, além de todas essas questões voltadas à gestão de pessoas, há a gestão administrativa, o controle financeiro e o cumprimento de metas e objetivos.
É claro que se cercar de pessoas competentes que auxiliem no desempenho de todas estas funções facilita, e muito, a rotina diária. Entretanto, a visão estratégica do negócio é uma função primordial do/a gestor/a.
Entre tantas atividades e demandas, é normal que a manutenção e o planejamento para o crescimento do espaço físico da sua escola fiquem de lado.
Obras são uma fonte de transtorno, é verdade. Barulho, poeira, interdição de áreas importantes da escola e sabemos o quanto isso pode ser desagradável. Porém, quero te mostrar que há uma palavra mágica que pode diminuir – e até eliminar – este acumulado de problemas que você já conhece: PLANEJAMENTO!
Todo o início de ano você reúne a sua equipe e planeja o ano letivo, as atividades com os alunos, as festas, passeios, entre tantas outras ações. Que tal você criar também um plano de manutenção e obras para a sua instituição?
Isso pode parecer muito difícil, mas na verdade há um passo a passo simples e que pode fazer toda a diferença na criação deste plano de ação. Vamos começar?
Se você não pretende executar grandes obras e só quer cuidar da manutenção:
- Comece pelas pequenas coisas: Dê uma volta na sua escola e identifique todos os pontos que precisam de algum tipo de manutenção (troca de lâmpadas, portas sem maçanetas, pisos danificados, vidros quebrados). Faça uma lista e coloque todos os itens por ordem de prioridade de execução.
- Estabeleça uma meta financeira e faça pelo menos três orçamentos para cada item.
- Organize quando será executado cada um dos serviços: Crie um cronograma que respeite o seu fôlego financeiro e as datas possíveis para a execução de cada serviço.
- Escolha o fornecedor: Lembre-se que nem sempre o melhor preço é sinônimo de melhor serviço, busque referências e contrate sempre alguém de confiança.
- Execute os serviços seguindo o plano predeterminado.
Se você pretende fazer obras maiores, como grandes reformas, ampliações ou um novo prédio, o planejamento precisa ser diferente:
- É importante estabelecer quais são as suas reais necessidades. Sem isso sua obra pode ter dia para começar, contudo seu fim pode ser totalmente indefinido.
- Obras maiores devem estar alinhadas com as metas de crescimento do seu negócio. E o que isso significa? Se você pretende iniciar o Ensino Fundamental em 2019 não é a hora de planejar melhorias no seu berçário, por exemplo. Foque no seu principal objetivo.
- Não faça nada correndo ou em cima da hora: Obras maiores exigem maiores prazos e maiores investimentos. Fazer sem pensar só gera retrabalho, atrasos e prejuízos.
- Faça um projeto: O projeto serve para antever projetos futuros, dimensionar o tamanho do investimento e evitar o desperdício. Um bom projeto pode gerar uma economia de até 30% na obra.
- Execute as obras com um profissional habilitado e que lhe ofereça a garantia sobre os serviços. A NBR 15575 exige que o executor da obra dê garantia de 5 anos sobre os serviços, entretanto muitos contratantes não sabem disso e muitas empresas não cumprem esta regra.
Pensar antes de executar – esta é a máxima das obras em escolas. Coloque seus sonhos no papel e faça com que eles se transformem em realidade de forma segura e consciente!
A Colunista
CLAUDIA MOTA
Cursou a FAU Mackenzie, onde se formou em 2000, com pós-graduação na área de “Sustentabilidade das Edificações” na mesma instituição em 2012. Concluiu o curso de Acessibilidade Aplicada, em 2016. Atua na área de arquitetura desde 1995, quando encerrou o curso de edificações pela Escola Técnica Federal de São Paulo. Trabalhou nos escritórios de arquitetos Samuel Szpigel e Joan Villà, e na Câmara Municipal do Montijo em Portugal, na área de projetos de arquitetura social e restauro de bens tombados. Em 2003 formou o Ateliê Urbano, onde é responsável pelo Departamento de Arquitetura Escolar, desde então já são mais de 300 projetos executados pelo escritório.
Mais informações: www.atelieurbano.com.br