Liderança é a capacidade de influenciar e direcionar pessoas para que estas trabalhem em equipe, busquem os resultados esperados e possam evoluir com confiança e felicidade. Quando pensamos nessa palavra, logo vem à mente a imagem de um mestre e seus asseclas ou um líder e sua equipe. Este tipo de liderança coletiva, em que um indivíduo está à frente de um grupo maior, é mais visível e fácil de identificar.
A direção e a coordenação exercem a liderança coletiva quando reúnem o seu time nos momentos de planejamento estratégico no início do ano e na virada do semestre, nas reuniões de monitoramento semanais e nas reuniões de pais. Nessas situações, a liderança coletiva tem o papel de transformar um grupo de pessoas em um time de alta performance, em busca dos mesmos resultados, de forma segura e motivada.
Outra forma de liderança é a individual, em que o líder influencia todos a sua volta desde o momento que entra na escola até a hora de ir embora. A liderança individual está ligada à lapidação de pessoas com o objetivo de promover a sensação de confiança para que os colaboradores possam evoluir sem estresse, por meio de uma comunicação eficaz, do uso de processos decisórios participativos, gerenciamento de conflitos, meritocracia extrínseca e intrínseca, negociação de acordos e apresentação de ideias.
Liderar uma pessoa é mais difícil e complexo do que liderar uma equipe, pois necessita de uma grande inteligência emocional*. A tendência natural do ser humano é dar mais atenção às pessoas por quem temos mais apreço e afinidade em detrimento das demais.
Desta forma, a liderança individual pode ser tendenciosa, protecionista e desequilibrada, comprometendo a liderança coletiva e a formação de uma equipe coesa. Ou pior, afetar o desempenho e até mesmo o emocional de um colaborador que, por ser mais tímido ou reservado, não se aproxima do líder e se sente desprezado.
Você já parou para pensar se é um líder justo, que divide suas atenções de forma igualitária entre todos os colaboradores, ou acaba esquecendo de alguém?
Liderança e afetividade
Um dos princípios básicos para ser um bom líder é possuir uma grande dose de empatia e afetividade. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, a afetividade pode ser aprendida.
Para explicar melhor farei uma comparação entre os sentimentos amor e afeto. O amor é um sentimento primitivo e análogo, que pode existir não só entre seres humanos, mas entre pessoas e animais, locais ou objetos, como um carro.
O conceito mais popular de amor envolve, de modo geral, a formação de um vínculo emocional com alguém, que seja capaz de receber este comportamento amoroso e enviar os estímulos sensoriais e psicológicos necessários para a sua manutenção e motivação, isto é, a pessoa precisa receber o estímulo de volta.
O afeto, por outro lado, é um sentimento que ocorre entre seres humanos, está vinculado à doação sem necessariamente receber nada em troca, como o sentimento de benevolência, compreensão e carinho. Suas manifestações mudam de acordo com a cultura do seu povo: os japoneses são cerimoniais, os homens russos se beijam, os brasileiros são sinestésicos…
Se um comportamento afetivo muda de um povo para outro, significa que foi aprendido em determinado momento e alterado com o passar do tempo, após sofrer interferência da sua cultura e do meio que o cerca. Desta forma, conclui-se que a afetividade é um sentimento que é aprendido, acompanha a evolução humana e é uma premissa para se tornar um verdadeiro líder.
Demonstrar o afeto por meio de elogios é tão importante quanto o próprio sentimento. Existem vários momentos e cenários em que as formas de reconhecimento acontecem. O líder tem que diversificar as estratégias e ficar atento, aos sinais verbais e não verbais, e quais estímulos de valorização cada indivíduo é mais sensível.
Elogio por realização
Uma maneira de expressar palavras de afirmação é elogiando uma pessoa de forma específica. O elogio deve se concentrar na conquista ou realização do indivíduo.
Foco no comportamento
Enfatizar o reconhecimento em alguns traços comportamentais positivos (atitudes), incentiva e faz com que as pessoas tentem repetir a atitude como proatividade, organização, planejamento, iniciativa…
Afirmação do caráter
Todos nós apreciamos traços positivos de caráter naqueles com quem trabalhamos – características como perseverança, coragem, humildade, disciplina, integridade, paciência, bondade… O caráter vai além do desempenho e se concentra na natureza interna do indivíduo, por isso é considerado um elogio mais profundo.
Quando não nos empenhamos em afirmar verbalmente traços positivos de caráter, deixamos de reconhecer uma das maiores características da nossa equipe: a índole dos colaboradores.
*Segundo Daniel Goleman, Inteligência Emocional é o conjunto da inteligência intrapessoal (capacidade de compreender a si mesmo e de apreciar os próprios sentimentos, medos e motivações) com a inteligência interpessoal (capacidade de compreender as intenções, motivações e desejos dos outros).