O aluno chega na sala e o professor começa a explanar sua aula, com toda a sabedoria que lhe compete, faz anotações na lousa e inicia sua fala.
Uma criança diz que já assistiu um vídeo que falava sobre o assunto, e discorre sobre o tema, contando curiosidades e detalhes. Neste momento o professor descobre que sua aula foi por “água abaixo”, mas pede para o aluno esperar a sua vez para falar, até que termine sua apresentação para os demais, apesar de muitos deles estarem alheios, com o pensamento longe.
Estamos na Era da Informação, é necessário que o professor se conscientize disso e entenda que o aluno de hoje não é mais o mesmo que ele dava aula há 20 anos atrás.
Muitos até sabem, mas se mantém presos ao modelo convencional e preferem o discurso de que o aluno de hoje só quer saber de smartphone, tablet e jogos, e que não tem interesse em aprender. Será?
A geração Alpha, formada por crianças que nasceram a partir de 2010, não se sentem motivadas neste modelo de ensino porque têm características próprias construídas da relação com o meio. Que mundo vivemos hoje? Faça uma breve reflexão de como era sua vida há 10 e há 5 anos atrás. O que mudou de lá para cá?
A criança nasceu com sua intimidade exposta a milhares de pessoas através das redes sociais, manuseiam as ferramentas digitais com desenvoltura, pois foram apresentadas a elas desde muito novas, por isso é tudo muito simples e intuitivo… é o mundo onde elas nasceram.
Temos professores analógicos e alunos digitais. Analógico, neste caso, no sentido de ter pouca familiaridade com o digital, e no sentido do pensamento fragmentado, da não compreensão de como se dá o processo tecnológico.
O aluno, por sua vez, nasceu em mundo conectado, de telas touch e superestimulação, tem aptidões como adaptabilidade, versatilidade, independência, criticidade e dinamismo presentes em seu DNA.
Para vencer os desafios da educação, é imprescindível, primeiro, compreender esse aluno, suas características, seus anseios, sua forma de pensar e de agir. O diálogo é sempre a melhor forma de se aproximar do seu público, além de ser manter atualizado.
Mapeando a identidade da turma, é fundamental identificar o que eles esperam da escola, como é possível alinhar as expectativas do que o aluno quer aprender com o que a escola tem a ensinar.
O professor e a gestão precisam estar abertos a novos olhares, a buscar estratégias mais assertivas para atingir o interesse dos alunos, que de um modo geral, não está somente ligado à tecnologia, mas ao aprender com um propósito.
Estamos falando de uma geração mais consciente, que tem acesso à informação que antes só era possível adquirir através da escola. Hoje as crianças são autodidatas e aprendem quando, como e o quanto querem sobre qualquer assunto.
É preciso ressignificar a escola. Vamos juntos?!