A escola é um espaço privilegiado e multidisciplinar que consegue observar, diariamente, o desenvolvimento de cada estudante. As instituições de ensino acompanham, em diversos níveis, os crescimentos físico e social dos estudantes, assim como se preocupam com o seu bem-estar, o cuidado com a alimentação e com a saúde.
A alimentação, em especial, tem sido o foco de vários estudos nos últimos anos, que apontam dados alarmantes como o número elevado de crianças e adolescentes acima do peso ou obesos; deficiência de vitaminas e nutrientes essenciais em crianças em decorrência de práticas alimentares de baixa qualidade; além de problemas de crescimento, de diabetes e colesterol. A solução eficaz para preencher essas lacunas e construir uma relação positiva com os alimentos é desenvolver hábitos alimentares ainda na infância, em uma ação conjunta entre os pais e a escola.
“A escola deve ajudar a família em inúmeras situações, sendo a alimentação de qualidade uma das responsabilidades sociais que as instituições de ensino têm”, afirma Esther Cristina Pereira, pedagoga e diretora da Escola Atuação, de Curitiba (PR). “Se usarmos bem as habilidades e possibilidades que professores e escola possuem, ajudamos a família, fazemos a diferença para o estudante e contribuímos para uma sociedade mais ativa”.
Segundo Manoela Richardz, nutricionista responsável pelo desenvolvimento do cardápio dos alunos da Escola Atuação, a alimentação é o principal fator para desenvolver alterações como diabetes, colesterol e obesidade. “Tudo isso é resultado de um acúmulo de problemas que vêm desde a infância e perduram até a vida adulta e poderiam ser facilmente evitados com bons hábitos”.
Com isso, na prática, a escola oferece uma rotina alimentar adequada para cada idade. “Montamos um cardápio diferente todo mês, elaborado para que as crianças tenham uma maior adaptação e aceitação. Tentamos introduzir itens mais saudáveis, como arroz integral. Além disso, a base dos alimentos, em geral, não possui ingredientes que possam causar algum tipo de intolerância”, explica a nutricionista. Todos os dias são oferecidos ao menos um tipo de proteína, legumes e saladas frias, além do tradicional arroz e feijão e frutas em todas as refeições. Massas, molhos e pães são feitos na cozinha da própria escola, a fim de garantir produtos ainda mais frescos e saudáveis. “Essa variedade é essencial”, reforça Manoela.
Para além da introdução alimentar, da formação de bons hábitos e da escolha correta dos ingredientes, segundo a nutricionista, desenvolver o “afeto” com a comida faz toda a diferença para uma adequação nutricional que trará reflexos no futuro. “Às vezes, a alimentação em casa fica mais ‘livre’, o que pode atrapalhar a construção de uma rotina de alimentação. Somado a isso, temos a questão da relação afetiva com a comida. Momentos alegres, de comemorações ou em família, sempre remetem a um lanche, pizza ou hambúrguer, por exemplo, mas nesses momentos é importante ter algo saudável também, justamente para criar esse afeto e memórias positivas com a comida, que farão toda a diferença na fase adulta da criança”, conclui Manoela. (RP)
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