O TEA – Transtorno do Espectro Autista pode ser definido, em linhas gerais, como um transtorno de neurodesenvolvimento que reflete em interação e comunicação sociais e em comportamentos atípicos. O autismo não se concentra em um único transtorno, mas sim em um espectro amplo de manifestações, e que variam em cada indivíduo, especialmente em graus de intensidade e gravidade.
Caracterizado por padrões de comportamento repetitivos, interesses restritos e dificuldades na comunicação, Claudiana Tavares, professora do Instituto Âncora Educação nas áreas de formação de professores e educação especial inclusiva, nos conta que as características do autismo podem variar de pessoa para pessoa. “Alguns indivíduos com autismo têm habilidades intelectuais excepcionais em áreas específicas, enquanto outros podem ter deficiências cognitivas significativas. O autismo geralmente vem acompanhado por comorbidades como o TDAH e a deficiência intelectual, por exemplo”, diz Tavares.
O diagnóstico do TEA pode ser alcançado por meio da observação do comportamento e do histórico de desenvolvimento da pessoa. Por ser um espectro, a avaliação é multidisciplinar e o laudo é emitido por um médico especialista, assim como os encaminhamentos necessários seguindo o DSM 5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais). Algumas vezes o processo de avaliação do diagnóstico pode ser demorado, conta a pedagoga, mas é importante que, com o diagnóstico ou não, pais e/ou responsáveis iniciem as terapias assim que perceberem as inabilidades nos/nas filhos/as.
No contexto do ensino regular, os/as estudantes com TEA atravessam uma variedade de adversidades no cotidiano escolar. Segundo Claudiana Tavares, alguns dos principais desafios que estudantes autistas podem enfrentar incluem: dificuldades de comunicação, dificuldades de interação social, sensibilidade sensorial, rigidez comportamental, necessidade de apoio individualizado, bullying e exclusão social.
“Para incluir e atender alunos/as com TEA de forma adequada, a gestão escolar e a equipe pedagógica devem adotar uma abordagem abrangente e colaborativa. Aqui destaco alguns procedimentos que podem ser adotados: capacitação e sensibilização da equipe pedagógica e da gestão escolar; avaliação das necessidades individuais de estudante com TEA; desenvolvimento de Planos de Educação Individualizados (PEI) com base na avaliação das necessidades; implementação de estratégias de apoio; promoção de um ambiente inclusivo; e a colaboração com os pais”, elenca a professora.
Envolver os pais e/ou responsáveis nos processos de inclusão escolar do/a estudante autista é essencial. “Com esse envolvimento, é possível criar um ambiente de apoio e colaboração que promova o sucesso acadêmico e o desenvolvimento holístico da criança. Ao adotar esses procedimentos e promover uma abordagem colaborativa e centrada no/a aluno/a, a gestão escolar e a equipe pedagógica podem criar um ambiente que atenda às necessidades educacionais de estudantes com TEA”, finaliza Tavares.
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Claudiana Tavares – claudianasbu@hotmail.com