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Como conduzir uma Reunião de Pais Pendente

Matéria publicada na edição 115 | Fevereiro 2016 – ver na edição online

Já escutei mais de uma vez amigas dizerem, “hoje é dia de reunião de pais, lá vou eu pra nada!” e também professores pensarem em

voz alta: “hoje é dia de aguentar os pais!”. De uma forma geral, as reuniões de pais recebem muito mais críticas do que elogios, na maioria das vezes, por estarem ultrapassadas. Através de entrevistas e coleta de dados com as escolas que vêm obtendo sucesso nas reuniões de pais, desenvolvi um Manual de orientação:

1a. Etapa: Pré-evento

– Use as estratégias de endomarketing integrado para convidar os pais (circular, web, cartaz ou banner);

– Para aumentar o quórum associe o convite a uma atividade que necessitará da interação entre a família e o aluno, e que seja finalizada no evento.

2a. Etapa: Relacional Dinâmica de sensibilização

– Decore toda a escola com os trabalhos dos alunos;
– Capriche no coffee break;
– Apresente os colaboradores novos;
– Use recursos multimídia;
– Apresente as novidades.

3a. Etapa: Comunicação pedagógica

Esta etapa irá variar de acordo com a época, de 3 a 4 reuniões gerais durante o ano são suficientes, segundo as escolas pesquisadas.

Rreunião inicial – A primeira reunião funciona como um acolhimento das famílias e tem o objetivo de passar os assuntos gerais, explicar os objetivos, proposta pedagógica e qual o papel dos pais na parceria Escola x Família. Neste momento a escola deve:

– Enfatizar seus diferenciais;
– Apresentar suas metodologias, disciplinas e ferramentas de apoio: intercâmbio, sistema didático;
– Apresentar as formas de tratamento personalizado:
música, esportes, aulas de reforço;
– Exibir o plano de capacitação continuada do corpo docente.

Primeiro bimestre ou trimestre – Esta reunião é mais voltada para considerações pedagógicas, porque os filhos já tiveram uma caminhada na escola e os pais anseiam por esse retorno. uma sugestão interessante é propor que os pais vivenciem um pequeno período de uma aula para compreenderem o processo de ensino-aprendizagem. Após a vivência é pertinente uma pequena explicação técnica.

Reuniões temáticas – Os demais encontros podem ter temas específicos, sugeridos pelo corpo docente e pelas famílias. Distribua os textos e peça para que um pai/mãe leia ou sugira que cada um faça a leitura de um trecho.

Após a leitura, estimule a reflexão com as seguintes considerações:

– Quais sentimentos o texto despertou em vocês?
– Há algum trecho que alguém discorda?
– Quais benefícios o texto
trará para a sua vida?
– Vocês gostariam de citar algum trecho que mais lhes chamou a atenção e que colocariam em prática imediatamente?
– Considerações gerais.
– Fechamento feito pela Coordenação ou Professor.

Atenção – Há grupos que são mais fechados e os professores deverão estimular os debates com as sugestões citadas. Outros, entretanto, serão mais abertos e por iniciativa começarão a discussão. Nessas circunstâncias a professora deverá apenas ser mediadora para que todos possam se colocar. Sempre termine com as considerações gerais e o fechamento.

4a. Etapa: Conversa reservada com os professores na sala de aula.

Certifique-se que o corpo docente esteja preparado para falar com os pais.

5a. Etapa: Fechamento

Finalize com um checklist os principais pontos abordados para ordenar e ajudar na formação da linha de raciocínio, entregue o manual do aluno para consulta e uma pesquisa de satisfação que deverá ser preenchida na saída (segue sugestão), com o objetivo de aprimorar ainda mais a prestação dos serviços da instituição.

Por se tratar de adultos, dois aspectos devem ser levados em consideração:

1 – Mesmo que a maioria já conheça a escola, repita o passeio, pois desta vez, os pais estão em grupo e mais relaxados. Quando vivenciam o local tendem a consolidar com mais facilidade a informação na memória de longo prazo.

2 – use somente palavras coloquiais no seu discurso. Os pais estão cansados e terão dificuldades em decodificar expressões que não são do seu vocabulário cotidiano. Palavras no dialeto “pedagogês”, como: significativo, interdisciplinaridade, cognitivo, geram comunicação unilateral, em que apenas um compreende com exatidão e não ocorre a comunicabilidade, na qual há a compreensão exata de ambas as partes.

 Christian Rocha Coelho é especialista em andragogia e diretor de planejamento da maior empresa de gestão, pesquisa e comunicação pedagógica do Brasil, a Rabbit Partnership.
Mais informações: (11) 3862.2905 / www.rabbitmkt.com.br / rabbit@rabbitmkt.com.br

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