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Como lidar com os conflitos?

Como educadores, nos deparamos com diversas situações difíceis que nascem da convivência com as pessoas, com os alunos, com o estresse do trabalho, as crises nos relacionamentos e as pressões do dia a dia. Esses momentos podem gerar diferenças entre valores, crenças, interesses e objetivos, tornando-se conflito quando um tenta impor o seu ponto de vista, sem ouvir, sem se interessar e respeitar a outra parte.

Quando não sabemos como enfrentar os conflitos, corremos o risco de iniciar uma batalha apenas para impor a nossa ideia. Isso desrespeita o interlocutor e torna a interação autoritária e destrutiva, sem que se chegue satisfatoriamente ao resultado desejado.

Para entender melhor o que o conflito representa, vamos analisar a origem da palavra: no latim, “confligere” é composto por “com” e “fligere”, que significa “combater, estar em desavença, golpear, atacar” – ou seja, evoca um conceito negativo de guerra, luta, disputa e agressividade. Porém, o termo também possui outro significado, bem mais positivo: o de “fazer encontrar”.

Ao considerar esse último significado, podemos pensar que sim, é possível se aproximar positivamente de uma situação de conflito, respeitando as diferenças, as diversidades, transformando o momento em um recurso e em uma possibilidade, não em um confronto.

O primeiro passo é entender que o seu ponto de vista é diferente do outro. Cada ser humano interpreta a realidade conforme suas crenças, experiências, educação e convicção. Então, lembre-se: antes de querer ser compreendido, compreenda o outro.

A próxima etapa é avaliar três pontos de vista: o primeiro é “como eu lido com o conflito”, referente à própria realidade, dos próprios sentimentos, valores e crenças. O segundo refere-se à perspectiva da outra pessoa, a “como o outro percebe essa situação”; por fim, o terceiro é a do observador, o olhar objetivo entre o primeiro e o segundo. Nesta fase, é preciso esquecer por um momento o que você quer e olhar para a situação de forma mais distanciada, sem julgamentos, com mais neutralidade possível.

Na resolução de conflitos, também é fundamental desenvolver a capacidade de lidar com as emoções, tanto as próprias quanto as dos outros, de maneira apropriada, sem se deixar dominar por elas, mantendo o autocontrole e o equilíbrio. A competência emocional, a maturidade, o conhecimento das próprias emoções, a capacidade da gestão das emoções, a percepção de como e quando elas acontecem em nossa vida, impactam na autoconfiança, na autoestima e na autoconsciência.

Algumas questões ajudam a fazer a autoanálise: “quando eu enfrento um conflito, o que é importante para mim?”; “quais são as minhas intenções?”; “eu ataco a outra pessoa, a sua identidade ou o problema?”; “me sinto ameaçado na minha identidade?”; “qual é a minha responsabilidade no conflito? “e “como eu me sinto, o que eu penso, o que eu falo e quais são minhas atitudes?”.

Além disso, algumas atitudes são essenciais para uma convivência mais harmônica:

Tanto no trabalho como na vida as relações interpessoais pedem, cada vez mais, a capacidade de saber compreender o que é diferente de nós: pessoas, culturas, valores, opiniões, objetivos e as visões do mundo. Nessa perspectiva, a diferença de opiniões é saudável, a diversidade e o confronto de ideias tornam-se um fator motivacional da atividade criadora, um elemento de evolução, de crescimento, onde as diferentes visões de contexto e pontos de vista são valorizadas, permitindo uma ampla gama de ideias e soluções.

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