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Como utilizar os recursos tecnológicos a favor do ensino nas escolas

Por Marina Castellani

A integração da tecnologia aos processos de ensino e aprendizagem se tornou um diferencial e uma realidade para escolas e professores. Muitas discussões sobre os rumos da educação e como a inovação no ambiente escolar limitam-se à incorporação de recursos tecnológicos. Mas, o que representa inovação quanto à aprendizagem dos estudantes? A tecnologia é mesmo protagonista?  

Existem muitas maneiras de incorporar a tecnologia nas escolas, os recursos podem revolucionar a escola, a experiência dos educadores e ainda potencializar a aprendizagem. Porém, a substituição de processos analógicos por digitais não apresenta grande inovação nos métodos de ensino. 

Refletir se a finalidade dos recursos didático-pedagógicos ou operacionais está alinhada aos objetivos educacionais da escola, fará a diferença. Nada deve ser aleatório ou pautado por modismos. Além disso, questionar sobre a experiência a ser proporcionada, se as ferramentas permitem que estudantes e educadores ganhem autonomia e se é possível ganhar qualidade a partir do uso das ferramentas, são pontos importantes de avaliação.

A Escola Mais usa a tecnologia na arquitetura pedagógica fazendo sua integração em muitos níveis para viabilizar objetivos de aprendizagem e negócio. Para o trabalho com as principais frentes com custo acessível (aulas, estudos individuais e atividades “mão na massa”), a tecnologia é uma importante aliada. Além de otimizar ferramentas de gestão e recursos humanos com tecnologia, para investir na formação dos profissionais.

No contexto de ensino, usamos aplicativos voltados para práticas específicas, que contribuem nas habilidades como a escrita, a linguagem, matemática, raciocínio lógico e o inglês, por exemplo. Cada aluno, a partir do Ensino Fundamental II, trabalha com um computador ao longo do ano e o utiliza como ferramenta em processos de aprendizagem, principalmente nos estudos individuais.

Possibilitamos recursos tecnológicos robustos nas atividades “mão na massa”, inovadores por conciliarem o analógico manual ao digital. Com a cultura maker e ferramentas, estimulamos a inovação na busca de solução de problemas e em projetos com objetivos concretos. Os estudantes transpõem seus protótipos em papel e papelão para desenhos digitais que podem ser impressos em impressora 3D, por exemplo. Essa experiência é possível porque usamos a real potência de ferramentas tecnológicas. Incorporar a tecnologia ao estudo, pesquisa e produção na Escola Mais, é alcançar níveis de aprendizagem mais elevados e profundos.

Nossa arquitetura pedagógica é inovadora na forma de operar a prática de ensino, cultivando a cultura de melhoria constante. Utilizamos a tecnologia sempre integrada à nossa visão sobre educação. Mesmo com um DNA tecnológico entendemos a importância dos processos manuais essenciais no desenvolvimento basal e na compreensão de aspectos tecnológicos. 

Trabalhamos atividades manuais nas práticas “mão na massa”, na conquista da letra cursiva, no uso de lápis, caneta e cadernos. Além disso, trabalhos de movimento corporal, rodas de conversa, leituras e todo o processo de socialização são valorizados e planejados cuidadosamente. O trabalho com período integral permite que todas as frentes sejam contempladas. A ideia é agregar tecnologia quando potencializa e cria experiências únicas, não vivida analogicamente, transformando a realidade escolar.

Vale ressaltar que, durante a pandemia, com distanciamento social, as escolas tiveram que se adaptar e tomar decisões rápidas. A Escola Mais, estruturalmente tecnológica, teve muita agilidade para criar uma experiência online, podendo acompanhar minuciosamente o engajamento de seus estudantes, estreitando os vínculos com seus alunos e familiares.

Os meios tecnológicos favorecem processos de educação integrados ao projeto e arquitetura pedagógica. Seu uso possibilita um maior alcance sobre a comunicação com as comunidades escolares, processamento e viabilização de experiências, na utilização dos espaços e dos recursos, na visibilidade de resultados e estratégias para otimizar a aprendizagem. Logo, a tecnologia é fundamental para agregar qualidade na área da educação. 

A maior inovação educacional é a mudança na conjuntura e não só de uma prática. Não há inovação tecnológica sem o reconhecer que crianças e jovens são agentes de transformação e cultura. Essa inovação precisa ser pensada como elemento do contexto escolar, permitindo que os envolvidos no processo atuem ativamente no seu tempo e possam vislumbrar um futuro pautado na construção de ações conscientes.

Marina Nordi Castellani É fundadora e diretora pedagógica da Escola Mais. Formada em pedagogia pela PUC-SP, atua na área da educação há mais de 20 anos com crianças e jovens e como gestora. Passou pela rede municipal de São Paulo como professora e trabalhou durante 13 anos em uma das escolas mais inovadoras do mundo, sendo 6 como Diretora Pedagógica e Administrativa. Trabalhou também como assessora em escolas e produtora de conteúdo e curriculista para editoras. Em 2016, fundou a Escola Mais junto aos sócios, ficando responsável por desenvolver a metodologia de ensino da rede.

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