Matéria publicada na edição 62 | Outubro 2010 – ver na edição online
Cuidados na prevenção e no combate devem ser constantes.
Por mais que as escolas cuidem de seu espaço interno, com bastante asseio, o ambiente urbano acaba criando ambientes propícios para a proliferação de diversas pragas, com suas ruas sujas, bueiros e redes de esgotos entupidos, além de terrenos baldios abandonados. Segundo Francisco José Zorzenon, biólogo e diretor técnico da Unidade Laboratorial de Referência em Pragas Urbanas, do Instituto Biológico de São Paulo, a prevenção e o controle das pragas urbanas dependem da limpeza e higienização constante dos ambientes da escola e de cuidados no armazenamento dos alimentos.
Segundo Zorzenon, uma praga sobrevive quando existem no ambiente ou próximo a ele os chamados “4 A’s”; água, alimento, abrigo e acesso. Portanto, é necessário limpar sempre as áreas onde se manipulam e armazenam os alimentos, vedar as portas, janelas e forros, e manter tampados os vasos sanitários e os ralos, pois algumas dessas pragas transitam ou buscam por água na rede de esgoto. Os alimentos devem ser mantidos embalados e guardados em armários ou prateleiras, evitando o contato com o chão, recomenda o biólogo. Quanto ao lixo, por sua vez, é preciso evitar o acúmulo, amarrar os sacos e tampar as lixeiras. Outro cuidado deve ser dispensado pelos mantenedores em torno das caixas d’água, que demandam limpeza periódica, com os reservatórios fechados e protegidos por tela, conforme estabelecem leis e normas específicas.
O biólogo destaca ainda a necessidade de se cuidar dos jardins e hortas, ambientes ideais para taturanas, lagartas, aranhas, besouros, escorpiões e formigas. Zorzenon recomenda vistoriar sempre os locais, mantê-los limpos, onde as folhas e restos vegetais poderão servir de adubo, porém, devem ser enterrados, recolhendo e descartando as folhas secas e gravetos. O diretor chama a atenção também para os tanques de areia, pois é comum gatos, ratos e pombos depositarem suas fezes nesses locais. O ideal é que o tanque seja mantido coberto por lona ou plástico quando não estiver em uso e, quanto à areia, ser limpa e esterilizada periodicamente, por empresa especializada, a qual fará a aplicação de produtos específicos para este fim.
E a partir do momento em que for detectada a presença de alguma praga, os procedimentos de combate passam a exigir outros cuidados. Neste caso, segundo Marcos Gennaro, diretor técnico e científico da Associação dos Controladores de Pragas Urbanas (APRAG), é fundamental que a mantenedora contrate empresa idônea, com registro na Vigilância Sanitária. E que a prestadora do serviço realize vistoria do local para que o seu técnico decida o tipo de intervenção mais apropriada, sabendo que se trata de uma instituição de ensino, onde circulam, principalmente, crianças e jovens.
Gennaro ressalta ainda que o orçamento deve incluir os produtos a serem utilizados, sua classe toxicológica e o número de registro do produto no Ministério da Saúde. Por outro lado, o diretor alerta que há empresas que utilizam produtos clandestinos ou de uso agrícola, proibidos em áreas urbanas. Para o presidente da APRAG, o engenheiro agrônomo Carlos Massaru Watanabe, outro problema está relacionado a empresas que prometem garantias longas, com as quais não poderão cumprir. No caso de uma desinsetização, o prazo pode variar de um a três meses e, para o tratamento de cupins, de um a dois anos, alerta.
(Por João Elias)
Saiba mais:
Francisco José Zorzenon
www.biologico.sp.gov.br
zorzenon@biologico.sp.gov.br
Carlos Massari Watamabe e Marcos Gennaro
www.aprag.org.br
aprag@aprag.org.br