Matéria publicada na edição 47 | Abril 2009 – ver na matéria online
Bandeira deve unir área administrativa e pedagógica.
Por Rosali Figueiredo
O Brasil aderiu pela primeira vez neste ano à “Hora do Planeta”, movimento idealizado pela WWF Austrália em 2007 e que consiste em convocar as empresas e os cidadãos a apagarem as luzes pelo período de uma hora, em defesa do meio ambiente. Na noite do último sábado de março, dia 28, entre 20h30 e 21h30, centenas de milhões de pessoas aderiram ao evento no mundo todo, incluindo alunos da professora de Ciências Irene de Lacerda Ramos, do INSA (Instituto Nossa Senhora Auxiliadora), localizado no bairro do Belenzinho, zona Leste de São Paulo.
Segundo Irene, a repercussão foi muito grande entre os estudantes do 6º ao 9º ano, que ao longo do ano são estimulados a lidar com temas ambientais, como a água, energia, solo, lixo, biodiversidade, ar e alimentos, em atividades promovidas pelo Núcleo de Educação Ambiental da escola. Por outro lado, a própria área administrativa do INSA já havia aderido à bandeira, especialmente em relação ao consumo de energia elétrica. “Em 2004 fizemos uma reforma, buscando garantir a segurança e trocar alguns equipamentos que resultassem em economia de energia”, afirma a irmã Rosana Maria de Castro Rodrigues Cavalcante, responsável pela tesouraria do Instituto.
Para o engenheiro eletricista Edson Martinho, é importante que as escolas mantenham as instalações elétricas revisadas e atualizadas conforme as normas técnicas brasileiras. “Isso garante segurança e conforto aos usuários e também redução de perdas nas instalações mal construídas, como, por exemplo, fugas de corrente em circuitos elétricos.” Edson Martinho, diretor executivo da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), lembra ainda que o redimensionamento dos condutores (fios e cabos) é imprescindível para a economia. O especialista aconselha o uso de equipamentos que proporcionam um mesmo rendimento e desempenho com um gasto menor.
De acordo com Martinho, as escolas devem realizar estudos de redução do consumo e melhoria do desempenho das instalações, obtendo uma economia mínima entre 5% a 10% após a readequação. Mas o engenheiro alerta para a necessidade de se fazer o trabalho com profissionais habilitados e credenciados junto ao CREA, que recolham ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) e se responsabilizem pelo projeto.
Além das medidas adotadas pela parte administrativa, a área pedagógica pode abraçar esta bandeira por meio de atividades com alunos e professores. “Procuramos conscientizá-los a apagar sempre a lâmpada e a desligar o ventilador”, afirma a professora do INSA, Irene de Lacerda, coordenadora do Núcleo Ambiental da escola.
Em 2008, o Núcleo trabalhou a questão energética sob os enfoques da conservação, transformação e conscientização, propondo um novo comportamento de alunos, professores e familiares no uso dos equipamentos eletroeletrônicos. “Observamos um envolvimento maior dos estudantes, como na ‘Hora do Planeta,’ e uma diferença de postura em sala de aula e também com a família”, diz. Neste ano, os projetos do Núcleo foram abraçados por toda a escola, entre os quais um treinamento realizado no âmbito da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) junto aos funcionários da limpeza e manutenção e focado na economia da água e energia e reciclagem do lixo. Em outubro, os projetos serão expostos em um grande evento, a Missão Ambiental do INSA.