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Dica – Gráfica

Matéria publicada na edição 105 | Fevereiro de 2015- ver na edição online

Produção e Consumo Sustentável

Por Rafael Pinheiro

O desenvolvimento sustentável e as responsabilidades sociais que cercam esse conceito ganharam uma notoriedade impressionante nos últimos anos e, de certa forma, com um viés preocupante. A poluição da terra, da água e do ar, aumentaram os níveis de poluentes em algumas regiões, provocando deformidades, áreas degradadas e problemas gravíssimos para a saúde dos habitantes locais. Atualmente, o planeta emite sinais claros de que não suporta o ritmo como lidamos com nossa própria ecologia, agravando, nesse atual período, com a escassez da água e toda a sua problematização.

Com tantos acontecimentos e fatos inusitados que se manifestam em relação ao clima e ao aparecimento de grandes problemas nas áreas produtivas de alimento do planeta, há uma preocupação em explorarmos os recursos naturais de outra maneira, inserindo, de fato, o cotidiano sustentável. Essa mudança deverá ser traçada através da implementação de programas com objetivo na promoção da educação ambiental e a importância da adoção de práticas que visem a sustentabilidade.

Aplicar projetos que estimulem a importância da educação ambiental, voltada, principalmente, para a compreensão ecológica nas escolas primárias, desenvolve-se, assim, uma nova geração com um instinto consciente. A educação ambiental ultrapassa barreiras e integra a educação em três grandes pilares, como questões ambientais, sociais e econômicas. Dentro desse processo educacional, é necessário pensar (e agir) de forma que garanta uma qualidade para o ecossistema por tempo indeterminado, atendendo nossas necessidades, sem esquecer das gerações futuras.

Tendo esta perspectiva atual como base, algumas empresas apoiam o conceito ecológico, utilizando mecanismos e adotando um “novo comportamento”, adaptando e moldando o cotidiano de acordo com a necessidade de nosso meio ambiente. Uma medida simples, mas que gera uma importância significativa é o descarte de pilhas em locais específicos. Uma pilha simples, por exemplo, contém metais pesados (como chumbo, mercúrio, cádmio, cobre, níquel, zinco, cromo e manganês) e descartadas no lixo comum, as pilhas e baterias acabam em aterros e se espalham pelo solo, água, plantas, peixes e outros animais.
A indústria gráfica brasileira, que completou 200 anos de existência em 2008, é um dos setores diretos que possuem plena consciência de impressão, tanto na economia de cartucho de tinta, como na utilização do próprio papel. Muitos clientes de gráficas exigem uma postura que minimizam impactos na natureza, com pequenas atitudes estratégicas e rentáveis, que acabam por aumentar cada vez mais a responsabilidade ambiental.
Gustavo Atala, designer, arte finalista e proprietário de uma gráfica em São Paulo, afirma que é possível evitar certos desperdícios de papel, principalmente no dia a dia: “antes da impressão, é bom observar e analisar o que será impresso e, se possível, salvar esse arquivo e imprimir em um, dois ou três arquivos juntos, garantindo uma economia tanto no cartucho como no papel”.

Dentro do setor gráfico, existem papeis ecológicos e, segundo Gustavo, muitas empresas optaram pela utilização desse material. “Mas, por outro lado, o custo desse material chega a 30% a mais do que o papel convencional, graças ao demasiado imposto que o governo inclui nesse material. Esse papel ecológico deveria ser acessível, principalmente para as gráficas, que compram grandes volumes”, diz.

Existem alguns certificados que acompanham os papeis finos e seus significados, demonstrando uma preocupação com todo o processo utilitário e sustentável. Dentre os principais certificados, podemos destacar a Certificação FSC, indicando que o papel  atende às exigências do Forest Stewardship® Council’s para o manejo florestal responsável e sustentável. Este selo identifica que o papel é certificado pela SmartWood, um programa da Rainforest Alliance. O Certificado Green-e identifica produtos feitos com energia renovável certificada, incluindo, mas não se limitando a elas: energia do vento, energia solar, hidro-energia de baixo impacto ambiental e energia da biomassa. Já o Papel Reciclado  assegura que o papel é feito, ao menos em parte, com fibras obtidas no processo de reciclagem de material pós-consumo. Todos os papeis com este selo especificam a quantidade de fibras recicladas e pós-consumo usados em sua fabricação.

Ana Cristina Suriani, gerente de orçamento em uma oficina gráfica localizada em São Paulo, ressalta a procura por papeis que, em seu processo de produção, não gerou um impacto ambiental. “Hoje os clientes buscam os papeis certificados, nos quais garantem toda a cadeia de custódia, ou seja, desde o plantio até o impresso final. Os clientes com esta preocupação podem solicitar às gráficas para utilizarem estes papeis e também aplicarem o selo em seus materiais”, afirma Ana Cristina.

DICAS SUSTENTÁVEIS

Mesmo com o advento tecnológico e o aumento na procura de meios que dispensam o uso excessivo de papel no cotidiano, há uma necessidade em imprimir certos arquivos, documentos e diversos produtos gráficos. Para contribuir com nosso ecossistema e minimizar os impactos na natureza, separamos algumas dicas para facilitar o comportamento sustentável diário.

Para garantir uma economia viável e ações ecologicamente corretas, destacamos algumas dicas que podem ser incorporadas por todos na rotina estudantil, como: Quando errar alguma impressão, não amasse o papel e jogue-o fora. Guarde-o para ser reutilizado; Sempre que possível, faça operações online ou utilize folhas que já foram usadas para fazer rascunhos; Existem fontes sustentáveis, como a “Ecofont”, uma alternativa para evitar o desperdício de tinta. A quantidade de tinta é poupada em até 25% na impressão; Nem todo e-mail que você recebe é necessário imprimir, reflita se sua impressão é realmente necessária; Folhas usadas que estejam limpas em um dos lados se transformam em ‘bloquinhos’ para anotações, e também podem ser utilizadas para alguns testes de impressão;

E lembre-se: pequenas atitudes realçam um impacto enorme ao ecossistema. (RP)

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