Matéria publicada na edição 121 | Setembro/2016
Por Rafael Pinheiro
Os desafios administrativos embarcam em novas estratégias, planejamentos e metodologias. Em tempos econômicos desafiadores, é importante as escolas terem um planejamento financeiro eficiente para equilibrar diferenciais e custos, atrair e reter o máximo possível de alunos e lidar com o que vem sendo identificado como o maior problema do setor administrativo financeiro da rede privada: a inadimplência.
Pesquisas recentes atestam essa preocupação por parte dos gestores escolares, como um estudo divulgado recentemente pela Mind Group na qual 60% dos entrevistados de 19 estados brasileiros, todos ligados à direção administrativa de escolas, apontaram a inadimplência como uma de suas maiores preocupações neste e no próximo ano. Em julho deste ano, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp) apurou que o índice de falta de pagamento dos pais atingiu 13,7% na cidade de São Paulo. No mesmo mês do ano anterior, esse número era 8,35%.
Para o educador financeiro Pedro Braggio, um dos caminhos que podem ser percorridos pelo gestor escolar para driblar a inadimplência é o seguro educacional, que garante pagamento das mensalidades caso haja desemprego, morte ou acidente. “A escola fica sendo uma ‘ponte’ entre os pais dos alunos e a seguradora. Essas taxas podem ser entre 1 e 3% do valor da mensalidade e caso haja algum sinistro, o seguro garante o pagamento de todas as mensalidades do aluno, até o final do ciclo ou varia em até seis meses de mensalidade (depende do contrato)”.
Além do seguro, que garante o pagamento das mensalidades em caso de sinistro, outra dica do educador financeiro é realizar um controle, mesmo que em uma folha de papel, com entradas e saídas de dinheiro. “Tudo deve ser anotado. É importante monitorar essas anotações. Além disso, o hábito de se reunir com os colaboradores periodicamente para falar e definir os assuntos financeiros é essencial. É uma forma de tornar a educação financeira parte da cultura da escola”.
Para Diego Barbosa, especialista em cobrança, a inteligência no restabelecimento do valor a receber está no processo rápido de cobrança, com imparcialidade e profissionalismo. Ou seja, quanto mais cedo o colégio acionar o inadimplente, mais chance de receber.
“Outra dica valiosa é quanto a quem deve cobrar o inadimplente. Quanto mais distância emocional entre as partes, mais assertiva será a cobrança. Por exemplo, o professor ou a secretária, os quais veem todos os dias os alunos não podem ser os agentes da cobrança. O ideal é que se tenha alguém exclusivo para cobrar, melhor ainda se for uma empresa terceirizada, a qual não possui vínculo sentimental com o devedor”, destaca Diego. (RP)
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Pedro Braggio – educador@pedrobraggio.com.br