Matéria publicada na edição 54 | Dezembro 2009 / Janeiro 2010 – ver na edição online
Atenção aos procedimentos e uso de EPI’s e EPC’s.
Treinamento da mão-de-obra, aplicação de produtos adequados e uso de equipamentos de proteção individual e coletiva, conforme exigido pela legislação, compõem o trinômio básico da profissionalização dos serviços de limpeza nas empresas. A receita parece simples, mas para o presidente da Abralimp (Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional), Ernesto Brezzi, ainda é baixo o nível de preocupação em relação ao cumprimento desses itens, especialmente entre as escolas. Já o auditor de qualidade e consultor na área, Paulo Rodrigues Félix, aponta que alguns hábitos antigos e inapropriados são responsáveis por muitos casos de LER e DORT (lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteo-musculares) nos trabalhadores.
Na limpeza úmida dos pisos, por exemplo, utiliza-se, “na maioria das vezes, o rodo para puxar a água e secar a superfície. Na limpeza seca (retirada de pó e sujeiras visíveis), vassoura de pêlo e piaçava, mas o uso constante destes acessórios causa lesões”, observa. Torcer o pano, umedecido por produtos químicos (sabão em pó, água sanitária, detergentes e outros), também gera DORT, acrescenta Paulo, recomendando substituí-lo por acessório tipo MOP ou balde espremedor. É um problema que pesa no bolso, porque pode causar afastamentos, assim como a ausência de EPI’s (equipamentos de proteção individual) e EPC’s (de proteção coletiva) pode gerar acidentes e novos prejuízos. Segundo a lei municipal 13.669/2003, é obrigatória na cidade de São Paulo a sinalização de áreas com pisos molhados ou escorregadios.
Os EPI’s, por sua vez, devem ser fornecidos pelo empregador, conforme a Norma Regulamentadora no. 6, do Ministério do Trabalho e Emprego. Cabe a ele exigir o seu uso, treinar o funcionário e cuidar da manutenção. Somente poderão ser disponibilizados itens aprovados pelo Sinmetro (Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). O presidente da Abralimp diz que a maior parte das falhas observadas na limpeza reside justamente na área dos EPI’s. “É importante conscientizar o funcionário e reforçar o seu treinamento.”
O kit básico dos equipamentos de proteção no segmento envolve luvas, botas de PVC, capacete, óculos, máscara e protetor auricular, enumera o consultor Paulo Félix. Nestes itens, precisam ser atendidas especificações quanto a tamanho, cor e composição. As cores das luvas variam conforme o setor da limpeza: azul (banheiros), verde (copa), laranja (ambulatórios, enfermarias, fraldários e lactários), amarela (demais áreas) e vermelha (locais críticos). Isso não garante, porém, proteção. O seu uso deve estar acompanhado de procedimentos adequados, como deixar uma mão livre para manusear papéis colocados sobre uma mesa que está sendo limpa, e assim, evitar a contaminação. As luvas também devem ser retiradas ao se abastecer os banheiros de toalheiros e papéis higiênicos. Aliás, é preciso cuidado ao colocá-las e retirá-las, neste caso, evitando o contato direto da pele com a superfície externa do material, após a sua utilização.
Quanto aos equipamentos de proteção coletivo, são indispensáveis as placas sinalizadoras de piso molhado, fita zebrada, corrimão e fita antiderrapante, cones, correntes, sinalização elétrica e eletrônica, de acordo com a atividade que vai ser desenvolvida.