Matéria publicada na edição 53 | Novembro 2009 – ver na edição online
Parte elétrica requer atenção especial.
Por Rosali Figueiredo
Com a aproximação do recesso escolar, os estabelecimentos se organizam para realizar a chamada “manutenção de férias”, que em geral envolve pinturas, ampliações e reformas de quadras poliesportivas, entre outros. A oportunidade é boa, no entanto, para que se inclua também a revisão de toda a parte elétrica, identificando e trocando, por exemplo, equipamentos que estejam próximos de completar sua vida útil. “Os disjuntores devem ser trocados a cada cinco anos”, lembra Paulo Palmieri Magri, engenheiro civil e de segurança do trabalho, pós-graduado (em nível de mestrado) pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo e membro titular do IBAPE – Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do Estado.
Segundo ele, a substituição dos componentes elétricos deve ser rigorosa conforme sua vida útil, “mesmo que estejam funcionando”. Em sua trajetória profissional, Paulo Magri tem observado um descuido maior por parte dos mantenedores em relação às instalações elétricas. “É a parte mais negligenciada”, aponta. “Uma equipe de manutenção não deve olhar somente a parte visível.” Pelo contrário, é importante que esteja atenta à própria legislação de prevenção e combate a incêndios (Decreto Estadual 46.076/2001), que determina, entre outros, a instalação e o pleno funcionamento de itens como iluminação e saída de emergência, extintores, controle de materiais de acabamento, hidrantes e mangotinhos, entre outros. As exigências variam conforme o tamanho e o número de pavimentos das edificações; entre elas, está a obrigatoriedade da brigada de incêndio e de rotas de fuga.
O engenheiro observa ainda a necessidade de inspeção anual em alguns equipamentos, como os para-raios, com sua respectiva ART (Anotação de Responsabilidade Técnica). Para o especialista em perícias, boa parte dos descuidos decorre da falta de profissionais qualificados. Nisso, muitas escolas nem percebem, por exemplo, o perigo a que expõe os estudantes quando instalam suas luminárias presas a forros falsos, compostos de materiais combustíveis. Já na parte estrutural, a atenção precisa recair sobre telhados, marquises, estruturas de concreto e alvenaria, além dos pisos. Paulo Magri ressalta que tem que haver um trabalho permanente de manutenção, reforçado por inspeções a cada seis meses. “O tipo de uso desta infraestrutura é intenso, porque envolve crianças e adolescentes”, justifica.
No Colégio e Faculdade Módulo, localizado na Lapa, zona oeste de São Paulo, há uma equipe própria de manutenção, afirma o diretor Wagner Sanchez. Com 2.200 alunos circulando diariamente em dois prédios, nos três turnos, em uma área construída de cerca de 7.500 metros quadrados, o grupo de trabalho é integrado por engenheiro, pedreiro, eletricista, encanador e pintor. “Se há necessidade de uma obra de maior vulto, terceirizamos o serviço.” A equipe encontra-se, segundo o diretor, ligada aos chamados supervisores de andares (antigos bedéis), os quais comunicam eventuais necessidades de reparos ou de troca de lâmpadas. “Os supervisores fazem uma checagem diária na iluminação, carteiras e cadeiras, em pinturas descascadas, entre outros”, diz.
Além disso, o diretor acrescenta que há uma manutenção periódica sobre os bebedouros, as caixas d’água e as instalações elétricas. Neste item, Paulo relata que “providencia o acréscimo de carga em suas instalações sempre que há expansão da infraestrutura”. Para o diretor, “o grande segredo da manutenção é que todos estejam comprometidos, isso é o que faz a diferença”.