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Dica – Robótica

Matéria publicada na edição 100| Agosto 2014 – ver na edição online

 

Robótica Educacional: Uma excelente ferramenta pedagógica

Ferramenta multidisciplinar, desenvolvimento, tecnologia, integração e programação. A robótica educacional ganha força em escolas brasileiras, seguindo uma tendência mundial de ensino. Os projetos nesse segmento englobam sistema, interface, montagem por meio de brinquedos, ensino de programação, entre outros.

A educação robótica tem por característica a existência de um ambiente de aprendizagem onde o aluno pode montar e programar um robô ou sistema robotizado. Essa aprendizagem acontece na sala de aula através da utilização de kits de robótica compostos por robôs ou conjuntos de peças, motores, sensores, software de programação e controle.

O Instituto de Tecnologia de Massachusetts – MIT, nos EUA, tem desenvolvido importantes experiências desde os anos 1970 como, por exemplo, a tartaruga movimentada através de comandos de programação simples (LOGO), ou ainda seus atuais projetos de robótica educacional (GoGoBoard). Já no centro-oeste da Inglaterra, uma escola britânica para crianças com autismo utiliza um robô chamado “Kaspar”, para ajudar no desenvolvimento dos alunos. Desde que o robô começou a ser utilizado, os professores notaram uma melhora significativa na comunicação de algumas crianças.

Aliando a teoria e a prática, a robótica é capaz de desenvolver nos alunos alguns conceitos, como: autodesenvolvimento, capacidade de solucionar problemas, senso crítico, integração de disciplinas, exposição de pensamentos, criatividade, autonomia e responsabilidade.

O professor e engenheiro Sérgio Américo Boggio, do Colégio Bandeirantes, localizado na região sul de São Paulo, afirma que “a robótica educacional trabalhada desde os primeiros anos de vida da criança, permite desenvolver de forma intuitiva e lúdica, as noções básicas da física estrutural, a lógica de encaixe das peças, a coordenação motora fina e habilidade visuoespacial, através da montagem de brinquedos adequados à sua idade. Tudo isso leva a formar um ser criativo”.

Por tratar-se de uma aula multidisciplinar, a robótica estimula os alunos a buscarem soluções que integram conceitos e aplicações de outras disciplinas envolvidas, como matemática, física, mecânica, eletrônica e informática. Além, é claro, do conhecimento de forma total e intensa, a partir de situações reais, utilizando ferramentas tecnológicas, deixando o aprendizado mais atrativo.

Segundo o professor Sérgio Américo Boggio, o uso da educação robótica pode estimular os alunos no interesse por áreas técnicas. “Nas montagens robotizadas, os alunos poderão descobrir suas aptidões por ciência e tecnologia. Antes da década de 1980, período em que se assume como o início dos brinquedos digitais no Brasil (Genius da Estrela), os brinquedos permitiam as crianças montarem, desmontarem, inventarem e assim descobrirem suas aptidões durante a infância”, destaca.

E não existe uma idade específica para inserir noções de robótica na grade curricular. Algumas escolas iniciam os primeiros passos construindo brinquedos à partir dos 2 anos de idade. Sérgio Américo ressalta que “o importante é propor às crianças tarefas adequadas à idade delas. Quanto mais cedo começarmos, melhor para elas no desenvolvimento de habilidades motoras finas e visão espacial”.

E para uma aula com tanto conhecimento, a interação entre os alunos é primordial. No Colégio Bandeirantes, por exemplo, as primeiras aulas da oficina de robótica são introduzidos os conteúdos necessários para o desenvolvimento de qualquer sistema automatizado. Após isso trabalham-se montagens para atender desafios do cotidiano. “Numa oficina, onde o aluno tem a liberdade para criar, espaço amplo para se movimentar, trabalhar em grupos, construir os seus sonhos… é, sem dúvida, uma recepção excelente pelos alunos”, finaliza.

A robótica educacional estabelece um contato direto com componentes eletrônicos, desafios lógicos e tecnológicos, permitindo criar novas fronteiras e pensamentos, produzindo soluções que resolvam problemas na fronteira do desenvolvimento tecnológico e econômico.

 

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